O Vício de Amor romance Capítulo 205

O idoso reservou:

- Vai saber quem é ela quando a encontrar. Agora, coma.

- Então, quando ela vai chegar? - perguntou Natália.

Ela estava com excitação e até começou a adivinhar.

- Eu a conheço?

- Você anda sempre com calma, por que agora perdeu a paciência? - o idoso falou com voz séria:

- A falta de paciência nos momentos cruciais prejudica os grandes planos.

Então, ele se levantou e disse:

- Bom apetite. Vou voltar para quarto.

Natália acenou a cabeça. Foi ela que agiu impulsivamente. O que ele disse já significou que ele estava disposto a contar tudo que soube.

Agora, bastou esperar com calma até à chegada de irmã dele. Até então, talvez todas suas dúvidas sejam esclarecidas em breve.

Comparando com a tranquilidade do pátio traseiro, o da frente era muito mais animado.

Como Natália ficou, Luiz também não saiu. Ao invés de ser acompanhado por amigos como Jorge, Luiz tinha apenas seu braço direto, Bruno Cardoso, parecia fraco.

O riacho corria, a água se brilhava como se inúmeras estrelas caíssem nele.

As crianças estavam jogando xadrez com Marcelo e Renata enquanto Jorge se punha sozinho na ponte, olhando para a casa do pátio traseiro.

Sendo diferente da cidade onde eram iluminados todos os cantos, aqui no subúrbio, desde que chegasse a noite, ficava na escuridão. Só quando a lua não estivesse coberta por nuvens, podia-se enxergar o redor.

No momento, o pátio traseiro estava escuro e assim, Jorge não viu nada, nem sequer Natália. No entanto, com as mãos nas bolsas, ele não retirou seu olhar como se estivesse à espera do surgimento dela.

- Nem pensei que Presidente Marchetti tinha relação tão meiga com sua esposa. - Luiz rolou sua cadeira de rodas e a parou à beira do rio, sorrindo.

- Dizem que a saudade triplica com um dia da separação.

Sob efeito de luz flutuante, a cara de Jorge ficou ora clara ora sombria. Ele se virou e olhou para baixo, dizendo:

- Ao meu ver, se Presidente Lemann está tão interessado em assuntos alheios, é melhor trabalhar como paparazzi. Residindo na Cidade Branca, um lugar pequenino, é realmente condescendente para você.

A expressão de Luiz piorou, mas estando na escuridão, ninguém constatou.

- Estou curioso para saber a razão por que nomeou seus filhos com o sobrenome de sua esposa. Será que Presidente Marchetti não sabia nada quando a Sra. Natália deu à luz os dois filhos?

Nestes dias, Luiz obteve algumas informações através de Matheus. No momento em que Natália pariu os filhos, ela e Jorge estavam divorciados.

Foi por isso, as crianças receberam o sobrenome de Natália.

Luiz sorriu e disse:

- Pensei que não tinha mais chance, mas agora parece ainda tenho?

Com um relance, Jorge descobriu uma figura pequena junta à porta, a qual se escondeu quando sentiu o olhar de Jorge. Ele já soube quem era, porém não mostrou que o tinha notado.

Jorge mantinha a frieza e a clama em sua cara linda.

- Queria saber se Presidente Lemann tem esse charme.

Luiz disse rindo:

- Enfim, uma oportunidade é melhor do que nada, né? Graças a Presidente Marchetti.

Jorge desceu sem pressa com passos firme, e quando passou por Luiz, disse:

- Minha esposa não gosta de aleijado. Se querer conquistá-la, fique em pé.

Acabando suas palavras, Jorge não olhou mais para Luiz e saiu embora.

Luiz não conseguiu mais manter o sorriso no rosto, uma vez que a deficiência era, para ele, a maior dor.

As mãos seguradas nos braços de cadeira se cerraram devagar, e as veias nas costas de sua mão desataram, mostrando que Luiz estava repleto de irritação.

Jorge pausou. Mesmo sem o ver, ele soube bem como Luiz estava furioso.

- Presidente Lemann, a raiva não faz bem à sua saúde.

Ele sorriu com desdém e continuou a caminhar. Ao entrar no quarto, olhou para a porta e viu uma sombra pequena. Segundo a altura, o tamanho, obviamente era uma criança.

Havia apenas duas crianças, Matheus e Mariana.

Mariana tinha mente simples, portanto ela não teve intenção de espreitar e escutar, e o outro...

Sem dúvida, era Matheus.

Jorge respirou fundo. Quando ele pode aliviar sua insatisfação no coração?

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