OS FILHOS DO SHEIK (completo) romance Capítulo 51

Nathalia

O elevador desceu até o térreo, e eu segura as sandálias nas mãos e a máscara, pelas minhas contas já deveria estar dando os trinta minutos. Olhei para ver se tinha algum porteiro no prédio e ele estava lá, um senhorzinho de cabelo branco sentado olhando no celular. Se não estava me esperando na porta do elevador sinal que o Enzo não tinha ligado lá embaixo para ele me segurar.

- Oi tudo bem? O senhor pode abrir o portão para mim, por favor.

- Oi minha filha posso sim – o interfone começou a tocar – Vou abrir para você – ele foi atender e eu bati as sandálias na mesa chamando a atenção para mim, e ele olhou para mim e não atendeu.

- Eu estou com pressa, o senhor pode abrir.

- Os jovens estão sempre apressados.

- Sim eu preciso ir – parei e pensei – trabalhar, isso trabalhar.

- Oh minha querida, bom trabalho para você – e abriu o portão – Cuidado viu, tem muita gente má por ai.

- Obrigada.

E então cheguei na calçada em frente do prédio e respirei aliviada, e agora esse tal carro que nunca chegava, eu corria o risco do Enzo descer e me levar para dentro, mas eu não podia sair dali de perto do prédio. E não sabia qual o carro viria me buscar. O tempo corria e o Enzo também. Mas o carro preto virou a esquina, e meu coração parecia que iria sair pela boca. E outro que saiu gritando foi o Enzo. O carro parou e o homem saiu para abrir a porta, e eu entrei correndo.

- Vamos moço, vamos – ele me olhou com estranheza.

- Sim senhora.

- Eu estou com pressa - ele entrou no carro e saímos em disparada, pelo menos do Enzo eu tinha me livrado, eu ri vitoriosa – Você achou que ia me prender, Esam.

- A senhora disse alguma coisa?

- Não, não disse nada.

- A senhora pode colocar a mascara por gentileza.

- Claro, até me esqueci da mascara – e calcei as sandálias também.

Ele rodou a cidade, como se bagunçasse a mente da gente, por fim entrou em um local escuro e era estranho, mas eu realmente não tinha noção de onde eu estava, pois só víamos o escuro em nossa frente. O barulho de porta batendo, me assustou e eu dei um pulinho. A porta do carro foi aberta, e o motorista me ajudou a sair e uma moça já me aguardava, ela usava um vestido preto e longo, a máscara também negra e o cabelo loiro. Ela sorrio, dava para ver somente uma parte da boca dela e a máscara dela cobria quase o rosto todo.

O corredor tinha uma meia luz e se no SEX as pessoas queriam privacidade, realmente tinham. Segui com a moça até uma porta negra com um leão desenhado em dourado, ela abriu a porta e cheguei na recepção onde uma moça que também usava uma mascara bem parecida com a que tinha me acompanhado. Tudo ali era muito luxuoso, parecia o palácio de tio Rajj, e parecia mesmo ouro.

- Seja bem vinda ao SEX – a moça me tirou dos pensamentos.

- Obrigada - A moça que tinha me acompanhado me mostrou uma porta dourada que também tinha um leão desenhado – Acho que as pessoas aqui gostam de mostrar quem é o rei da selva.

- É o símbolo do dono do clube.

- E você conhece o dono do clube? – eu fiquei curiosa – Ele fica entre as pessoas.

- Não temos informações senhorita.

Eu percebi que ela não queria dar muitas informações, mas eu não iria ficar pensando no Esam nessa hora, eu quero saber como tudo isso funciona, sempre tive curiosidade, e hoje vou matá-la. Fui levada em todas as alas do clube, a que eu acho que não iria seria na da comida, achei meio nojento na verdade, mas cada doido com sua mania como dia vovó Paula.

Depois de apresentada a todas as alas, a moça perguntou se eu queria a companhia dela ou gostaria de ficar sozinha. Claro que eu escolhi ficar sozinha e bem discreta para não dar bandeira, eu imagino que aqui o Esam não vai me ver. Fiquei na ala de swing, já que ali a estava uma meia luz e parei para ver uma moça que dançava em um pole dance e um casal a olhava com desejo, realmente a moça era muito boa no que fazia, dançava perfeitamente bem. Eu até me imaginei dançando ali, eu sorri de mim mesma, provavelmente eu iria cair no primeiro pulo.

Então segui olhando tudo ali, e como alguns casais se pegavam sem vergonha ou medo que alguém falasse alguma coisa. Mas o que me chamou a atenção foi uma caixa de vidro, em volta vários sofás e poltronas, provavelmente ali era algum palco para shows ou apresentações. E eu estava curiosa para saber como aquilo funcionava.

Na ala do BDSM eu um palco e estava rolando um show lá, com duas moças ema estava suspensa por cordas e a outra estava presa em um tipo de mesa, e o homem de terno preto usava seu chicote a moça pedia por mais. Esse tipo de jogo é para quem realmente gosta e eu acho que não tenho essa maturidade para ficar apanhando de homem. Mesmo algumas amigas me dizendo que é muito excitante. A moça que me acompanhava me disse que caso eu quisesse participar era só dizer que ela encontraria um DOM disponível. Ou algum SUB. E eu logo rejeitei.

