O Vício de Amor romance Capítulo 203

- Vocês são...

- Sr. Sérgio, estamos aqui para aprender o artesanato de cetim Charmeuse. - Luiz explicou suas intenções.

O olhar do Sérgio percorreu neles à porta. Ele semicerrou os olhos, o olhar dele era ambíguo, e as rugas ficaram mais evidentes. Ele se virou e entrou na sala:

- Entrem.

A sala de estar não era grande o suficiente para caber todos, os guarda-costas não entraram e guardaram na porta.

Mesmo assim, o espaço ficou lotado como a entrada desses estranhos.

A decoração da casa também era simples, com uma mesa no centro e algumas cadeiras aos dois lados. Na parede, pendurou-se umas fotos de paisagem. Umas novas cestas de vime estavam deixados no canto. Sérgio sentou-se, pegou um cachimbo artesanal.

- Quem de vocês quer aprender?

Natália deu um passo à frente, segurando a mão de Matheus, e disse sinceramente:

- Queria aprender com o Sr. como confecionar cetim Charmeuse. Se o Sr. aceita, gostaria de convidar o Sr. para trabalhar na nossa loja como responsável técnico. O Sr. pode dar uma proposta sobre o salário...

Sr. Sérgio tomou um fumo profundo. Com a fumaça evacuando, o limitado espaço se encheu de um cheiro único, ao contrário do cigarro vendido no mercado, o cheiro do cigarro artesanal emanou uma fragrância de erva.

Jorge franziu a testa ligeiramente. Se não fosse por causa de Natália, ele nunca viria a tal lugar.

Através da fumaça, Sr. Sérgio examinou Natália com atenção. No final, seu olhar pousou na pulseira em seu pulso, então virou para Luiz, que acenou para Sr. Sérgio.

Sr. Sérgio disse:

- Posso te ensinar, mas não vou sair daqui.

A interação entre Sérgio e Luiz era muito secreta, mas Jorge, que parecia nunca ter prestado atenção, estava claramente ciente disso.

Ele curvou os lábios de leveza.

Ele queria ver o que Luiz queria fazer para trazer Natália até aqui.

Ele permaneceu quieto, comportando como um estranho que nunca se envolveu nisso.

- Pode ser. - Natália concordou.

- Vai ser muito difícil aprender, você tem determinação? - perguntou Sérgio.

- Natália, que tal eu aprendo? - Renata se aproximou:

- Você tem que cuidar de seus dois filhos, e precisa de você na loja, que tal deixar isso comigo? - Ela notou algo e explicou:

- Eu não pensei em segurar esta habilidade em minhas mãos...

- Eu sei.

Natália acreditou nela e nunca duvidou de seus motivos.

Sérgio ignorou Renata e disse sucintamente:

- Eu só ensino ela.

Num instante, a sala ficou em silêncio.

- Você só aceita apenas uma aprendiza? - Marcelo achava isso engraçado. Ainda existia esse tipo de pessoa hoje em dia? Não estavam nos tempos antigos que transmitia o segredo de técnica para apenas uma pessoa. Ele era apenas um artesão que produzia tecidos, ainda escolhia aprendizes?

Ele só aceitou Natália. Será que ele percebeu o talento de Natália nessa área?

Sérgio estava muito calmo, ignorando Marcelo, olhou para Natália:

- Se você quer aprender, você tem que me respeitar como mestre, assim eu vou te ensinar o artesanato da confecção de tecidos.

Natália pensou: por que ele me escolheu?

Também ficou surpresa.

Sentiu-se um pouco inquieta, então não concordou imediatamente.

- Eu não sei o que você viu na minha esposa, por que você a escolheu? - Uma voz baixa soou do fundo da sala. Ele não olhou para ninguém, estava brincando com sua filha, como se não houvesse nada neste mundo que despertou seu interesse mais do que sua filha.

Sérgio lançou um olhar a ele, mirando aquele rosto lindo atrás dos raios de luz. A mão que segurava o cachimbo tremia, ele disse com calma:

- Ela tem essa qualificação.

- A sério? - Jorge finalmente ergueu as pálpebras e por acaso encontrou o olhar de Sérgio, que não esperava que Jorge levantou a cabeça de repente.

Ele tossiu para desviar a visão.

- Parecem que não acreditam em mim, enquanto eu também não quero ensinar pessoa que não seja sincera. Podem ir embora. - Depois de falar, Sérgio se levantou, abriu a porta lateral e entrou no quarto.

- Espere. - Natália o impediu, pensou que esse tipo de velho artesão podia ter um temperamento estranho.

Como estilista de moda, ele não só era sensível ao estilo das roupas, mas também ao tecido.

Se ela dominar a técnica, seria de grande ajuda para o desenvolvimento futuro de sua loja.

Luiz mantinha o sorriso no rosto:

- Presidente Marchetti, o que você quer dizer com isso? Apenas apresentei a Sra. Natália um artesão, que plano eu tenho?

Jorge avisou:

- Ninguém que me enquardou pode sair em paz. Você sabe bem o objetivo desta viagem.

Depois de falar, ele pegou a mão de Natália e saiu da casa de madeira.

Natália o seguiu obedientemente, porque ela também tinha algo a dizer a ele.

Parando perto da ponte, Natália falou primeiro:

- Você está com raiva?

A voz de Jorge estava fria:

- Se precisar de dinheiro, eu posso te dar...

- Seu dinheiro é seu, e não importa quanto você tenha, não é meu. - Natália o interrompeu, com uma atitude excepcionalmente determinada. Ela soube o que Jorge diria a seguir:

- Você quer dizer, você pode cuidar de mim, eu não preciso me preocupar com dinheiro?

Jorge a encarou fixamente.

Sem dúvida, ele realmente pensava assim. Contanto que ela quisesse, ele poderia dar a ela qualquer coisa.

Dinheiro, posição, estado social.

Natália sorriu:

- Eu também tenho meus sonhos, consigo viver sem você. Não quero me perder quando estiver com você. Não quero me esconder de você, eu não me sinto segura o que você me dá. Receio que seja um sonho ou uma ilusão, e desaparece assim que eu acordo.

Ela se virou para os vinhedos volumosos na colina, seus pensamentos voando para longe:

- Eu passei os tempos envergonhados e miseráveis. Eu pessoalmente experimentei o desamparo e a impotência...

Se ela pudesse, seu irmão Nicolas poderia não morrer naquele momento. Ela estava com medo, com medo de que algo parecido acontecesse de novo, e ela ainda estava indefesa.

Jorge mordeu os dentes:

- Você não percebeu que aquele mestre e Luiz têm outras intenções?