O tio do marido vem me seduzindo romance Capítulo 57

No hospital.

Gabriela estava sentada junta com Gisela, as duas de mãos dadas. A luz vermelha da sala de emergência estava acesa, deixando os corações das duas apertados.

Sentiam extrema pressão, parecia que uma pedra havia sido pressionada sobre os peitos delas, as deixando sem fôlego.

Apesar dos olhos de Gisela estarem avermelhados, ela se segurava para não chorar. Apenas agarrava firmemente a mão da filha, como seu último apoio.

- Mãe, não se preocupe - sussurrou Gabriela.

Ela colocou o braço nos ombros de Gisela, a consolando.

- Se algo de ruim acontecer com seu pai, o que faremos? E a empresa? Estou muito preocupada, Gabriela - disse a mãe.

- Não, não acontecerá nada com o papai. Pode ficar tranquila com a empresa, tudo irá passar e melhorar.

Mesmo sentindo uma imensa dor no coração, Gabriela se esforçou e disse sorrindo para Gisela. Neste exato momento, sentia ódio por Lúcio, mas sentia um ódio ainda mais profundo por si mesma. Odiava por ter se casado com Lúcio, odiava por ter amado ele.

Se não fosse por ela, como tudo isso poderia ter acontecido?

Papai não teria se irritado e entrado em estado de choque, mamãe também não ficaria tão assustada.

Se ela tivesse sido sincera com os pais, será que tudo isso não teria acontecido?

Gabriela tinha se perdido em pensamentos, quanto mais pensava mais culpa e ódio se sentia. Ela apertou mais ainda os ombros da Gisela, a acalmando com carinho. E desesperadamente dizendo a si mesma para ser corajosa e não se abater.

Porque agora, ela é a única que pode sustentar esta casa.

Gisela não falou mais nada, apenas abraçava a filha e soluçava.

Neste momento, o tormento da espera dominava tudo.

Um tempo depois, Gabriela percebeu algo de errado. Logo entrou em pânico, apavorada olhou para Gisela. Ela estava pálida como um fantasma e com os olhos pesados e fechados.

- Mãe? Mãe, você está bem? Mãe?

Gabriela chamava Gisela, mas não importava o quanto berrava, ela não a respondia.

Assustada com o corpo todo tremendo, ela colocou o dedo por baixo do nariz da Gisela.

Felizmente ela respirava!

Enquanto ria de alegria, chorava de preocupação ao mesmo tempo. Ela apertava Gisela nos seus braços, e berrava à enfermeira que passava por lá.

- Poderia chamar o doutor? Chame o doutor, rápido!

Em seguida a enfermeira chamou o doutor, e levaram Gisela para uma ala. Após examinar, o doutor diagnosticou que era a extrema tristeza que tinha causado o desmaio. Com isso, Gabriela ficou aliviada.

Ainda bem que não fosse nada.

Logo o doutor e a enfermeira saíram. Gabriela segurava as mãos da Gisela e a olhava com os olhos marejados.

- Mãe, tem que ficar bem. Senão, o que farei sozinha?

Gabriela se sentiu afortunada, ela esfregou as mãos de Gisela no seu rosto com muito carinho.

Por um lado, ela tinha que ficar como companhia de Gisela, e por outro, estava preocupada com Sandro.

Quanto mais tempo se passava, mais atormentada se sentia. Ela queria se partir em duas, uma dela aguardando na sala de emergência, e a outra dela próxima à Gisela.

Mas ela não podia.

Gabriela estava com raiva de si mesma.

Neste momento, o celular dela tocou.

Era Glauco.

Ela fixou os olhos no celular por um longo tempo, mas não atendeu. Depois o desligou e guardou no bolso. Não queria saber de nada relacionado a ele agora.

Glauco fechou a cara ao ser recusado por ela.

Na frente dele estava um jornal, na manchete, estava a notícia sobre Lúcio e Gilda, em destaque: "O beijo quente entre os dois", "O caso sexual tarde da noite", e vários outros tópicos exagerados.

Ele estava preocupado com Gabriela, mas essa gatinha se atreveu a desligar o celular.

Glauco começou a rir de tanta raiva, ele deu uma mexidinha nos dedos, e ligou para um outro número.

