O Vício de Amor romance Capítulo 90

O corpo de Jorge se aproximou de Natália, então ela não pôde deixar de se inclinar para trás, no entanto, atrás dela era o encosto do banco e não havia muito espaço para ela se encolher.

Logo o peito forte dele pressionou contra o corpo dela, quase sem espaço no meio. Ela podia sentir com clareza a temperatura dele e estava tão nervosa que nem se atrevia a se mover.

Jorge puxou um fio de cabelo dela para atrás da sua orelha e, com seus lábios perto da bochecha dela, disse devagar, em voz baixa, com certo toque de ironia:

- Depois de me usar, você quer sair assim, sem pagar nada?

Naquele momento, Natália sentia muito remorso por tê-lo usado para se vingar de Aline.

Jorge se afastou um pouco dela para lhe segurar o cinto de segurança e durante esse processo todo, Natália não se atrevia a resistir mais.

Porque era verdade que ela tinha usado Jorge.

Ele retirou o corpo, ligou o carro e saiu do local.

Natália se encostou à janela do carro, pensou por algum tempo e depois disse:

- Agora há pouco, usei você sem seu consentimento, isso foi muita falta de consideração da minha parte, quanto você quer que eu pague?

Jorge queria tanto gritar com ela. Será que lhe faltava dinheiro?

- Não preciso de dinheiro.

Natália ficou confusa:

- Então, que tipo de pagamento você quer?

Ele se virou e fixou o olhar nela, cujas pupilas pretas tinham um toque de ternura, mas ao mesmo tempo certo flerte:

- Que tal me pagar a dívida de gratidão com sexo?

Natália tinha apenas uma ideia no momento, queria fugir dele o mais rápido possível.

Como ela não tinha reparado antes que ele era assim tão sem vergonha?

Ele era um malandro?

Jorge sorriu e olhou para os cantos dos olhos dela:

- Você está me amaldiçoando em sua mente?

A cara de Natália ficou tensa de imediato, ela tinha dito o que estava pensando?

Ele a ouviu?

Gaguejando, ela tentou explicar:

- Não, não te amaldiçoei.

Jorge deu um sorriso leve, sem responder nada.

Natália se sentia culpada, portanto tentou mudar de assunto com cautela:

- Para onde vamos?

- Estou com fome. - Ele nem desviou o olhar.

Natália tinha suor frio no corpo todo e não se atrevia a dizer mais nada.

Parecia que tudo o que ela disse seria distorcido por ele.

- O que você está pensando? - Jorge virou a cabeça e olhou para ela.

Ele notou que a expressão facial dela parecia um pouco estranha e depois, como se entendesse algo, deu uma risada leve:

- Não vou comer você, vamos almoçar.

O rosto de Natália ficou vermelho de imediato. Ela tinha entendido mal as palavras dele.

Estava tudo bem se ela tivesse entendido mal.

O problema era que ele tinha reparado isso.

Que vergonha ela sentia.

Natália baixou a cabeça e até queria que a terra a engolisse.

Jorge fixou seu olhar nas bochechas rosadas dela e sorriu.

Logo ele estacionou o carro à frente de um restaurante.

Natália deu uma olhada para fora da janela, era um restaurante chinês.

Ela soltou o cinto de segurança e saiu do carro. Jorge estava à sua espera, na frente do carro:

- A comida chinesa deste restaurante é muito boa.

Natália deu um “hum” em voz baixa e estava tão nervosa para olhar para ele.

Pensando em algo, ela levantou a cabeça de repente:

- Eu posso pagar esta refeição.

Jorge caminhou até ela e colocou o braço no seu ombro. Imitando o gesto dela naquele momento, disse de modo ambíguo:

- Quer me agradecer com apenas uma refeição?

Seu fôlego enquanto falava soprou o cabelo ao lado da orelha dela.

Era como se estivesse flertando.

Natália virou a cara bem rápido e sentiu imenso remorso.

Se ela tivesse conhecido o resultado, nunca o teria provocado, só porque queria se vingar de Aline.

Ela tinha a sensação de ter levantado uma pedra só para esmagar contra seus próprios pés.

Era verdade que ela tinha enfurecido Aline, mas e quanto a ela própria?

Agora, era ela que tinha sido provocada por ele.

- Foi mesmo só aproveitar o fato que ela gosta de você, uma refeição já é suficiente. - Natália baixou o ombro de repente e, sem apoio, Jorge teve que retirar o braço.

- Vamos.

Natália entrou no restaurante primeiro.

Ela reparou que estava sempre numa posição passiva perante Jorge.

Não podia continuar assim.

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