O Vício de Amor romance Capítulo 157

Vanderlei e Aline olharam para a porta, quase ao mesmo tempo.

Jorge estava em pé, na entrada. A luz acima criou uma sombra que obscureceu grande parte de seu rosto. Os seus dedos finos estavam brincando com o botão da manga. As mangas dobradas deixavam expostos os seus fortes antebraços.

Jorge estava tão calmo que deixou Aline com medo, pois ela sabia muito bem o que ele faria.

O coração dela batia muito forte:

- Se você me matar, nunca vai saber onde ela está.

Jorge ergueu os lábios:

- Van, saia daqui.

Vanderlei não ousava se mexer. Se Jorge matasse Aline por impulso, teria um grande problema.

- Olhe...

- Sai!

- Quero ver meu advogado! - Aline entrou em pânico.

Ela queria fugir, mas as suas mãos estavam algemadas e ela estava presa na cadeira, sem poder se mover.

- Você não tem provas de que eu peguei Natália. É um crime se você me bater agora! - Aline gritou, em pânico.

- Vanderlei, tire ele daqui agora!

Vanderlei virou as suas mãos para cima:

- Sinto muito. Mas não consigo fazer nada.

Dito isso, ele saiu da sala de interrogatório. Era óbvio que ela não diria nada se não fosse forçada.

Vanderlei saiu da sala de interrogatório e fechou a porta.

- Jorge, calma aí.

Aline estava tomada pelo medo.

Ela temia ser morta por ele.

Jorge olhou de cima para ela e estendeu a mão para levantar o queixo dela. Ele fitava o rosto dela com atenção e os olhos ficaram cada vez mais frios:

- Você disse que era você naquela noite.

O coração de Aline estava batendo muito forte:

- Você... O que você está dizendo? Não entendi.

Ele… Não é possível ele saber a verdade sobre aquela noite. Os que sabiam já morreram. Quem está vivo guardará o segredo por ela.

Ele não vai saber! Nunca saberá!

- Não entendeu? - Jorge mostrou repúdio.

- Te digo, eu nunca fiz sexo com você.

Jorge acreditou nela, porque ela tinha salvado ele antes. Assim, ele não foi investigar o que aconteceu naquela noite.

Mas, foi justamente por causa disso que ele perdeu Natália.

Foram seis anos perdidos.

A força dos dedos de Jorge era tão grande que Aline não conseguia aguentar e ficou tremendo de dor.

Olhando ferozmente para ela, Jorge empregou cada vez mais força nas pontas dos dedos. Aline gritou o nome dele, chorando. Mas, mal tendo articlado uma palavra, ele a fez fechar a boca com os dedos.

- Quem você fingiu ser?

Os olhos de Aline ficaram maiores, com espanto. Ele já sabe?

Como ele ficou sabendo?

Como é que é possível?

As lágrimas caíram dos olhos de Aline e ela soltou uma risada forte:

- Já que você sabe, não vou guardar mais o segredo. Pois, não fui eu naquela noite, foi uma mulher que encontrei.

Ela olhou para Jorge, com rancor:

- Fui eu que te conheci primeiro. Eu até te salvei, na infância. Mas você não me deu um nome digno, mesmo que me mantivesse ao seu lado. Sabe? Eu também sou uma mulher. Preciso que alguém me ame e cuide de mim. Mas você nunca me deu isso. Depois, quando você foi envenenado, eu sabia que era minha chance. Mas, naquela época, eu já tinha perdido a virgindade. Por isso, paguei para encontrar uma mulher virgem local. Mandei-a para o quarto e esperei até ela sair. Depois, eu entrei no quarto, criando a ilusão de que fui eu, para te fazer pensar que eu perdi a virgindade com você e que a responsabilidade era sua.

Ela sorriu:

- Pelo que aconteceu, ganhei a aposta. Você sentiu remorso em relação a mim e assumiu a responsabilidade. Você me tratava bem e até fez a promessa de se casar comigo.

Daí ela ficou cabisbaixa:

- Tudo foi como eu tinha planejado, exceto por aquela mulher. Eu não sabia que ela não era de Atalaia, mas de Santa Cruz. Além disso, o que me pegou de surpresa foi que ela era a mulher com quem você estava comprometido. Por isso, eu fiquei em pânico. Eu tinha medo de você descobrir quem ela era e te disse que eu estava grávida. Depois, fingi sofrer um acidente de carro e ter um aborto espontâneo. O meu objetivo era que você se divorciasse dela.

Ela olhou para ele, sorrindo:

- Entende? Para ela desaparecer por completo do seu mundo, eu também arranjei um acidente de carro para ela. Ela tinha que experimentar a dor que eu sofri. Eu queria que ela morresse naquele acidente, mas ela teve sorte e fugiu, no entanto...

Ela sorriu, maquiavélica:

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