O Vício de Amor romance Capítulo 92

Aline sentiu muito ódio, só de pensar em como ele a tinha traído.

Todo o afeto que ele mostrava era falso?

Por que ele a traiu?

Aline ficou de pé, à porta, tropeçando:

- Andy...

Anderson caminhou até ela e só então reparou que ela tinha ferimentos nos joelhos, assim, franziu a testa:

- Você entrou numa briga com alguém?

Como poderia ter se machucado assim?

Aline balançou a cabeça e olhou para Anderson:

- Andy, seu amor por mim é falso?

- Claro que não. - Anderson de fato a amava. Ele era o culpado por ela estar perdida naquela altura e ele tinha vivido com a culpa durante todos esses anos. Era tão difícil estar diante dela outra vez.

A culpa que ele sentia era proporcional ao seu amor por ela.

Nunca seria falso.

- Ahaha... - Aline riu alto, mas o riso parou logo e só restava histeria:

- Se você realmente se preocupa comigo e me ama, então, como é que me traiu, por que me traiu por uma mulher?!

- O que você está dizendo? - Ao ouvir as palavras da irmã, Anderson ficou muito confuso:

- Vá para dentro!

Ele puxou a irmã, que tinha perdido o controle. Osvaldo não estava muito contente pelo casamento dela ter sido cancelado e a atmosfera em casa estava bastante sombria e deprimente.

Se Osvaldo ouvisse o barulho dela, ficaria zangado, com certeza.

Aline foi quase arrastada para o quarto por Anderson.

- Sente-se, vou buscar os remédios. Seus joelhos têm de ser desinflamados, senão pode haver uma infeção.

Aline parecia não ouvir suas palavras, sentando-se imóvel, com seu olhar fixo num lugar qualquer, totalmente distraída.

Ela pensava que, depois de se tornar a filha da família Werner, poderia ficar com Jorge, assim ela teria uma identidade nobre, um marido invejável e um irmão que a amava.

Ela, então, não teria nenhum arrependimento em sua vida.

No entanto, não foi nada assim.

Tudo mudou. Era verdade que ela tinha a identidade nobre, mas não podia estar com Jorge e, até mesmo o amor que Anderson sentia por ela, tinha que ser compartilhado com aquela mulher.

Seu amor, seu afeto familiar, tudo foi destruído por Natália.

Ela apertou as mãos no cobertor, pouco a pouco, até que as veias se sobressaltassem, mostrando o quão furiosa ela estava.

Anderson entrou com a caixa dos remédios e se agachou diante dela para tratar os ferimentos em seus joelhos, de modo muito suave, temendo que ela sentisse dores.

- Andy - disse Aline, baixando o olhar:

- Você é assim tão gentil para Natália também?

Aline estava tão estranha naquele dia.

- O que você quer dizer com isso? - Anderson largou o anti-inflamatório e decidiu ter uma conversa séria com ela.

- Aline, Jorge não é o único homem neste mundo e você não tem que se agarrar a ele. Com sua condição, podia achar um homem muito bom...

- Natália também não é a única mulher neste mundo, então, por que é que você gosta dela? - interrompeu Aline, antes que Anderson pudesse terminar suas palavras.

Ele nem conseguia pensar numa desculpa para se defender.

Pois, enquanto ele estava tentando persuadir sua irmã, esqueceu-se de sua própria teimosia.

- Andy, você pode trair sua irmã pela mulher de que gosta, o seu amor é em verdade muito altruísta.

Como já era a segunda vez que Aline dizia essas palavras, ele tinha de prestar mais atenção, então perguntou:

- Aline, você foi vê-la?

- Sim.

Anderson franziu a testa:

- Você disse que eu te traí, o que queria dizer com isso?

Será que tinha a ver com Natália?

- E você me pergunta? - Aline riu com um toque de ironia:

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