Resumo de Capítulo 12 – Uma virada em OS FILHOS DO SHEIK (completo) de JL Oliveira
Capítulo 12 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de OS FILHOS DO SHEIK (completo), escrito por JL Oliveira. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Dahra
Papai realmente nos deu trabalho, mas seria impossível sair dali sem ele, mesmo ele estando desacordado, ele ainda era a lei, e ninguém iria se opor a que o Senhor do Estado fosse em algum medico. Mas decidimos ir na surdina, estava me sentindo uma criminosa. Paluh empurrava a cadeira enquanto eu e Radja segurávamos para que ele não caísse, e ele era um homem pesado, nós três suamos para colocá-lo na cadeira.
Moramos em um palácio e papai sempre prezou sua segurança, então temos guardas por todos os lados. Alguns já estavam do lado de Algul com medo de perder seus cargos caso ele tomasse o poder. E foi um desses que nós encontramos pelo caminho. E para nossa sorte uma das passagens secretas estava por perto, Paluh ficou com papai lá dentro, e nós duas ficamos do lado de fora fingindo conversar. Puxamos uma enorme cortina, sinal de luxo que papai gostava de ostentar para tapar a entrada da passagem e deixamos a passagem com a porta aberta, apenas sendo tampada pela cortina, pois não haveria tempo de fechá-la.
- Onde vocês estão indo? – pergunta o guarda.
- Estamos apenas conversando.
- Acho que vocês deveriam estar em seus quartos e não aqui no corredor batendo papo – a severidade de suas palavras nos assusta – Isso não é hora de mulher ficar andando sozinha.
- Nós já vamos, eu perdi um brinco que papai me deu e estamos procurando – Radja diz ao guarda.
- Sim estamos procurando – então eu esbarrei sem querer na alavanca que fechava a passagem, atrás da cortina.
E então o barulho de algo se arrastando foi ouvido, só que o pé de papai também estava no caminho da porta e então começou a apertá-lo e ouvimos um gemido, coitado acho que doeu, porque mesmo ele estando dopado o gemido foi ouvido por todos nós.
- Que barulho foi esse?
- Coff, coff eu estou ficando resfriada – tento entretê-lo.
- Mas eu ouvi um gemido.
- Ninguém aqui ouviu nada além de minha irmã tossindo, e caso fique nos questionando eu irei pessoalmente até papai para registrar um queixa contra você, sabe que ele ainda esta no poder não sabe?
- Por enquanto ele ainda está no poder.
- Ele ainda está, então você deve obedecê-lo e eu irei reportar sua atitude.
- Vou terminar minha ronda – e saiu nos deixando sozinhas.
Depois do caminho limpo, fomos até o carro de Paluh e colocamos papai dentro do mesmo. Agora iríamos até a pista de pouso e decolagem e de lá direto para a Espanha. E que Alá nos ajude e que meu plano de certo. Chegamos na pista e o avião já nos esperava e não somente ele mas também alguns soldados e assim que descemos do carro eles já nos perguntavam qual seria o motivo da viagem.
- O Nosso Senhor tem uma consulta com o médico, e desejou que as filhas fossem junto com ele – Paluh se adiantou a responder.
- Sabe muito bem que sem a autorização dele vocês não poderão sair – e papai ainda se encontrava sentado no banco do carro.
- Papai esta descansando, e nós vamos acompanhá-lo ao médico, e pediu para que ninguém o acordasse – eu olhei para ele – Mas se caso algum de vocês quiserem acordá-lo eu posso tentar, mas vocês, somente vocês serão responsabilizados por isso.
- Vocês podem ir – mas uma vez conseguimos.
- Sim – ele abaixou a cabeça - Eu a amo, pensei que nunca iria dizer isso para alguém.
Então a nossa viagem seguiu silenciosa até o mar azul turquesa aparecer pela janela do avião. E enfim estamos chegando em Ibiza. Meu povo precisa de um novo governante e de mudanças. E eu farei esse sacrifício. Já descendo do avião, dessa vez conseguimos a ajuda de alguns homens para tirar papai do avião, e como Paluh é um homem eficiente já estamos hospedados no mesmo hotel de Esam. Radja, papai e Paluh ficaram em um quarto e eu em outro. A primeira parte do plano era chegar em Ibiza no mesmo dia e conseguimos. Agora a segunda é encontrar Esam.
