O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 162

Um dia, Israel Ayala ainda a veria. E se apaixonaria por ela.

Só quando as lanternas traseiras do carro de luxo desapareceram completamente do seu campo de visão, Beatriz Quiroz desviou o olhar, tirou um petisco para gatos da bolsa e começou a procurar por Blanqui.

Se não conseguia conquistar Israel Ayala, ao menos poderia fazer amizade com o gato dele.

Que pena.

Israel Ayala não era apenas uma pessoa reservada; até o gato que ele criava era de uma frieza inacreditável. Beatriz Quiroz havia tentado de tudo, comprando diversas latinhas e petiscos, mas até hoje não conseguira alimentar Blanqui com sucesso.

Sempre que Blanqui a via, saía correndo para longe.

Mas desta vez, Beatriz Quiroz estava confiante.

Afinal, aquele petisco para gatos havia sido recomendado por um amigo entendido no assunto. Diziam que nenhum gato era capaz de resistir àquele sabor.

Logo, Beatriz Quiroz avistou Blanqui num canto entre os arbustos.

— Blanqui, vem cá! — Beatriz Quiroz abriu rapidamente o petisco.

O olfato de Blanqui era apurado; imediatamente ele percebeu aquele aroma irresistível.

— Miau, miau, miau~ —

Sem perceber, Blanqui começou a caminhar na direção de Beatriz Quiroz.

Ao ver que Blanqui respondia ao seu chamado e se aproximava, Beatriz Quiroz ficou eufórica.

— Vem cá, Blanqui! Tem um petisco delicioso aqui pra você!

Quando estava prestes a tocar em Blanqui, o sorriso de Beatriz Quiroz se alargou ainda mais.

Para ela, era um ótimo começo.

Conquistando Blanqui, conquistar Israel Ayala seria questão de tempo.

Vendo que Blanqui estava prestes a morder o petisco e ela quase podia tocá-lo, o coração de Beatriz Quiroz disparou. Cuidadosamente, estendeu a mão.

— Miau! —

Naquele momento, Blanqui percebeu algo. "Pernas, pra que te quero!"

Obviamente, Blanqui pensava rápido e reagia rápido.

Em questão de segundos, ele já estava longe!

Beatriz Quiroz olhou o petisco intocado e soltou um suspiro resignado.

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Do outro lado.

O clima estava agradável e, como as aulas logo começariam, Úrsula Mendes decidiu sair para ver um filme com Dominika Galvão.

Sair com uma amiga pedia um visual caprichado.

Por isso, naquele dia, vestiu um vestido branco.

Prendeu o cabelo em um coque, deixando à mostra o colo delicado e elegante.

Ela raramente usava vestidos; vista assim, parecia mesmo uma deusa saída das nuvens. De bom humor, Úrsula Mendes cantarolou trechos de uma ópera enquanto caminhava até a saída do condomínio, pronta para chamar um táxi.

Afinal, não era isso que ela mais queria: voltar a ser sua esposa?

Úrsula Mendes: ???

— Santiago Ríos, você só pode estar doente. Já disse, não vou reatar nada com você. Não sinto mais nada por você! Por favor, pare de se iludir, está bem? Se não fui clara, posso escrever e colar na sua lápide!

— Úrsula Mendes, estou te avisando: a paciência das pessoas tem limite! — Santiago Ríos, já sem paciência, desceu do carro e foi até perto dela. — Não pense que pode reatar comigo e ainda esperar que eu te ame de verdade. Saiba que é impossível! A única pessoa que amo é a Cami. Aceitar reatar já é o máximo que posso fazer; no meu coração só há espaço para a Cami.

— Agora, venha comigo para o Grupo Rios e trate de ganhar o Prêmio Illumina deste ano. E, lembre-se, Cami é uma mulher generosa; ela pode não se importar com você, mas não volte a incomodá-la.

— Ah, ouvi dizer que agora você é a maior acionista da AlphaPlay Studios. O contrato de compra já está pronto. Se quer mesmo reatar, venha comigo agora e assine o contrato. E pare de cobiçar o que não é seu!

Diante de tanta arrogância e delírio, Úrsula Mendes ficou boquiaberta.

Nunca imaginara que alguém pudesse ser tão narcisista quanto Santiago Ríos, completamente sem noção.

Era repulsivo.

Como uma mosca que não se consegue espantar!

De repente, mais um carro freou ao lado.

A porta se abriu e, do banco de trás, desceu um homem de postura impecável, vestindo um terno feito sob medida de valor exorbitante. Todo o seu porte exalava uma aura de frieza e poder, impossível de encarar diretamente.

A atmosfera ficou tensa, até mesmo Santiago Ríos recuou alguns passos; diante daquele homem, parecia um segurança insignificante, completamente apagado.

O homem foi direto até Úrsula Mendes, segurou seu pulso e, num gesto suave, puxou-a para perto, envolvendo-a nos braços. O queixo magro encostou no topo da cabeça dela, e sua voz grave e magnética ecoou acima dela, num tom de posse:

— Me desculpe, Úrsula, cheguei tarde.