O Vício de Amor romance Capítulo 75

A casa, que não era muito grande, era bastante aconchegante. Na sala de jantar, uma família de quatro pessoas sentava à mesa.

O clima não era dos melhores. Fernanda não queria que Natália voltasse, a não ser que ela aceitasse casar com Anderson.

Apenas a inocente Mariana, que não sabia de nada, sentava no colo de Natália pedindo por comida:

- Mamãe, eu quero pudim de ovos. - Mariana disse apontando o dedinho para o pudim.

Natália pegou uma colherada e colocou na boca dela.

Matheus suspirou como um adulto preocupado assistindo a irmã desavisada.

Natália o alimentou:

- Você é uma criança, não uma carranca.

- Pobre de mim! - Matheus suspirou.

Como pode? Quanto mais ela falava, mais essa criança suspirava.

- Matheus, cuidado com esse comportamento. - Natália, apesar das palavras de repreensão, não estava com epressão séria, não dispôs de falar sério com ele.

- Você ainda está no clima para comer? - Matheus lhe jogou um balde de água fria.

- Do que serve o trabalho se você não convencer a vovó? - Matheus se preocupava mais até mesmo que Natália.

- Você é uma criança, não se preocupe com coisas de adulto. Coma bem e estude, é isso que você deve fazer. - Fernanda entregou a ele uma colher de risoto. - Coma, pare de se intrometer em assuntos de gente grande.

Matheus desaprovava:

- Eu faço parte dessa família, naturalmente, tenho o poder de expressar meus pensamentos. Então, vovó e mamãe, vamos votar levantando as mãos, a maioria vence.

- Ei, pirralho, onde você aprendeu a dizer tantas teorias? - Fernanda não sabia se deveria rir ou chorar.

Uma criança, mas uma cabeça cheia de ideias.

- Vamos votar. - Matheus repetiu determinado.

- Você quer voltar tanto assim? - Natália sabia o que se passava na cabeça do filho, parecia que ele queria muito voltar.

Ela achava que pelas as crianças terem vivido ali a vida toda, e há muito terem acostumado com o lugar, elas não iriam querer se mudar. A atitude de Matheus a surpreendeu.

- A cidade natal da minha mãe também é a minha, eu só quero saber como é. - Matheus torceu os lábios e disse sério.

Natália queria dizer que sim, mas estava preocupada com o que Fernanda achava, então não disse.

Matheus era esperto o suficiente para saber que Natália respeitava a opinião de Fernanda e que ela precisava concordar para que fosse feito.

Ele abaixou a colher e correu para Fernanda, puxando a manga dela gentilmente.

- Vovó, vovozinha do meu coração, diga sim.

Fernanda não concordou.

Matheus continuou a fazer bico. Em uma voz macia, e fofa, suplicando:

- Vovó, vovó, vovozinha do meu coração.

- Vovó, vovó, vovozinha do meu coração. - Vendo seu irmão suplicar, Mariana o acompanhou.

A voz de Matheus macia, a de Mariana ainda mais macia, com uma doçura extra, imatura e infantil.

Um choro depois do outro, acabaram por amolecer o coração de Fernanda.

Era como se ela se sentisse culpada pelas crianças se não concordasse.

Então ela disse:

- Vamos votar levantando as mãos.

Matheus foi o primeiro a levantar a mão.

- Todos que concordam em retornar levantem a mão.

- Mamãe. - Ao ver Natália não se moveu, Matheus piscou a ela. Não vendo nenhum rastro de raiva em Fernanda, Natália levantou a mão.

- Mari...

- Sem persuasão - Fernanda interrompeu Matheus.

Matheus fez biquinho, olhando pra irmã e balançando a mão levantada.

Mariana assistiu divertida enquanto sua mãe e seu irmão esticavam os braços, então ela também esticou.

Três a um.

Fernanda perdeu.

Ela não ficou brava, só ficou triste:

- Eu realmente não sei se isso é bom ou ruim.

- Não se preocupe vovó, eu vou proteger a mamãe. - Matheus assegurou com a mão no peito.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Vício de Amor