O Vício de Amor romance Capítulo 275

Natália levantou a cabeça. O rosto da menina ficou vermelho por causa do frio como seu casaco.

- Titia, o que você está fazendo aqui?

Natália olhou para a menina e ao redor. Sem ver adultos, o olhar dela voltou à menina:

- Estou aqui porque me sinto mal. E você, por que está aqui? Onde está a sua família?

- A minha mãe está lá - ela apontou uma banca de espeto de perto.

Natália percorreu o olhar seguindo a direção que ela apontou. Numa banca de espetio à beira da rua, uma mulher estava grelhando carne, em um casaco de algodão meio velho e um avental.

- Vim ajudar a minha mãe - a menina se viu obediente. Natália tocou o cabelo dela:

- Você é uma boa menina.

Ela não estava alerta a uma menina, provavelmente porque ela também tinha crianças.

- Você quer comer espeto? Posso pedir a minha mãe para te dar um desconto.

Natália não gostava de comer aquilo, mas pegou notas do bolso e deu à menina:

- Eu não como. Pode comprar comida de que gosta com esse dinheiro.

A menina piscou os olhos e não se atreveu a aceitar:

- Titia, por que me deu dinheiro?

Através dessa menina, Natália viu o próprio passado. Quando estava em Atalaia com Fernanda antigamente, o vida foi bastante miserável. Igualmente como essa menina, elas também trabalhavam até a noite no vento frio, só para ganhar um pouco mais de dinheiro para comer.

Portanto, ela tinha empatia ao ver a menina.

- Porque eu recordei de mim e da minha mãe no passado, quando vi você.

A menina perguntou piscando os olhos:

- A senhora também vendeu espeto no passado?

Natália abanou a cabeça:

- Eu não vendi, mas trabalhei para os outros, ajudando a colocar a carne nos espetinhos.

A menina sorriu e deixou expostos os dentes brancos e pequeninos. Ela aceitou o dinheiro da mão de Natália:

- Eu pego espetos para você.

A menina correu para a banca. Pregando os olhos nas costas dela, o olhar de Natália virou suave.

Ela pensava que a vida ia melhorar, depois de passar os dias mais difíceis.

- Vou pedir Natália para voltar. - Marcelo não podia esperar mais. Ia ficar doente depois de passar várias horas lá fora no inverno.

Jorge não liberou.

- Você não sente dor? - Marcelo olhou a ele com descrença.

Ele ama muito Natália, não é? Por que ficou com o coração tão duro agora?

- Diga lá, por que surgiu aquela menina?

Jorge não desviou o olhar.

Marcelo respondeu quase sem ter pensado antes:

- É apenas uma criança, não é? Provavelmente viu Natália sentada lá por muito tempo e ficou curiosa, por isso que veio falar com ela.

Jorge virou a cabeça e deu uma olhada a Marcelo:

- Anderson a conhece muito bem.

- O que tem a ver com isso... - Ao meio das palavras, Marcelo entendeu Jorge num instante. Essa menina podia estar relacionada com Anderson.

- Natália é muito simpática - disse Marcelo, pois viu que Natália deu dinheiro àquela menina.

Jorge não falou nada, só com o rosto um pouco feio. Quando Natália deu esmola à menina, ela parecia se lembrar de algo.

Ele pensava que essa menina certamente tocou alguma memória dela.

Após meia hora, a menina chegou à frente de Natália com um punhado de espetinhos.

- Titia, é para você.

Ao ver os espetinhos grelhados fumegantes, Natália, passando várias horas no ar frio, realmente queria comer. Ela pegou o espeto e saboreou a carne, que cheirava muito bem.

- Obrigada - Natália sorriu -, é muito gostoso.

A menina segurou o braço dela:

- Você me deu muito dinheiro e a minha mãe queria te agradecer. Mas a banca não pode ficar aberta sem ninguém. Poderia vir comigo?

- Pode dizer à sua mãe, que não precisa fazer isso...

- Então devolvo o dinheiro a você - Falando, a menina pegou do bolso o dinheiro dado por Natália.

Natália pressionou a mão dela:

- Já que eu te dei, não posso pegar de voltar. Com esse valor, você pode pedia à sua mãe para te comparar um casaco novo e quentinho. Assim você não vai sentir frio ao trabalhar fora com sua mãe.

- Não. Eu não posso aceitar o seu dinheiro levianamente. Até posso aceitar, mas você também precisa aceitar o agradecimento da minha mãe.

A menina insistiu. Sem jeito, Natália tinha que concordar. Nesse horário, porventura Anderson não ia surgir.

Ainda havia clientes nesse momento e a mãe da menina estava ocupada. Ao ver a filha voltando com Natália, ela enxugou as mãos no avental:

- Você deu dinheiro à minha filha?

Natália ergueu os espetinhos na mão:

- É o dinheiro para pagar o espeto.

- Mas não precisa de tanto dinheiro. Você é tão gentil. Não admira que aquele senhor gosta tanto de você e pediu à minha filha para trazer a senhora para cá. - A mulher, de aparência comum com um rabo de cavalo, parecia uma boa pessoa.

Natália, por sua vez, ficou tonta e perguntou com confusão:

- Qual senhor?

- Sou eu - Levantou-se um homem. Ele virou a cabeça e Natália enxergou o rosto dele.

Anderson Werner?

Natália ficou alerta em um instante e recuou.

- Titia, esse senhor disse que gosta muito de você. Eu também - disse a menina em tom inocente.

Observando o rosto ingênuo da menina, Natália apertou os punhos abruptamente. Ele até se aproveitou da criança!

- Por que você virou assim? - Natália o repreendeu com fúria.

- Foi você que me fez assim - Anderson se julgou inteligente. - Você brigou com Jorge? Eu já te disse desde cedo: quem te machucou não vai te amar verdadeiramente. Só eu que amo você com todo o coração.

Batendo no peito, ele falou com boca contorcida e parecia horrível.

Natália só entendeu agora o que aconteceu. Provavelmente, Anderson temia que houvesse armadilha. Com o conhecimento sobre o passado dela, ele pediu a essa menina comparecer a frente dela de propósito, com o objetivo de a lembrar da sua história do passado, afrouxar a defensa e vir cá seguindo a menina.

- Olhe, eu te conheço muito bem, não é? Posso atrair você com um truque tão simples! - Anderson se sentiu orgulhoso do conhecimento sobre ela e se viu vaidoso. - Somente eu te conheço e te amo sinceramente...

- É?

Com uma agitação nas trevas, Jorge caminhou para lá em um casaco longo e um terno preto, acompanhado de guarda-costas. Uma luz deslumbrante passou pelo rosto dele.

A postura dele, que chocou todo mundo, abrangeu a atenção de todos como uma rede. Ele foi para Natália e a abraçou, ignorando tudo restante.

Percorrendo o olhar para o rosto surpreendido de Anderson, ele zombou:

- Finalmente você apareceu.

Anderson olhou ao redor e descobriu que foi cercado. O rosto dele escureceu.

- É uma armadilha?

Anderson só percebeu agora que caiu na armadilha.

Marcelo alargou os bolsos da calça com as mãos:

- Quem sofre desgraça destinada merece simpatia, mas quem comete pecados propriamente não pode ser perdoado. Anderson, você não pode escapar hoje.

De repente, Anderson desatou gargalhadas.

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