Mas aquela gaiola de vidro, eu pensei em um show que alguém tira a roupa, achei interessante bem que podia ter algum pra eu assistir. É um mundo tão diferente, que nunca vivenciei. Enquanto minha mente viaja, os meus olhos vão em direção a um homem alto e forte, todo de preto, que me observa de longe. Os olhos negros me lembram o de Esam. Mas seria impossível, pois Esam estava de barba hoje cedo e o homem tem o rosto limpo.

Uma moça toca em seu braço e ele a segue para um corredor, e eu fico curiosa para saber quem ele é, pois me chamou a atenção. E é uma casa de swing, eu posso pelo menos pedir para olhar.

- Eu estou ficando uma pervertida mesmo.

Eles entraram em uma porta no fim do corredor, o homem tinha postura de alguém poderoso e a mulher tinha os cabelos negros como os meus que balançavam enquanto ela andava. Eu estou curiosa, e resolvi ir atrás deles, e abro a porta com o mesmo desenho de leão das outras, e eles estão no fim de mais um corredor. Então sorrateiramente eu deslizo como uma gata para não fazer barulho e vou atrás dos dois, mas não os encontro.

- Em que quarto eles entraram? – sussurro e continuo a procura.

Abro porta por porta, as duas primeiras estavam fechadas. Sigo para a próxima, dois homens estão na maior pegação e eu observo atenta, nunca tinha presenciado tal ato. Mas não é o meu alvo. A outra porta o quarto esta vazio.

- Merda perdi eles.

A porta ao final do corredor parecia ser de serviço, então pensei de sair por ali e ir embora ou pedir para que alguém me levasse até a recepção para que o motorista me levasse até o apartamento do tio Rajj. E isso que vou fazer. Já deu por hoje já vi tudo aqui e quero ir embora.

Entrei no que parecia a porta de serviço que não era de serviço, na verdade não tinha nada. Somente um outro corredor e uma outra porta que parecia ser a da saída, na verdade eu tinha a sensação de estar andando em círculos e não saber mais onde eu estava. Fui em direção a esta ultima porta, quando fui abri-la eu ouvi um gemido de dor, parecia que alguém estava apanhando. Segui os gemidos mesmo meu corpo todo querendo sair dali correndo, o que eu tinha na cabeça.

Uma porta estava um pouco aberta e eu conseguia ver que parecia ser um porão, uma escada lavava até a parte de baixo. Ouvi algumas vozes. Um idioma parecia russo ou alemão, não sabia decifrar. Eu via somente os sapatos negros do homem que dava as ordens, abri devagar a porta e tentei entrar, mas a porta fez um pouco de barulho, voltei e me encostei na parede do lado de fora. Mas alguém subiu alguns degraus, e não prosseguiu e ouvi dizer que não tinha ninguém ali.

Eu tinha que ter ido embora, alias não deveria nem ter entrado aqui, minha mente pedia e gritava para que eu saísse dali, e o corpo ficava e obedecia a curiosidade. Olhei novamente pela porta, e o homem com os sapatos pretos, italianos com toda certeza, vovô Miller só usava sapatos desse tipo, e eu reconheceria de longe. O cara deu ordens para que trouxessem alguém e eu vi as pernas de duas pessoas passando, o estrangeiro gritou, e pelo jeito implorava para que não matassem. O homem com os sapatos negros, deu alguma ordem e ouvi um barulho de tiro, eu imediatamente dei um gritinho de susto e o homem com os sapatos pretos se virou em direção a escada.

Eu nunca corri tanto na vida, nem no dia que corri do Esam para não pegar o avião e vim para cá. Se eles me descobrissem ou eu morreria ou me entregariam a Esam. Será que ele sabia o que acontecia no clube, que matavam pessoas ali dentro. Eu procurei pelo quarto vazio, me esconderia e ninguém iria me encontrar. E foi o que eu fiz, corri para o quarto.

Entrei e fiquei lá por um tempo, e eu precisava sair dali, e ir embora desse lugar. Se alguém me descobrisse, eu sou prova viva de um crime, daqui a pouco eles me levam para ficar junto o morto. Ai meu Deus onde fui me meter. E não posso ir atrás de Esam num lugar que não sei nem onde é a saída.

Fui até o banheiro e joguei uma água no meu rosto eu estava desesperada, respirei fundo e decidida eu sai do banheiro para ir embora e o homem grande que chamou a minha atenção estava encostado na porta.

- O que esta fazendo aqui sozinha neste quarto? – não me veio nada em mente para dizer.

- Eu...

- Me diz o que uma mulher como você faz sozinha em um quarto num clube como SEX? – ele cruzou os braços e meu olhar viajou no corpo dele, foi quando vi os sapatos pretos.

- Estava a procura de diversão – eu disse com a voz trêmula a frase mais idiota da minha vida.

- E você encontrou? – o que vou dizer a ele? Era só isso que meu cérebro gritava.

- Me diga você?

Ele veio para cima de mim, a máscara tampava o rosto dele todo, abafando sua voz sexy, mas eu sabia que ele sabia que eu tinha visto o assassinato do homem no porão, eu precisava sair dali ou iria pro mesmo porão.

- Eu quero ir na caixa de vidro – ele não iria me matar lá, todos veriam e ele não correria o risco.

- Ousada e curiosa você, se quer ir a Gaiola de Vidro eu a levarei, sabe como funciona? Eu balancei a cabeça negando – Então eu terei o prazer de mostrar a você – ele estendeu a mão me dando passagem, mas eu estava com tanto medo, olhava para o sapato dele e me arrepiava todinha, passei e segui na frente dele e sentia o olhar nas minhas costas.

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