O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 177

— Luís, dinheiro não é o problema. O importante é que o avião é muito mais rápido do que o trem. Eu comprei pra você o voo das onze, e você chega em Cidade C já às uma e meia da tarde — explicou Úrsula Mendes, com um sorriso, enquanto continuava: — Vamos entrar, Luís? Primeiro pegamos o cartão de embarque, depois eu te levo até o portão.

— Está bem — concordou o senhor Luís Aguilera, assentindo com tranquilidade.

Era uma segunda-feira e o movimento no aeroporto estava longe de ser intenso.

Após retirar o cartão de embarque, Úrsula Mendes acompanhou Luís Aguilera até o balcão de despacho de bagagem.

— Úrsula, não tenho muita coisa, não precisa despachar nada, posso carregar tudo comigo — disse Luís Aguilera, sorrindo gentilmente.

A maioria dos objetos maiores ele já havia enviado antes, por encomenda.

— Fiz um pedido pelo aplicativo de delivery com algumas especialidades de Cidade A pra você levar de presente — contou Úrsula Mendes. — Eu queria ter ido ao mercado, mas como você decidiu viajar de repente, não deu tempo, então pedi pelo celular mesmo.

Luís Aguilera olhou para Úrsula Mendes com emoção.

— Menina, além de comprar a passagem, ainda gastou dinheiro com presentes... Não sei como te agradecer!

— Não se preocupe, Luís. Você e meu avô são melhores amigos, então, de certa forma, você também é meu avô. Faz tantos anos que não volta pra casa, com certeza muita gente vai querer te ver. Você precisa levar um agrado pra todo mundo.

Luís Aguilera, desde que se casara com aquela mulher divorciada e mãe de três filhos, nunca mais havia voltado para sua cidade natal.

Aquele era o primeiro retorno desde que deixara sua terra.

O velho Fabiano Mendes também assentiu.

— Aguilera, a Úrsula tem razão. Vai ter muita gente pra te receber lá. Leva bastante presente, distribui pra todos. E olha, somos de casa, não precisa ficar agradecendo não!

Os olhos de Luís Aguilera ficaram marejados. Tentou falar algumas vezes, mas as palavras simplesmente não saíam. Agarrou firme as mãos de Fabiano Mendes.

Depois de resolverem o que precisava, Úrsula Mendes acompanhou Luís Aguilera até o portão de embarque, explicando passo a passo o procedimento de segurança e de espera:

— Luís, sua passagem de classe executiva te dá direito a uma sala VIP. Se não achar onde é, é só mostrar o cartão de embarque pra algum funcionário do aeroporto. Lá dentro, pode comer e beber o que quiser — é tudo incluso, pode pegar sem cerimônia.

— E no avião, se quiser comer ou beber algo, é só pedir pra comissária de bordo. Não precisa economizar, porque a passagem de primeira classe é bem mais cara, então aproveite!

— Outra coisa: o ar-condicionado do avião é forte, pode sentir frio. É só pedir um cobertor pra comissária, não precisa pagar nada.

— E se, quando desembarcar, não encontrar a esteira das bagagens, peça ajuda a um funcionário do aeroporto também.

Úrsula Mendes foi detalhista, paciente, sem um pingo de impaciência. Era a primeira vez de Luís Aguilera em um avião, então ela fez questão de repetir, principalmente sobre o que era gratuito.

No pensamento dos mais antigos, tudo dentro de um transporte costuma ser caro. Por isso, preferiam ficar com fome em viagens longas a gastar com comida do trem ou ônibus.

A moça era mesmo paciente. E sua voz, doce e agradável.

Luís Aguilera escutava atento, emocionado, o nariz ardendo. Quando finalmente conseguiu falar, já estava chorando:

— Obrigado, Úrsula. Vou lembrar de tudo que você disse.

Nem uma neta de sangue teria feito tanto, pensou ele.

Depois de explicar tudo e vendo que o horário já se aproximava, Úrsula Mendes acenou e se despediu:

— Até logo, Luís!

— Até logo — respondeu Luís Aguilera, agora chorando abertamente. — Úrsula, até logo, Mendes, até logo! Assim que eu me ajeitar lá na cidade, eu volto pra visitar vocês!

O velho Fabiano Mendes também não conteve as lágrimas:

— Aguilera, boa viagem! Quando chegar, não esquece de me ligar.

Eles se conheciam há três anos.

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