O tio do marido vem me seduzindo romance Capítulo 58

Depois de desatar em choro, parecia que o pânico e a inquietação tinham sido expulsos para fora em forma de lágrimas. Gabriela se sentiu aliviada e corajosa, capaz de enfrentar todos os obstáculos do caminho.

Percebendo que ainda estava nos braços de Glauco, e que tinha molhado a camisa dele, Gabriela ficou envergonhada com o rosto vermelho como um tomate. Com a cabeça abaixada, ela empurrou Glauco sem coragem de olhar para ele.

Sentada no banco, Gabriela não tirava os olhos da porta da sala de emergência.

Estava tão concentrada, que até ignorou Glauco, que estava parado do lado dela.

- Minha pequena ingrata.

Glauco riu e se enraiveceu ao mesmo tempo, enquanto falava se aproximava para sentar ao lado dela. Mas ela se moveu para outro canto num piscar de olhos, querendo manter a distância entre os dois.

- Que foi? Minutos atrás você ainda chorava nos meus braços, e agora já quer fingir que não me conhece?

Droga! Foi só uma choradeira, mas as palavras saindo da boca dele dessa forma estavam dando a impressão de que ela tinha o abandonado.

Este homem tem espinhos.

Ainda sentada, Gabriela revirou os olhos internamente.

Glauco parou com as brincadeiras, apenas ficou sentado do lado dela em silêncio.

O tempo passou, mas dessa vez tinha a companhia de alguém, os tormentos da espera tinham desaparecido completamente.

Finalmente, a porta da sala se abriu e o doutor saiu.

- Doutor, como está meu papai?

Gabriela levantou bruscamente, e se apressou para chegar até o doutor.

- O paciente sofreu um Hemorragia Cerebral, mas foi salvo a tempo, por isso ficará bem. Mas isso é perigoso, é preciso evitar qualquer tipo de agitação no futuro.

- Como pode ser assim?

Gabriela estava pálida, falando sozinha, não podia acreditar no que o doutor havia dito.

Acostumado com a morte, o doutor apenas falou o necessário, sem nenhuma expressão no rosto e saiu.

Gabriela ainda estava perdida em seus pensamentos.

Glauco deu um passo para frente, segurando os ombros dela e a consolando, ele falou:

- Sandro está bem, não fique ansiosa. Ele só precisa descansar o suficiente para se recuperar, depois é só ele tentar segurar seu temperamento e manter a calma.

- É verdade? Isso é verdade?

Gabriela segurou nos braços de Glauco, ergueu a cabeça e olhou.

No fundo dos olhos dela só tinha fé por ele, como se ele fosse a última esperança.

- Acredite em mim.

Glauco agarrou a mão dela, e quando ninguém estava olhando para eles, deu um beijo suave.

Em seguida Sandro foi levado para fora.

Gabriela não tinha mais cabeça para outras coisas, estava ocupada demais seguindo a enfermeira até a ala. E Glauco foi ajudar nos procedimentos de hospitalização de Sandro.

A ala de Sandro ficava no andar acima da de Gisela, era um quarto VIP.

Depois de deixar tudo em ordem, Gabriela desceu para procurar Gisela.

- Gabriela, o seu pai está bem?

- Está tudo bem.

Gabriela sorriu para Gisela, tentando dar a impressão de que nada sério havia acontecido. Não queria que ela entrasse em pânico de novo, então decidiu manter em segredo. Ao ouvir isso, Gisela ficou tranquila, levantou a colcha e desceu da cama.

- Mãe, para onde você está indo?

- Quero ficar com o seu pai.

Apesar de estarem casados por muitos anos, o amor e a paixão entre eles ainda eram como de recém-casados, eles eram inseparáveis.

- Deixa eu ajudá-la.

O quarto VIP em que Sandro estava, além de ter uma cama de hospital, tinha ainda uma cama para o acompanhante. Então não teria nenhum problema Gisela ficar ali.

