O Vício de Amor romance Capítulo 77

Matheus virou o rosto, então viu o homem de pé perto da pia enxugando as mãos graciosamente e levantando as sobrancelhas de forma preguiçosa:

- Não é alto o suficiente?

Matheus inclinou a cabeça. Ele tinha perdido em altura, não poderia perder em imposição:

- Eu não faço xixi. - Ele não admitiria na frente desse traidor que ele não fazia xixi porque não era alto o suficiente.

Jorge jogou o papel que ele tinha enxugando as mãos dentro da lixeira e lançou um olhar a ele:

- Tem certeza de que não precisa de ajuda?

- Não preciso. - Matheus inclinou a cabeça, firme.

- Tudo bem. - Jorge levantou as mangas da camisa para revelar metade dos braços fortes, com uma mão no bolso, olhou para o mictório e então para a altura de Matheus. - Tem força de vontade.

Matheus apertou os lábios, suor escorrendo pela sua testa, seu corpo pequeno tremendo.

Ele mal conseguia segurar.

Mas ele não podia admitir derrota na frente desse traidor, imagine deixar que o ajudasse.

Ele fechou os pequenos punhos com força, tentando desesperadamente segurar.

Jorge levantou uma sobrancelha ligeiramente e se encostou ao lado do espelho. Ele queria ver por quanto tempo essa criança conseguiria segurar.

Pequeno, mas com grande temperamento.

- Pode me dizer por que está sendo hostil comigo?

Matheus ficou ainda mais bravo, ele tinha abandonado sua mãe, por que ele a beijaria?

Jorge não era bom o suficiente, ele encontraria um homem mil vezes melhor que ele para a sua mãe.

- Você maltratou minha mãe, não pense que não vi. - Matheus o encarou.

Ele o odiava tanto que queria que seu olhar cavasse um buraco através dele.

- Eu a maltratei? - Ele repetiu as palavras se perguntando quando que ele tinha maltratado Natália na frente de Matheus.

Eles se encontraram duas vezes no total.

Matheus lhe fez uma grande “surpresa” pela primeira vez.

Ele estreitou os olhos. Será que ele estava falando da vez que ele puxou Natália para longe e depois a beijou nas escadas da LEO Design? Se ele tinha visto aquilo, então...

Ha!

Jorge se endireitou e deu dois passos à frente, se agachando para ficar na altura de um Matheus que pressionava as pernas juntas, e soltou um riso suave:

- Eu maltratei a sua mãe, o que você vai fazer?

Os olhos de Matheus se alargaram. Ele o detestava tanto.

Ele não sabia se era a raiva, ou fato de estar prendendo o xixi, mas ele estava tremendo inteiro.

- Implore e eu irei te ajudar, que tal? - Jorge ficou de pé e desamassou a camisa que não estava amassada. - Não precisa? Estou indo.

Quase se urinou.

Os olhos de Matheus estavam se enchendo de lágrimas e ele deu seu melhor para manter eles abertos:

- Não, não vá, eu preciso...

- Com quem você veio?

- Minha mãe, vovó... Eu vou fazer xixi. - Matheus estava de dar pena, os olhos vermelhos.

Jorge não continuou a lhe provocar. Andou até ele:

- Tire suas próprias calças sozinho.

Matheus tirou as próprias calças em um flash.

Jorge o segurou por trás em uma altura boa o suficiente pra que ele fizesse xixi e andou até o mictório.

Matheus terminou e disse:

- Obrigado.

Jorge ficou sem ação por um momento, sem esperar que ele dissesse obrigado, muito surpreso.

Matheus levantou as calças e olhou para Jorge:

- Eu sou educado. Mesmo que tenha me ajudado, não vou te perdoar.

...

Perdoar?

Pelo quê ele precisaria ser perdoado?

Fora do banheiro, Jorge olhou para ele:

- Em qual sala vocês estão?

Matheus revirou os olhos. Por que ele queria saber daquilo? Ele iria incomodar sua mãe de novo?

- Número seis.

Os passos de Jorge pararam, lançando a ele um olhar. O fedelho estava alerta.

- Hora de ir. - Matheus percebeu que tinha sido pego em uma mentira, lançou-se em uma corrida.

Ele tinha acabado de voltar e já tinha encontrado aquele traidor. Era realmente um mundo pequeno.

Ele garantiu que ninguém estivesse o seguindo e se recostou contra a parede. Levantando a mão, usou o celular para ligar para Júlio e pedir ajuda.

A chamada foi rapidamente atendida.

- Prof. Júlio, eu encontrei aquele traidor.

Ele contou a história de como ele e Jorge se encontraram.

- Nós estamos em um restaurante agora, como posso o fazer passar vergonha? - Matheus limpou o rosto.

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