O Vício de Amor romance Capítulo 87

Natália abaixou a cabeça em silêncio, estava chocada com as palavras de Sonia.

Ela não o levou a sério na última vez que ele disse que desistiria do noivado, ela não esperava que ele realmente o fizesse.

- Depois de ter viajado ele para Atalaia, ele voltou com a intenção de desfazer o noivado. Seu pai ficou muito irritado com isso, além de que já estavam com o relacionamento desgastado.

Além disso, Sonia não sabia o que fazer sobre seu relacionamento com Jorge.

Natália apertou suas mãos, disse:

- Sra. Sonia, como você sabe disso?

- Ele quis desistir de repente, mas seu pai estava tão irritado que pediu a Manoel que descobrisse mais sobre isso, caso contrário eu não teria te encontrado. - Sonia disse com franqueza.

Natália suprimiu a agitação interior e disse, com tranquilidade:

- Você veio hoje...

- Eu não tinha segundas intenções, só queria te ver. No primeiro momento, eu pedi ao Manoel que fizesse essa pesquisa, eu queria impedir Jorge de cancelar o casamento, mas ele já havia feito isso e se machucado, não havia nada a se fazer. Acho que ele estava determinado a ignorar a mulher que esteve com ele há muito tempo, nem mesmo seu pai poderia fazer algo, só podíamos deixar a situação como estava. - Sonia olhou para Natália.

- Eu voltei para vê-la por conta própria e ninguém sabe.

Ela achou que a razão pela qual Jorge estava tão determinado em terminar o noivado era por causa de Natália.

Ela estava curiosa para ver que tipo de mulher com quem Jorge havia se casado ao saber que Jorge desistiu desse noivado por causa de sua ex-esposa.

Ela não a viu quando se casaram, mas agora Manoel a encontrou e ela veio fazer uma visita.

Natália não conseguia processar aquilo tudo, achava que ela tinha vindo para que deixasse Jorge e permitisse ele continuar o noivado com Aline.

Quem sabia, não daquele jeito.

Sonia conseguia ver a confusão de Natália, sorriu ao dizer:

- Você se casou com Jorge não muito tempo, talvez não conheça muito bem dele, mas ninguém consegue fazê-lo mudar de ideia, se ele está determinado. Mesmo que Angelo não concordasse desta vez, teve que se comprometer.

Natália meio que revirou seus olhos, sorria mesmo desamparada. Ela foi casada com Jorge por um curto período de tempo e não tinham passado muito tempo juntos, mas sabia sobre a forma como ele agiu.

Por exemplo seu retorno para Santa Cruz neste momento.

Ela não teria necessidade de voltar se Jorge não tivesse entrado no caminho.

Era claro o que ele queria fazer, conseguiria fazê-lo da forma que fosse necessário.

- Desculpe por incomodar hoje. - Sonia se levantou, dizendo:

- Eu estive fora por um longo tempo, está na hora de voltar.

Natália levantou e disse:

- Vou te acompanhar até a saída.

Sonia sorriu e não recusou.

- Se cuide. - Natália deu o aviso, pois havia materiais de decoração por todo o chão na saída, ela poderia tropeçar.

Sonia olhou para Natália e deu um sorriso bem gentil, teve uma boa primeira impressão de Natália.

- Espero que você não diga nada a ninguém sobre o nosso encontro.

Ela e Jorge não tinham um bom relacionamento.

Jorge veria isso de forma errada caso soubesse do encontro dela com Natália.

- Eu sei, não direi nada a ninguém. - Natália prometeu.

Ao sair da loja, o motorista a viu sair e logo abriu a porta.

Sonia entrou no carro e o motorista fechou a porta, os vidros abaixaram e ela olhou para Natália:

- Nunca vi Jorge assim tão caidinho por outras mulheres.

Natália sentia como se seu coração estivesse cheio de um café sem açúcar misturado com vinagre, azedo e amargo, um imenso conflito.

Estaria mentindo se dissesse que não sentia nada ao saber que Jorge, na verdade, desistiu do casamento por causa dela.

Mas ela não tinha certeza de seus sentimentos por Jorge.

Sonia estava prestes a dizer algo, mas resolveu dizer outra coisa:

- A mãe dele morreu cedo, a atitude dele comigo era... Se puder, tome conta dele.

Natália não sabia se concordava com ela.

Tomar conta dele?

Mesmo se ele desistisse do casamento, eles não poderiam ficar juntos.

Havia muitas coisas e pessoas separando eles dois.

Com certeza, ela estava feliz com o convite de Natália para almoçar.

- Tudo bem, vamos onde quiser. - Natália prometeu, pois sabia que ela estava cansada.

Renata cuidava da loja praticamente sozinha.

- Sério mesmo, onde eu quero? - Renata estava com um sorriso.

- É sério. - Natália sorriu de volta e respondeu:

- Eu que estou pagando, não tenho motivo pra mentir.

- Tudo bem. - Renata estendeu a sua mão e apontou para o Hotel La Paz, do outro lado da rua:

- Quero comer lá.

Natália não respondeu.

- O que houve, desistiu? - Renata colocou o braço ao redor de Natália e fez apoiou o queixo em seu ombro, disse:

- Sra. Natália, você prometeu que poderia ser em qualquer lugar, me prometeu.

- Bem, já que prometi, vamos logo. - Ela ganhava bem mas economizava, evitando gastos desnecessários, por causa de seus dois filhos.

Mas com eles, ela gastava o que fosse necessário.

Ela evitava até mesmo gastar com ela própria.

- Sério? - Renata estava brincando, pois sabia que Natália guardava quase tudo o que ganhava, exceto pelas despesas.

- Mas é claro, eu prometi a você. - Atravessaram correndo, aproveitando o semáforo que havia se aberto para elas.

- Sra. Natália, sei que não pode desperdiçar dinheiro porque Matheus e Mariana estão ficando grandinhos, eu estava brincando. - Renata tentou fazer Natália voltar.

- Um simples almoço não vai me deixar pobre. - Natália se aproximou de Renata para dizer:

- Na verdade, eu nunca tive a liberdade de gastar dinheiro em um lugar como este, então vamos ver se hotéis cinco estrelas daqui são bons quanto no exterior.

Ela já havia entrado em diversos hotéis cinco estrelas e restaurantes caros, mas não por ela mesma. Já que era uma designer famosa, frequentava esses lugares para participar de eventos.

- Então, o que acha de uma lagosta australiana? - Renata fez beicinho para Natália.

- Tudo bem... - Natália sorriu e, ao olhar para a entrada do hotel, notou uma mulher de braços cruzados, encarando ela com uma postura ameaçadora.