OS FILHOS DO SHEIK (completo) romance Capítulo 90

Cam

- Nádia precisamos que você leve as garotas para um local seguro – eu sussurro – Estamos temerosos de um atentado contra Dahra e Emhre então precisamos que você as proteja.

- Vocês acham que podem fazer alguma coisa contra nós aqui dentro.

- Pelo que nós podemos perceber pelos nossos atentados eu tenho certeza que o mandante está aqui dentro e que ele nos quer longe daqui, ou até mesmo mortos.

- Você desconfia do Namorado de Radja, não é. Ele é o que se beneficia com a morte do meu irmão, deve estar persuadindo ela ou a ameaçando, Emhre me disse que na última vez que a viu que ele ficava o tempo todo ao lado dela.

- Esam disse que ela tinha uma relação próxima ao pai, e que pode ser que ela não seja tão boazinha assim como pensamos.

- Será que ela? – eu pensei – Se ela for igual a Dahra não seria capaz de fazer essas coisas – olhei meus irmãos de longe – Mas tem um porém, Eu e meus irmãos somos muito diferentes e cada um tem uma personalidade.

- Sim vamos ficar de olho nos dois, Emhre não acredita que seja ela, mas Esam diz que pode ser, então vamos ficar de olho nos dois e tome cuidado, consiga um local seguro para vocês já que está machucada não vai conseguir nos ajudar então é melhor que proteja sua mãe e Dahra.

Então as cerimônias do último adeus ao pai de Dahra teve início, duraria algum tempo, pois na cultura deles, alguns rituais tinham que ser feitos pela esposa e pelas filhas. Todas elas deveriam carregar algo que fosse de valor sentimental para o falecido, a esposa do falecido tinha que ficar aos pés do marido, sentada em uma cadeira orando para que ele fosse ao paraíso. As filhas mulheres deveriam chorar pelo pai que lhes deu a vida e agradecerem por terem sido tão bem tratadas pelo pai, querido e amado.

Eu já nem queria ouvir mais tanta baboseira, exaltando um ditador como ele era. Todos viam que Dahra estava incomodada com aquela idiotice toda e a irmã chorava e se mostrava muito abatida. O chefe do exército namorado dela sempre do lado, assim como Emhre.

Esam me disse que ele tinha uma amante na qual não quis comparecer, ela estava abatida pelos medicamentos que tomava já que o homem a deixou maluca e a primeira promessa que Emhre fez a Dahra foi tirá-la do palácio e levá-la para um local onde ela pudesse ser tratada e quem sabe retornar à vida normal algum dia já que tinha sido presa ali por tantos anos e ter passado por tantos traumas.

Eu só queria que tudo aquilo ali acabasse logo e tudo pudesse se resolver, e que pudéssemos sair desse lugar, não sei como Dahra conseguiu viver tantos anos num hospício como esse. Até mesmo o povo estava dividido entre o amor ao homem que estava ali sendo velado e ao ódio contra ele. Iriam abrir ao publico o velório, mas com os atentados contra nós ninguém entraria no palácio. E uma parte do povo acabou se revoltando querendo ver o seu estadista pela última vez. E mais confusão.

Parecia que tudo era calculado, a nossa chegada, os ataques, a revolta do povo, a situação toda que se instalava naquele local. Emhre não foi bem recebido, como se o povo já tivesse uma opinião própria sobre tudo aquilo que estava acontecendo. E as cerimônias se estenderam até a manhã do dia seguinte. Quando o homem finalmente iria para seu descanso eterno.

Nós ficamos ali dando apoio a família e observando tudo o que estava acontecendo e como prevíamos as coisas não estavam boas. As movimentações de soldados e do povo pelas ruas durante a noite toda nos assustou, pois o país era conhecido por ter um bom exercito e com muitos homens.

O funeral foi feito em um cemitério do palácio e agradecemos por não ter que sair do onde o povo esta revolto. Tudo foi feito com muito luxo, toalha com fio de ouro em cima do caixão e as laterais do mesmo metal precioso. A esposa e a filhas foram logo atrás de Emhre já que ele seria o sucessor, de longe olhávamos a família de Dahra e ela com a barriga já grande onde os restos de seu pai seria guardado para sempre. Emhre estava ao seu lado e todos nós ficamos em guarda caso acontecesse.

