Capítulo 29
Guilherme Abrantes
Isabela só podia estar mentindo para me irritar. Não que eu acredite que ela tenha ficado com Marcelo um dia depois da minha partida. Sei que os dois provavelmente devem ter ficado juntos, mas não tão rápido.
Doeu demais ouvir que ela não me quer em sua vida! Eu não estava esperando que ela me recebesse com pulos de alegria, mas o seu desprezo dói.
O médico deu alta a Isabela e durante todo o caminho para casa ela malmente olhou em minha direção, mas eu não conseguia tirar os olhos dela. A janela do carro estava aberta e isso fazia seus cabelos voarem espalhando o seu cheiro pelo carro. A minha mãe que vinha no carro com a gente também não pronunciou uma palavra, até agora.
- Vocês já sabem como e quando vão conversar com Bernardo? - Ela perguntou diretamente e Isabela arregalou os olhos e olhou em minha direção.
- Ela sabe de tudo Isabela. - Murmuro e vejo como ela fica abalada e surpresa.
- Não tem o que contar ou conversar vó, o que aconteceu foi um erro e o pai do meu filho será o Marcelo, meu tio pode voltar para Portugal e...
- Chega Isabela! Conversaremos com seu pai assim que ele chegar e ninguém vai assumir a paternidade do meu filho - Digo e acelero o carro em direção a nossa casa.
- Eu só quero que conversem como adultos e resolvam todas as situações de vocês sem prejudicar o meu neto e sem abalar a relação de Guilherme com Bernardo. - Minha mãe murmurou, mas acredito que seja tarde demais para mim e meu irmão. Com toda certeza ele não irá me perdoar, pois se fosse uma filha minha eu jamais perdoaria.
Ao estacionar em casa eu carrego Isabela, mesmo contra a vontade dela. Só que não esperávamos encontrar Marcelo sentado no sofá conversando com o pai de Bernardo. Isabela praticamente pulou dos meus braços e se jogou nos braços de Marcelo.
A cena mexeu comigo mais do que gostaria de admitir.
- Não acredito que você está aqui - Ela murmurou.
- Estou muito feliz em te ver - Ele fala e a beija levemente.
Eu deixo os dois na sala e me afasto. Não quero cometer nenhuma loucura que possa causar algum dano a Isabela!
- Você não poderá impor a sua presença na vida de Isabela. - Minha mãe diz.
- Eu sei, mas eu quero estar na vida dela. - Falo.
- O que foi que mudou tão de repente? - Minha mãe pergunta. Eu a olho e neste momento eu me dou conta que o sentimento sempre esteve presente, mas eu nunca quis aceitar ou admitir, e agora que não tenho mais Isabela, eu percebo o quanto a quero na minha vida.
Tive que perder para valorizar!
- Não é apenas pela criança? Você pode estar se sentindo culpado. Isabela ainda é muito nova- Ela diz, mas eu sei que não é isso.
- Sim, ela é nova, mas é uma mulher incrível. Personalidade forte e estava disposta a tudo por nós, mas eu fui covarde demais e agora não sei como recuperá-la. - Digo e passo a mão pela cabeça.
Completamente frustrado.
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