Quando ele estava interessado em saber a respeito de algo, nada o impediria. Então rapidamente ele soube dos acontecimentos da Família Rocha. Imaginando gatinha sozinha no hospital, Glauco não pôde mais se conter.

Ele dirigiu o mais rápido possível até chegar lá.

Uma hora tinha se passado, finalmente Gisela acordou, e devagarzinho abriu os olhos.

Gabriela ora ria e ora chorava de alegria, segurando as mãos da mãe com muita força.

- Mãe, está bem? Como você está se sentindo, alguma parte está doendo?

Gisela ficou frustrada pela fraqueza do corpo, como podia ter desmaiado uma hora dessas e dar mais trabalho para a filha. Vendo os olhos avermelhados da filha, sentiu seu coração partido.

- Estou bem, me desculpe por ter deixado você preocupada.

- Não faz mal, desde que você esteja bem.

Gisela sorriu, levantou a mão e enxugou as lágrimas da filha.

- Como está o seu pai?

- Ele ainda está na sala de emergência.

A felicidade que Gabriela tinha sentido não durou muito, logo a realidade a consumiu de novo. Ela abaixou a cabeça, com medo de encontrar o olhar de Gisela.

A sensação de arrependimento inundava o coração dela.

Ela era culpada.

- Mãe, me desculpe, realmente sinto muito. É culpa minha, foi tudo minha culpa. Se não tivesse me apaixonado por Lúcio, se não tivesse me casado com ele, nada disso teria acontecido, foi tudo minha culpa. Bata-me, por favor!

Gabriela falava desesperadamente enquanto segurava com muita força as mãos da Gisela.

- Menina boba, não foi sua culpa. Eu também não percebi que Lúcio é um homem desses, e a Gilda, não fizemos nada de errado a ela, mas ela não para de prejudicar a nossa família.

Gisela estava arrependida, na época ela tinha ficado com o coração amolecido e permitiu que Sandro trouxesse Gilda para a família.

- Me desculpe.

Gabriela não sabia mais o que dizer, apenas se desculpava sem parar.

Gisela acariciou de maneira carinhosa os cabelos dela, não podia imaginar o quanto a filha tinha sofrido esse tempo todo sem que ela soubesse.

Gostaria de perguntar o que tinha acontecido, mas estava com receio de que isso poderia machucá-la, então só podia se segurar.

- Bom, estou bem, não precisa ficar aqui. Vá procurar o seu pai, ande.

- Está realmente se sentindo bem?

- Fique tranquila, estou bem.

Gisela falou sorrindo.

Gabriela estava preocupada com Sandro, então ela acenou a cabeça e saiu.

Ainda parada na porta, ela virou a cabeça e olhou para Gisela.

Gisela sorriu para ela.

Gabriela retribuiu o sorriso e saiu. No momento em que fechou a porta, sem controle, lágrimas quentes começaram a escorrer pelo seu rosto silenciosamente.

Ela levantou a mão querendo enxugá-las, mas uma outra mão surgiu e segurou a dela com rapidez.

Era uma mão um pouco fria, mas ela reconhecia a sensação daquele toque.

Gabriela ergueu a cabeça, e ainda com os olhos repletos de lágrimas, ela viu o rosto de Glauco.

Ela ficou atordoada, sem poder dizer uma única palavra por um longo tempo.

- Você chorou? - Glauco franziu a testa, ele estendeu a mão e enxugou as lágrimas do rosto dela, e de forma repugnante falou -, que feia.

Assim que Gabriela voltasse a si, olhou enfurecida para ele.

- Ninguém mandou você ver!

Se me acha feia, basta fechar os olhos!

- Tudo bem, mesmo sendo feia você me pertence.

Glauco sorria suavemente, no momento em que Gabriela pretendia empurrá-lo, ele a puxou até seu peito e a abraçou com toda a força.

Ele encostou o queixo na cabeça dela e esfregou levemente.

- Não tenha medo, estou aqui.

Ao ouvir essas palavras, Gabriela, que resistia e lutava contra seus pavores, não aguentou mais. O coração dela desmoronou na hora e as lágrimas caíram sem piedade.

Ela estava cansada e com medo.

O pai estava na sala de emergência, a mãe havia desmaiado, ela estava apavorada.

Gabriela achava que podia aguentar, mas no momento em que viu Glauco, e depois de ele ter a abraçado, ela sentiu muita vontade de cair num choro desesperado.

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