Assim que saísse da ala, encontraram Glauco parado no corredor.

Apesar de Gisela não ter visto ele muitas vezes, ela o reconhecia.

Ela ficou surpresa ao vê-lo, e perguntou:

- Sr. Glauco? O que o senhor está fazendo aqui?

- A senhora está sendo muito gentil, não me chame Sr. Glauco, basta me chamar direto pelo nome.

Glauco sorriu, mas observava Gabriela pelo canto dos olhos. Tinha acertado, gatinha tentava esconder o máximo a sua ansiedade.

Precisava ficar tão apavorada que alguém pudesse descobrir algo?

- Não estou me sentindo bem, por isso vim dar uma examinada, não esperava encontrar a senhora aqui. Está tudo bem com você?

- Não foi nada, obrigada por perguntar.

Gisela respondeu educadamente.

Ela estava preocupada de todo o coração com Sandro, não estava com ânimo de continuar a conversa.

- Desculpe, preciso ir.

Os sentidos dela diziam que não estava gostando de Glauco. Apesar de ser irracional, ela estava muito ansiosa.

- Tudo bem, estou indo também.

Glauco falou sorrindo, e obviamente, também tinha percebido que Gisela não gostava dele.

Após se despedir, ele saiu pelo corredor.

Vendo as costas de Glauco se afastarem, Gabriela ficou com a consciência pesada. Ele tinha vindo para ajudar, mas...

Inconscientemente ela mordeu os lábios, nem mesmo ouviu Gisela chamando por ela.

- Gabriela? O que foi? Você deve estar cansada, precisa descansar um pouco.

Gisela achava que talvez fosse o cansaço que havia distraído ela.

- Mãe, estou bem, vamos subir.

Elas não tinham ideia de quando Sandro acordaria, por isso tinham que ficar atentas a todo momento.

- Gabriela, como o seu pai ficou doente, agora a empresa está em sua responsabilidade. Mesmo sentindo pena de você, não temos o que fazer. Há muitos funcionários experientes que trabalharam por vários anos com o seu pai, qualquer dúvida pergunte a eles. Faça o que for possível, entendeu?

- Eu entendo, mãe.

Gabriela sorriu e abraçou Gisela:

- Você também, tenta não se esforçar demais, cuidar do papai será um trabalho.

- Não me importo com isso, só quero que seu pai acorde logo, e fique saudável. Meu corpo é fraco, se o seu pai...

- Não, não vai.

Vendo que as lágrimas de Gisela estavam prestes a caírem, Gabriela abraçou a mãe e a consolou.

Demorou um tempo para Gisela se acalmar, depois ela deu umas tapinhas na mão de Gabriela.

- Estou bem, vá descansar, você teve um dia difícil.

- Está tudo bem comigo, sou jovem e saudável, um pouco de cansaço não incomoda. Mãe, é melhor descansar mais um pouco. Só depois que você se recuperar que posso ficar tranquila em deixar você aqui com o papai.

Gisela não recusou, ela sabia que Gabriela estava certa.

Pela sua filha, pela sua família, ela tem que se cuidar.

Vendo a palidez no rosto de Gisela, partiu o coração de Gabriela.

E assim ficaram até o anoitecer.

Gabriela estava indo comprar o jantar. Quando saiu do quarto, encontrou uma enfermeira vindo em sua direção.

- Srta. Gabriela? Senhor Barreto me pediu para entregar a você.

A enfermeira segurava três marmitas térmicas, e tinha um recadinho colado em cima, explicando a quem pertencia cada marmita.

Sem dúvida, isso só poderia ser obra do Glauco.

Por um instante, Gabriela ficou sem palavras. Não tinha como expressar o que estava sentindo no momento.

Parecia que uma corrente de ar quente percorria todo o seu corpo, a deixando feliz e segura.

- Muito obrigada.

Após agradecer a enfermeira com um sorriso, Gabriela voltou ao quarto.

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