Nathalia
Esam realmente é um babaca, depois de tudo o que passamos ele ainda fica me perguntando se estou bem? É serio isso? Eu por mim não o veria nunca mais na minha vida, mas isso eu conto daqui a pouco, pois estou aqui agora por causa de Dahra. No começo não gostei dela, ela era a noiva do amor da minha vida, ela tinha conseguido o que eu nunca conseguiria. Se casar com Esam, até pensei que ele realmente gostasse dela e eu ficaria feliz por ele se casar com alguém que ele realmente amasse. Mas eu sei que a história não é bem essa.
- Você não quer falar comigo?
- Você ainda está aqui? – olho fulminando-o.
- Nathalia, sabe que precisamos conversar não sabe.
- Eu não sei de nada Esam – então virei o rosto para o lado contrário dele - Por gentileza você poderia não falar comigo.
Ele se levanta e para em minha frente, pega a minha mão e me segura pela cintura e me levanta como se eu fosse uma boneca, e cá estou eu novamente frente a frente ao homem que amo, mas que não merece nenhuma mulher do mundo. A hipnose que os olhos dele me trazem é impressionante, eu caio naquele abismo quantas vezes o abismo me levar, como uma força sobrenatural que me puxa para ele, a Medusa da minha vida, eu olho os seus olhos e me torno pedra e deixo ele fazer o que quer de mim. A boca se aproxima cada vez mais, e mais e toca a minha com delicadeza sinto a maciez dos lábios dele, e sua mão vai até meu cabelo e o seu dedo desliza calmamente em uma mecha que esta em meu rosto. Os lábios chocam-se aos meus e o beijo acontece ali no consultório improvisado dentro da minha casa, eu tenho vontade de levá-lo para meu quarto ou para minha cama, ou para qualquer lugar que ele possa estar dentro de mim, estou perdendo o controle. O médico me salva da conversa que eu não gostaria de ter com Esam, conversa sim, ele que é um abusado e que me faz perder o rumo da minha vida.
- Bom - ele nos olha - Atrapalho?
- Não – nós dois respondemos.
- Doutor como está Dahra – tomo uma distância de Esam não quero cair nas suas garras novamente.
- Ela vai fazer exames, a princípio ela esta fraca e desidratada, mas vou deixá-la descansar por hoje, dei um calmante ela estava agitada lá dentro.
- Ela acordou enquanto o senhor a examinava doutor?
- Sim, ela estava bem agitada como eu disse e então achei melhor ela descansar por hoje e amanhã vamos fazer alguns exames – ele me olhou – Acho bom você também ir descansar.
- Eu estou tão mal assim?
- Peça uma aspirina para a enfermeira, tenha um bom dia.
- Respondendo a sua pergunta – ele sorriu – Você está um horror, bebeu quanto ontem a noite?
- Vai á merda Esam – e sai dali como um foguete antes que a Medusa me hipnotizasse novamente.
Emhre
Eu estava vivo, e triste por ter sido um otário com a Dahra, eu tinha pena dela e por isso resolvi me casar e tirá-la daquilo que ela vivia com seu pai, mas agora eu estou aqui com a fisioterapeuta e uma equipe médica que está me auxiliando, ontem com a euforia de estar vivo e a minha família ali toda junto comigo e com a decepção de Dahra comigo eu me esqueci do meu corpo. A fala estava um pouco mais fraca do que o normal, mas o que me incomodou foi não conseguir me levantar, a principio achei que fosse por conta dos remédios e pelos dias que eu fiquei deitado, e que hoje eu iria acordar e que tudo estaria normal comigo.
Mas hoje quando acordei eu forcei meu corpo, minhas pernas e eu simplesmente não consegui, tentei novamente e não consegui e tente e tentei.
- Meu filho como você está – ela me observou atentamente – Você está suando filho e o ar está ligado – ela pegou o controle – Quer que eu ajeite a temperatura?
- Mãe eu não sinto minhas pernas – eu estava irritado – Eu não consigo controlar meu corpo – então eu alterei minha voz mais não consegui muita coisa – O que está acontecendo comigo?
- Filho Você passou por problemas muito graves, o tiro quase foi fatal – seus olhos brilham – E Deus foi tão bom em te dar uma nova chance.
- Mãe eu fiquei aleijado?
Os olhos dela me diziam tenha força meu filho, e os meus diziam não minta para mim. E nossos olhares entraram em uma guerra interna. Eu não queria mentiras, não queria pena e não queria essa situação. Não queria. A raiva me dominou a minha vontade foi de sair dali e correr e correr, e foi o que eu fiz tentei me levantar, e tentei e tentei. Tentei gritar, sem sucesso. Meus braços ainda respondiam aos meus estímulos, vagarosamente, e então eu me rastejei como uma cobra sobre a maca, minha mão foi até a porta gritar para que alguém pudesse ajudar, mas eu não queria ajuda eu só queria ter ajudado aquelas garotas e ter vindo para casa, como sempre foi. Matar laguns homens que fosse preciso, pois eu não tinha pena deles porque eles não tinham pena de matar ou abusar de alguma das garotas, então não sentia nada. Depois de um banho e algumas lágrimas embaixo do chuveiro me faziam o mesmo membro da Cúpula novamente. Mas dessa vez não pude ir até o chuveiro, estou aqui, nessa cama e não sentindo meu corpo.
Meu pai e Esam entram no quarto ao mesmo tempo que muito revoltado eu me jogo da maca, e sim cai no chão e não senti a dor. Os aparelhos que ainda estavam grudados em meu peito e as agulhas de meu braço se desprenderam. Chorei quando não senti, eu nunca fui de chorar, dificilmente eu chorava, mas eu chorei. Estraguei minha vida, a vida de Dahra que agora tem um marido aleijado, a vida da minha família que vai ter que cuidar de mim por que se sentem culpados. Meu irmão Esam chegou próximo de mim e sentou no chão junto comigo, meu irmão quase não expressa seus sentimentos, mas ele está chorando, e chorando abraçado a mim.
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