Consigo com um dos funcionários do hotel me encontrar com um comprador de jóias, e levo duas peças que sei que ele não pagará o valor e eu preciso seguir com o plano, e para subornar algumas pessoas eu preciso de dinheiro, claro que não pagaram o valor real das jóias, mas dá para nos sustentar por alguns dias. Esam e seu irmão Emhre estão hospedados no mesmo quarto. Sei que são gêmeos e que são bem parecidos e que o irmão fez uma surpresa para uma moça que também estava junto deles. Então o rapaz que vi na foto deveria ser o irmão de Esam e não ele, penso como seria frustrante se faço esse esforço todo e meu noivo não está aqui e ter que procurá-lo. Todos dizem que ele é um homem muito honrado, ele não traria uma mulher para fazer um passeio de barco sendo noivo. Fico um pouco aliviada por saber que é seu irmão na foto. O funcionário do Hotel na qual eu subornei me disse que um dos príncipes está bebendo desde manhã no bar hotel e participando de uma festa. Então peço que ele me ajude com algumas roupas para que eu possa ir á festa e consiga falar com Esam.
Ele me trás algumas roupas e entre elas, um vestido curto, azul marinho cheio de brilhos. Uma sandália de salto alto nude e uma bolsinha com maquiagem, cremes e perfume eu faço o pagamento e ele vai embora. Chegou a minha vez, será muito difícil para mim usar esse tipo de roupa, afinal eu nunca soube o que é mostrar alguma parte do corpo, e confesso que me senti nua quando coloquei o vestido depois de um banho e me perfumar. Meus cabelos eu os soltei e dei uma leve passada de secador neles, e eles ficaram muito bonitos, pela primeira vez eu poderei sair do meu quarto sem o véu. E pela primeira vez eu pude sentir o que é ser mulher livre, poder ir e vir, e me vestir como a maioria das mulheres se vestem.
Eu sigo até o elevador, ele se abre e no espelho vejo uma mulher diferente, uma mulher lutando por seu povo, muitos poderão dizer que o que quero fazer é errado, mas estou apenas fazendo o que acho certo. Os olhares que ganho, ao passar pelas pessoas me faz ter vergonha e me faz também ter coragem para chegar até o meu objetivo que segundo o meu informante está bebendo desde cedo no bar do hotel. Ao caminhar pelo bar onde uma festa parece bem animada acontece, algumas pessoas me olham com interesse, e eu sigo até o balcão do bar e procuro o barman.
- Eu gostaria de uma água – eu digo baixinho, mas ele não me ouviu, e chega mais perto e eu penso que nunca bebi, mas hoje seria um bom dia para um champanhe – Um champanhe, por favor - Eu me viro para onde a aglomeração de pessoas dançando se encontra, mas não o vejo.
O barman me trás o champanhe, eu estou procurando Esam e não vejo o barman me trazer então ele me cutuca e eu me viro para pegar a taça, e vejo um homem grande sentado a duas cadeiras da minha na qual eu me encontrava de costas, ele esta debruçado sobre o balcão pelo jeito bebeu demais, uma moça loira e muito bonita chega perto dele e tenta fazê-lo levantar ele não aceita e ela sai bebendo. Eu chego perto dele e o olho, pois ele se parece muito com Esam. A altura, o cabelo, as mãos grandes, mas as roupas na se parecem em nada com as dele. Eu também não estou usando nada parecido com o que eu uso, e a intenção é ele não me reconhecer, nos vemos uma vez no ano e eu sempre me cubro nos vimos somente uma vez, e de lá pra cá eu mudei muito.
- Olá – eu digo, mas ele não me escuta – Olá você esta bem – eu o chacoalho e então ele cai sobre mim – Por Alá ele esta dormindo, como vou tirá-lo daqui.
Mas o meu querido noivo faz melhor que apenas cair sobre mim e vomita em meu vestido e nele todo, faz uma lambança sem tamanho. O barman não gosta muito da cena e praticamente nos põe para fora de modo elegante e pede para que os seguranças do local me ajudem com o homem de quase dois metros que eu nunca conseguiria carregar sozinha. E como não sabia onde era o seu quarto eu o levei para o meu quarto.
Os seguranças o colocaram na minha cama, praticamente desacordado de tão bêbedo, perguntou se eu o conhecia e eu disse que era meu noivo e que tínhamos brigado e ele bebeu um pouco demais. Estava me saindo uma ótima mentirosa. Mas tudo por uma boa causa e que Alá me ajude. Fiquei observando o homem a minha frente que parecia desmaiado, mesmo todo sujo de vomito era muito bonito. Vou até o banheiro, pego uma camiseta e um short jeans, eu nunca usei jeans, Esam não sabe, mas já fez uma grande diferença em minha vida. Hoje me senti livre, como um pássaro livre que saiu de sua gaiola depois de anos preso, talvez eu não saiba voar, e terei que voltar a minha gaiola, mas eu pelo menos um dia em minha vida provei da liberdade. Ao me olhar no espelho como uma mulher livre que pode usar a maquiagem e a roupa que quiser, penso como seria viver assim, sem gaiolas, e se eu fugisse a minha vida seria outra. Mas Radja e mamãe ainda estão lá e se meu plano de dormir com meu noivo e forçá-lo a se casar comigo não der certo eu terei que aceitar o destino e me casar com Algul e ser infeliz a vida toda, mas me lembrarei do dia da minha liberdade.
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