O caixão do homem é colocado em sua jazigo, as filhas e a esposa levam os presentes que devem ser depositados ali e Emhre é o último a entrar, pelo ritual ele ficaria ali um tempo se despedindo do antigo Estadista e se preparando para fazer seu discurso quando saísse de lá. E assim foi feito. Ele sobe ao palco onde sua esposa lhe entregara as chaves de Galdul. Quando ele começa a dizer que sente pela perca do homem, uma bomba explode perto deles, dali em diante a correria entre as pessoas do palácio. Eu precisava ver como meu cunhado estava.

Mia que já era treinada pegou Nathalia e Tia Helena e correram para o esconderijo onde Dahra tinha ensinado, Nádia tinha ficado no quarto e combinamos dela já ir para o quarto. Foram momentos tensos, até conseguirmos chegar onde Emhre estava foi bem complicado, pois o exército fez uma barreira, pessoas se machucaram e imagino que possa ter mortos. Espero que Emhre e Dahra não estejam nesse meio.

Eu e Esam conseguimos chegar onde eles estavam e Rajj que já previa algo os alertou tirando-os de lá e foi por isso que eles não estavam dentre os mortos. O exército estava em todos os lugares e pelas passagens secretas e túneis escuros conseguimos nos deslocar dentro do palácio. Deixamos Dahra e a mãe junto com as outras.

- Tome cuidado Cam, essas pessoas são perigosas podem usá-los como moeda de troca.

- Onde Radja está? –Dahra diz.

- Meu amor eu não sei, mas vou procurá-la e trazer para cá – Emhre diz a ela – prometo a você.

Foram momentos tensos, andar por túneis que faziam anos que ninguém passava, ratos e aranhas nos faziam companhia e esbarravam em nossos pés. Nos separamos, eu fiquei com Esam, que podia ser útil e enganar enquanto Emhre conseguia entender o que estava acontecendo, eles trocaram as roupas e cada um seguiu seu caminho. Saímos de uma das passagens e caminhamos pelos corredores tentando entender o que estava acontecendo, vez ou outra ouviamos guardas conversando e pelo jeito Emhre sofreria um golpe.

Esam então tratou de se mostrar para que virasse o alvo já que os dois eram idênticos. Andamos normalmente pelo palácio e fomos abordados pelo namorado de Rajda que pediu que nós o acompanhasse, eu tinha certeza que ali começaria o plano dele. E esam vestido de Emhre o seguiu até um escritório.

- Você pretende governar?

- Sim, é a herança de Dahra para os filhos.

- Não tem só a Dahra de filha – ele estava nervoso – Radja sempre foi a preferida, quem sempre ajudou e esteve por perto.

- Eu sei que é um assunto delicado, Quero que Radja seja sempre amparada por todos nós.

- Amparada, ela deveria abdicar e você também e deixar para Radja que sempre esteve com o pai.

- Não é do meu interesse e nem do interesse de Dahra.

- Será melhor para todos.

Então ele queria o poder como já havíamos previsto, Emhre já assinava os papeis de posse enquanto o Esam conversava com o rapaz. Nós ficamos ali por um bom tempo, éramos prisioneiros dele, pois alguns homens nos acompanhavam, eu tinha medo dele atirar em Esam e matá-lo já que ele estava sem paciência alguma enquanto falava.

- Olá Emhre – diz Radja entrando no escritório – Onde minha irmã está? Garanto que escondida como sempre.

- O que quer com ela? – Esam diz.

- Eu na verdade não quero nada, ela me ajudou em nada – ela deu a volta na cadeira onde ele estava sentado – Até mesmo para se casar ela errou o marido, Ela deveria ter se casado com Esam que já era rico e não com você um idiota que faz tudo errado, consegui o melhor casamento para ela e a burra erra o irmão e ainda engravida dele – ela faz um barulho de reprovação na boca – Sabe que depois eu pensei por que não me beneficiar disso?

- Como assim se beneficiar? – eu pergunto?

