O Vício de Amor romance Capítulo 170

Renata virou e saiu assim que terminou. Marcelo correu atrás dela e disse:

- Espere um pouco.

Ela falou sem paciência:

- O que você quer?

Marcelo a entregou seu cartão de visitas:

- Se precisar de algo, pode me contatar. Assim que eu souber de alguma coisa, irei à loja te informar. Por favor cuide da loja enquanto isso.

Renata olhou para Marcelo, ele tinha uma expressão sincera. Ela acabara de retornar a Santa Cruz e não conhecia ninguém. Ela dependia deles para achar Sra. Natália. Além disso, ela também queria ficar a par da busca por Natália.

Ela aceitou o cartão de visitas e disse:

- Obrigada, a Sra. Natália sempre foi muito boa comigo, cuidarei bem da loja durante sua ausência.

Marcelo acenou a cabeça, enquanto procurava um pretexto para levá-la.

- Como você veio? Posso te levar?

- Vim de carro - Renata guardou o cartão de visitas e disse:

- Tchau.

Ela foi caminhando em direção ao carro, assim que terminou de falar.

Marcelo coçou a cabeça e suspirou, por que é tão difícil obter a sua atenção?

Ele nunca precisou fazer tanto esforço para conseguir uma mulher.

Ele balançou a cabeça para esquecer aqueles pensamentos e foi caminhando até o elevador. O elevador parou no seu andar e a porta se abriu. Justo quando Marcelo ia entrar no elevador, a pessoa que descia do elevador o fez parar.

- É você.

Ele falou com frieza:

- O que você está fazendo aqui?

Ariel moveu os lábios e disse:

- Acredito que o que eu faça não é da sua conta.

Por mais que a família Werner já não seja a mesma de antes, seu status e sua reputação não pode ser desrespeitado por um mero advogado como ele.

Marcelo franziu as sobrancelhas, olhou para ele com frieza e entrou no elevador.

Ariel arrumou o seu terno e seguiu o seu caminho.

Ele não fez caso para Marcelo.

Marcelo pensava consigo, Jorge vai querer matar a Aline, é impossível que Ariel não saiba que sua irmã foi presa por causa de Jorge.

A sua dúvida era, o que ele queria vindo até aqui?

Declarar guerra ao Jorge ou pedir para que ele retire a acusação?

Marcelo ainda não terminou o seu pensamento, mas a porta do elevador já se abriu. O clima do escritório estava pesado.

Será que toda empresa estava sob clima pesado devido ao mau humor do chefe?

Marcelo encolheu o pescoço involuntariamente, apesar de não estar frio.

Chegando na porta, ele bateu, e só abriu a porta após a indicação para entrar veio de dentro.

A enorme sala de escritório parecia estar vazia, se ele não tivesse avistado alguém atrás da mesa, teria achado que não havia ninguém no escritório.

Marcelo fechou a porta ao entrar, caminhou até a mesa e perguntou:

- O que Ariel veio fazer aqui?

Antes mesmo de Jorge responder, ele especulou:

- Ele veio te provocar?

Mas ao pensar no comportamento de Ariel nos últimos anos, ele acha que ele não teria coragem de declarar guerra ao Jorge.

Mas se Ariel realmente fosse competente, a família Werner não estaria na condição de hoje.

Jorge olhou para ele, e passou um documento para frente do Marcelo.

Marcelo pegou e folheou o documento, tratava-se de um contrato de parceria. Contrato de parceria não é algo raro nesse ramo, mas o peculiar deste contrato é que ele foi assinado pelo Ariel, e tratava-se de um terreno importante da família Werner.

A família Werner possui um terreno em Belo Mato. Esse terreno é uma herança de família, apesar da propriedade estar abandonada, a localização é ótima.

- Ele quer formar parceria com você para construir um centro comercial nesse terreno? - Marcelo acho muito estranho.

Além de não tratar Jorge como inimigo, ele está oferecendo seu terreno para formar parceria com Jorge?

- Sempre ouvi falar que quando se trata de negócios, a ganância faz com que um se esqueça do passado. Estou vendo isso de perto agora. Mas estou curioso para saber, você aceitou?

- Por que eu não aceitaria? - Jorge se levantou e foi até a janela de piso ao teto, a sombra prolongada de seu corpo caía ao chão.

Ariel veio procurá-lo hoje para obter a sua simpatia, mas se a família Werner se intrometer no assunto da Aline, eles vão se ver com ele.

