O Velho e a Menina: Amor Além do Tempo romance Capítulo 23

No dia seguinte, um domingo,

Keila foi à biblioteca antes de todos da família Castelo acordarem e comprou alguns livros didáticos do primeiro e do segundo ano do ensino médio.

Ela chegou à escola pontualmente às nove horas e, quando Heitor a viu na porta da sala de aula, não pôde deixar de ajustar os óculos e dar uma rápida olhada do lado de dentro.

Depois de confirmar que se tratava de Keila, ele ficou um pouco perplexo, pois ela parecia ter se comportado bem recentemente.

Lorena notou imediatamente a marca no rosto de Keila. O inchaço havia diminuído, mas ainda havia sinais de roxo e até um pouco de preto.

Ela sussurrou: "Seu tio bateu em você?"

"Não. Ele não é meu tio."

Keila pegou seu livro de literatura, virou para a página que precisava memorizar e explicou: "Foi um acidente."

"No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra...."

Lorena não acreditou, pois era claramente uma marca de mão. No entanto, não era um bom horário para conversar, então começou a recitar o poema clássico junto com ela.

Quando a última pessoa chegou à sala, Heitor se posicionou na frente, bateu palmas e informou: "Semana que vem é o Dia do aniversário da escola, e ainda não decidimos o que nossa turma vai apresentar. Alguém pode se oferecer como voluntário?"

"Se ninguém se manifestar, teremos que escolher alguém aleatoriamente."

Ninguém gostava de participar dessas coisas, uma vez que era muito mais descontraído do que se expor em um evento esportivo.

Afinal, a chance de ser escolhido era muito menor.

Vendo que ninguém se ofereceu, Heitor ligou o projetor e comentou: "Vamos ver quem será o corajoso desta vez."

Imediatamente, todos na classe olharam para o projetor e, quando Heitor clicou no mouse, os nomes da classe começaram a rolar até que ele clicasse novamente.

O rolamento parou.

Todos na classe olharam em uma direção.

Lorena viu o nome de Keila e silenciosamente olhou para o lado, onde a garota ainda estava recitando o poema, como se o assunto não tivesse nada a ver com ela.

"Sim, eu posso ajudá-la." - disse Fernanda com entusiasmo.

Enquanto isso, na família Castelo

Depois do jantar, Narciso esperou com Antonio a chegada do médico da família.

Antonio costumava ler o jornal todas as manhãs: "As pessoas hoje em dia não têm senso de honra ou vergonha! O tio gosta de sua sobrinha! Se eu fosse o pai dele, eu me levantaria do túmulo só para lhe dar um tapa."

Narciso estremeceu um pouco e, depois de alguns segundos, comentou friamente: "Por que ele ainda não chegou?"

"Se você tem algo urgente, pode ir. Não sou uma criança que precisa de companhia."

Antonio fez um gesto para que ele saísse e voltou sua atenção para o jornal, murmurando: "Absurdo."

O silêncio tomou conta da sala de estar...

Depois de alguns dias na casa da família Castelo, Keila só tinha visto Narciso no início e nunca mais depois disso.

Com a aproximação do evento do aniversário da escola, ela decidiu deixar a porta de seu quarto aberta para que pudesse ver Narciso assim que ele chegasse.

Depois de um tempo, o sono começou a chegar, ela esfregou os olhos e olhou para o celular: era quase uma da manhã.