- Você poderia ser um bom marido também, um herdeiro rico que daria um bom marido, poderíamos Cam, nos tornar um casal como seu amigo Emhre e Dahra – eu a olhava o que ele estava falando?

- Radja, por que estamos aqui? – Esam perguntou.

- Para que a fortuna que você herdou fique comigo eu passei anos me dedicando a papai, chantageando-o, inventado coisas para ele para que me deixasse Galdul, tentei tantas vezes que ele me colocasse como herdeira foi á única vontade minha que ele não fez mesmo o obrigando, disse que uma mulher não sentaria em trono, então eu o matei.

- Você o matou? – Dahra surge atrás da porta – Como você teve coragem?

- Olha quem apareceu, sabia que viria – ela sorriu – Dahra você não sabia quem nosso pai era, eu te livrei de um casamento com um homem velho e feio deveria me agradecer, mas não você herda o que eu tanto quis pra mim.

- Você tentou me matar? – ela já chora – Aquelas bombas foram suas para mim?

- Eu não queria te matar, queria matar ele – apontou para Esam e Dahra viu que não era Emhre que estava ali, mas permaneceu calada – Queria que ele não tomasse posse do nosso país, eu penso em tantas coisas boas que posso fazer aqui.

- Você tentou me matar, como pode?

- Eu quero tomar conta de tudo, queria que papai tivesse me passado tudo mas aquele velho nojento não quis, disse que preferia morrer – ela vai até Esam – Agora cunhadinho é sua vez de passar tudo que herdou para mim ou você poderá sofrer as conseqüências.

- Você não seria capaz? – Dahra diz, então ela aponta uma arma na cabeça de Esam.

- Não Radja – Dahra grita – Emhre vai passar tudo para você eu não quero nada daqui, pode ficar com tudo – ela parecia dizer a verdade.

- Tudo isso é medo de ficar viúva irmã? – ela continuava com a arma apontada para Esam.

Uma explosão lá fora chamou nossa atenção e Radja ficou irritada. Tio Rahiej e tia Vanessa entravam no palácio e muitos homens o acompanhavam em seus ideais, então ele era o reforço de tio Rajj, ela queria que Esam assinasse os papéis que passava tudo para ela e ela seria primeira mulher a tomar posse do Estado.

Ela ficou radiante quando Esam assinou e Dahra continuou seu discurso dizendo que não queria nada dali, ela pediu que a irmã acompanhasse mostrando a arma para Dahra. E elas saíram da sala onde estávamos. Mas Emhre acabou virando um corredor onde elas estavam tentando procurar pela esposa e ela percebeu que o documento não tinha sido assinado, pois o verdadeiro Emhre estava ali agora em sua frente.

- Você quis me enganar irmã? Eu que sempre te ajudei? - ela estava com a arma nas mãos – Me enganou dizendo que tinha concordado em passar tudo para mim, você sempre me invejou por eu ser a preferida dele não foi? Por ele sempre chamar a mim ao invés de você e agora você fica com tudo, não é justo – ela balançava a arma e apontava para Dahra.

Eu estava de longe e observava tudo, ela estava realmente fora de si, falava do pai e da relação dos dois, da inveja de Dahra que só sabia chorar e dizer que não tinha inveja, mas ela estava surtada e apontou a arma para Dahra e atirou, Emhre entrou na frente e eu atirei em Radja que caiu no mesmo chão que Emhre e Dahra, que correu para perto da irmã que tinha sangue saindo por sua boca e continuava a dizer as mesmas coisas para a irmã até dar seu último suspiro.

- Eu sinto muito Dahra – eu disse a ela - Tive medo dela atirar de novo e matar vocês, você está bem – olhei para Emhre que tinha sido atingido no braço – Você está bem irmão?

- Acho que estou cara, só levo tiro nessa história.

Dahra olhava para a irmã ali caída já sem vida e isso me deixou arrasado, não sei se ela me perdoaria, mas pelo estado da irmã dela, ela iria atirar sem dó nem piedade. Me ajoelhei ao lado dela e mais uma vez.

- Me perdoe – ela balançou a cabeça e se encostou em meu ombro.

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