Capítulo 03
Guilherme Casagrande
Consegui aproveitar alguns dias no Rio de Janeiro com Bernardo. O lado bom de passar tantos anos fora é que quando você retorna para o seu país parece que tudo é novo e até o trânsito caótico te agrada. Outra coisa que sentir muitas saudades foi de ir à praia, por isso, voltei com a minha rotina de ir caminhar no calçadão de Copacabana todas as manhãs.
Era engraçado ver como as mulheres praticamente viravam o pescoço quando meu irmão e eu passávamos correndo sem camisa. Apesar de ter quarenta anos de idade posso afirmar que me sinto muito melhor atualmente, pois estou mais experiente e maduro em relação a vida.
Bernardo falou que está indo para o Canadá com sua assistente de projeto, a mesma mulher que ele já tem uma relação há anos, mas que nunca quis assumir por causa de Isabela, porém Bernardo precisa tirar o pano dos olhos, Isabela já é uma mulher e tenho certeza que ficaria feliz pela felicidade do pai.
Ele também está preocupado, pois daqui um mês Bela fará vinte anos e ele estará longe. O aniversário de Isabela sempre foi uma data um pouco difícil para meu irmão, pois no mesmo dia que ele comemora o nascimento da filha, é um dia considerado sombrio, pois foi quando a esposa dele faleceu.
- Você pode ir viajar tranquilamente, pois eu te prometo que vou cuidar muito bem de Isabela. – Falo olhando nos seus olhos e ele sabe que não precisa se preocupar.
- Ela é minha vida – Ele diz contemplando o mar.
- Eu sei disso! – Murmuro.
Acabamos de nos despedir dos meus pais e do meu irmão. Olho de relance para Isabela para ver qual é sua reação pela partida do pai, e vejo que ela não parece triste.
- O que você quer fazer nos próximos dias? – Pergunto, pois sei que as aulas dela irá começar na próxima segunda-feira, então suponho que ela vai querer aproveitar com os amigos ou namorado.
- Marquei de ir à praia amanhã de manhã com Sandra e depois vamos a uma boate. Você quer ir? – Pergunta surpreendendo-me.
- Sim, combinado. Vou chamar alguns amigos que quero rever para ir aproveitar a noite. – Falo.
A noite quando estou no meu quarto resolvo ligar para Pamela. Quando a chamei para vir morar comigo no Brasil, imaginei que ela não poderia largar tudo e vir comigo de imediato, e para minha surpresa estou sentindo muita falta dela. Na verdade, já estávamos acostumados a viver um com o outro.
- Oi, meu amor! – Ela atende a minha chamada de vídeo. Tem uma diferença de quatro horas entre o Brasil e Portugal, mas sei que ela dorme tarde!
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