Desde que soube que o sumiço de Natália está ligado à Aline, ele fez vários preparativos, principalmente para uma possível confrontação com a família Werner.

Afinal, Aline é o membro da família Werner, quem sabe, talvez eles queiram confrontá-lo para tentar protegê-la.

Agora que Ariel veio pedir simpatia, ele poderá deixar o caso da Aline nas mãos do Coronel Vanderlei e Marcelo. Ele precisa de tempo para procurar por Natália.

Quanto mais tempo passar, menor são as chances dele achar Natália em condições boas.

Ele não tem tempo para lidar com a família Werner.

- Sacrificando a Torre para proteger o Rei - comentou Marcelo, com desdém.

- Será que não existe nenhuma piedade entre famílias ricas?

Marcelo olhava secretamente para Jorge enquanto falava.

A mãe de Jorge também era de uma família rica. Quando ela casou com o Angelo Marchetti, uniu-se duas famílias nobres. No entanto, como casal, eles não tinham uma relação amorosa de se invejar.

Pouco depois de seu falecimento, Angelo Marchetti casou-se novamente.

Esse assunto sempre foi um empecilho na relação entre o pai e o filho.

Jorge o encarou.

Marcelo tossiu seco, não é hora de tocar nesse assunto, ele se ajeitou e disse:

- Já planejei tudo com Van, não se preocupe com esse assunto, pode deixar conosco. Ele não está a toa, tentou tirar informação da Aline para saber onde está Sra. Natália, mas ela não está colaborando.

Vanderlei já tentou de várias formas.

Marcelo pensava, será que uma mulher invejosa realmente pode fazer alguma crueldade?

Larissa achava que ia ao encontro de Jorge. Ela ficou toda animada e se levantou de pronto esquecendo-se de seu machucado no pé.

- Ele está me esperando?

Lucas apertou os lábios e disse:

- Aham.

- Está vendo, você não quis me respeitar, ficou surpreso, não é? Agora você sabe da importância que Jorge dá para mim. Eu lhe dei dois filhos, estou destinada a fazer parte da família Marchetti. Basta eu sussurrar em seu ouvido, para ele se livrar de você -. Larissa falava com grosseria e cada vez pior. Ela estava zangada, pois Lucas não a deixava sair e também não a tratava com o respeito que merecia.

Larissa sempre teve um jeito prepotente, agora que ela tinha o respaldo do Jorge, ficou ainda mais arrogante. Além de Lucas não a bajular e agradar, ele ainda a tratava mal, fazendo que ela o odiasse.

Ela sabia que ainda não era momento, se não, ela já teria ido até Jorge e pedido para que ele mandasse o Lucas embora.

Lucas olhava para o seu jeito prepotente e riu:

- Estou esperando para ver.

A cara de Larissa ficou ainda mais feia.

Ela decidiu que assim ela ganhasse controle da situação, a primeira coisa que fará seria mandá-lo embora.

- Me segure, não está vendo que meu pé está machucado? Você não é o assistente de Jorge? Não tem nem um pouco de bom senso?

Lucas estava sem vontade de discutir com ela, ele esticou o braço para lhe dar apoio.

O elevador os levou até o lobby do hotel, eles atravessaram o lobby e chegaram até o estacionamento. Quando Lucas foi entrar no carro, Larissa falou com ironia:

- Você não tem noção do seu dever?

Lucas olhou para trás, qual é o problema dela agora?

- Abra a porta para mim! - ela o encarou.

Lucas a encarou por alguns segundos, e por fim, abriu a porta para ela.

Larissa grunhiu e entrou no carro.

- Não sei como conseguiu tornar-se o assistente de Jorge sendo estúpido assim.

Lucas mordeu a bochecha e mexeu os lábios.

Vamos ver se ela vai continuar arrogante assim quando chegarmos lá.

Ele ligou o carro.

Quando se preparava para o seu disfarce, Larissa procurou saber das pessoas relacionadas ao Jorge e também do Grupo Maré.

Ela se deu conta de que Lucas não estava indo em direção ao Grupo Maré.

Ela franziu as sobrancelhas:

- Jorge não está na empresa? Aonde você está me levando?

Lucas a olhou com frieza no retrovisor, e respondeu:

- Você vai ver quando chegar.

Logo o carro parou, Larissa reconheceu o lugar, ela encolheu e disse com tremor:

- Por que me trouxe até aqui?