O Vício de Amor romance Capítulo 91

Após o almoço, saíram os dois do restaurante.

- Para onde você vai agora? Posso levar você.

Natália pensou por um momento e disse:

- Vou para casa.

Ainda não acertou a loja e ela agora tinha um trabalho em mãos, que tinha recebido em Atalaia.

Ela tinha marcado um encontro com a cliente que tinha mandado fazer seu vestido de noiva sob medida para ver as fotos do vestido.

Depois o vestido seria feito à sua escolha de estilo e material.

Ao ouvir Natália a mencionar “casa”, Jorge virou a cabeça e deu uma olhada para ela, dizendo com certa ironia:

- Seus filhos nem têm um pai, pode ser considerado uma casa assim?

Natália queria dizer algo para se defender, que ele também morou com seu pai, mas se deteve antes de essas palavras saírem de sua boca.

Se ela tivesse dito isso, nem podia imaginar o que ele iria dizer. Então, apenas virou a cabeça, olhou de relance para ele e entrou no carro.

Jorge deu uma risada leve.

Estava muito silencioso no carro e, sem ninguém dizer nada, a atmosfera estava inexplicavelmente constrangedora.

Natália se encostou à janela do carro e fechou os olhos para fingir dormir.

Ela não era uma boa atriz e Jorge percebeu logo que ela não estava dormindo, mas ele não disse nada para a provocar.

Passados uns vinte minutos, Natália abriu os olhos que estavam fechados, enquanto fingia dormir. Ela estava calculando em sua mente o tempo e o carro chegou ao seu bairro a tempo.

Esfregando os olhos, abriu a porta do carro e saiu do carro:

- Obrigada.

Jorge endireitou o corpo, sua mão descansando de modo casual sobre o volante:

- Seu agradecimento foi muito insincero.

A mão de Natália, que estava fechando a porta do carro, parou no ar:

- O que você quer dizer com isso?

- Se você quer de fato me agradecer, não devia me convidar para tomar um café? - Tinha um leve sorriso em seus lábios, com um toque provocador.

Natália era o objeto de sua provocação.

Ela fechou a porta do carro com força e disse com um tom frio:

- Convidei você para almoçar, já é suficiente para exprimir meu agradecimento.

Matheus era tão hostil com ele e Fernanda também ficaria chateada se o visse.

Ela só poderia estar louca se o convidasse para sua casa.

Mordendo os dedos, Mariana abriu seus grandes olhos redondos, enquanto olhava para Natália de pé na beira da estrada.

- Aquela é a mamãe?

Matheus estava pensando como poderia pegar seu tablet e smartwatch de volta de Natália, quando ouviu as palavras de sua irmã, então olhou para ela:

- Onde está a mamãe?

Mariana apontou para a entrada do condomínio.

Matheus deu uma olhada e viu que Natália estava ali, de pé, falando com alguém, cujo perfil ...

Por que parecia tão familiar?

Logo ele o reconheceu, o homem com quem Natália está falando não é aquele traidor?

Por que a mamãe ainda está com ele?

A cara de Matheus ficou séria e fixou seus olhares sombrios neles.

Mariana puxou sua mão:

- Teteu, o que se passa?

Ele deu um “hum” frio e disse:

- Mari, viu aquele homem no carro?

Ela acenou honestamente com a cabeça:

- Sim, vi.

- Ele... É nosso papai. - Matheus apertou os punhos.

Ele é o ex-marido da mamãe, então é naturalmente seu papai.

Mariana piscou os olhos. O termo “papai” nunca tinha aparecido em seu mundo, ela só tinha ouvido as outras crianças chamarem “papai”, mas ela nunca tinha feito isso.

Agora, de repente, ouviu seu irmão dizer-lhe que ela tinha um papai, ficou muito entusiasmada e começou a correr naquela direção:

- Papai...

Matheus reagiu muito rápido e a segurou, cobrindo sua boca:

- Shhh!

Mariana tentou resistir:

- Quero ir ter com o papai.

Ela não tinha esses pensamentos complicados como Matheus.

Desde que soubesse que alguém era seu papai, queria ir ver como era por si própria.

- Ele não é nosso papai - disse Matheus, com firmeza.

Como assim?

Mariana ficou muito confusa, num momento sim, no seguinte não, então, é seu papai ou não?

Olhou para seu irmão com olhos grandes e curiosos.

Parecia que estava fazendo a pergunta com o olhar.

- Ele é nosso papai, mas abandonou mamãe e nós, portanto, não o consideramos mais nosso papai.

Mariana não conseguia entender e, com seus longos cílios a tremer, ela disse baixinho:

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