Cam
Ao ver aquele homem chegar em nosso carro e colocar alguma coisa embaixo e me olhar fixamente como se dissesse que nós iríamos morrer, não pensei duas vezes em tirar Nádia dali e num impulso eu a puxei para fora do carro e saímos do carro correndo e ela não entendeu nada do que estava acontecendo.
Enquanto corríamos, tudo foi muito rápido, eu gritei tentando avisar o maior número de pessoas que estavam ali, mas infelizmente nem nós nem eles conseguiram ir muito longe quando a explosão aconteceu. Eu tentei tirá-la de lá, mas não consegui. Logo após a explosão onde estávamos, ouvi outro barulho de explosão vindo ao lado do palácio que Esam estava.
Peguei Nádia no colo e corri com ela onde a concentração de pessoas era menor, pois onde estávamos estava um caos com pessoas machucadas e até mesmo mortas. Foi uma cena de filme de guerra. Encontrei uma casa velha e que por nossa sorte tinha porta e entrei com ela e a coloquei deitada em um sofá velho e cheio de poeira, corri fechei a porta e com um pedaço de madeira e fui olhar os sinais vitais dela.
Ela respirava e tinha pulsação, observei se tinha algum machucado e o pé dele estava horrível, muito machucado. Mas agradeci a Ala que ela estava viva. Olhei o tempo todo pela porta e pessoas iam e vinha, barulho de ambulâncias e eu realmente fiquei com medo pela quantidade de pessoas na rua. Se pegassem Nádia, não quero nem pensar.
Liguei para Esam e ele teve o mesmo´´ problema `` que nós, só que eles já tinham entrado no palácio e jogaram uma granada que os fizeram cair longe e se machucarem, mas já estavam sendo tratados. Meu medo maior era com Nádia, se houve alguma hemorragia interna ou se o ferimento foi somente superficial.
Rajj disse que ia providenciar para que viessem nos buscar e que estavam apreensivos com a nossa vida no meio de pessoas que querem retaliação por um governo ditador. Nádia acordou e pude conversar com ela e ver que ela aparentemente estava bem, e disse tudo que estava preso em minha garganta e o quanto eu a amava queria dizer mais coisas, mas fomos interrompidos por dois homens armados. Pareciam ser do exército, porém apontavam as armas para a porta a todo momento e nos chamaram pelo nome.
- É uma emboscada Nádia, vamos ter que sair daqui – a arma deles é mais potente que a nossa e nos mataria em segundos – Você consegue se apoiar em mim.
Ela queria que eu a deixasse para trás, como deixar a mulher que você ama para trás? Peguei ela no colo e segui em direção aos fundos da casa, pedi que ela segurasse a arma caso algum deles aparecesse. Conseguimos sair da casa e uma cerca de madeira era o nosso obstáculo, como passar por ali com minha mulher daquele jeito?
- Eu vou ter que te jogar pra conseguirmos sair daqui – Eu sei que ia ser dolorosa para ela – Pronta? – E não deixei ela nem responder, mas seria ela cair ou morrermos.
Logo eu pulei e a peguei no colo novamente e seguimos para a outra rua que tinha pessoas indo e vindo, antes de sairmos da casa enquanto esperávamos por nosso socorro eu pedi a ela que colocasse um pano de uma cortina velha nos cabelos seria mais fácil de nos disfarçamos já que ela tinha cabelos loiros.
Corri com ela e pude chegar em uma construção e segui com ela lá para dentro precisávamos ficar protegidos. Será que alguém do palácio queria nos matar? Deixei Nádia deitada no local onde estava sendo construída uma escada e liguei para Rajj.
- Acabamos de ter visitas desagradáveis, alguém do palácio pode estar armando contra nós ou como saberiam que estávamos naquele lugar.
- Eu vou ficar atento e eu mesmo vou buscá-los, mande a localização.
E então mandei a localização e ficamos por ali atentos, tivemos medo que os homens que foram nos matar nos descobrisse, Nádia estava com o pé machucado e não conseguia andar e sei que ela estava sentindo muita dor. Ouço passos e vozes estranhas, eram os dois homens, ficamos num local onde eles não podiam nos ver. Nádia era uma ótima atiradora e mesmo machucada conseguiu acertar o primeiro e o segundo se assustou e começou a atirar, nós tentamos atirar no homem mas ele é bom e se esconde e não conseguimos acertá-lo. Nossa munição já está no fim e se não tivermos ajuda ele irá chegar até onde estamos e nos matar.
Tentamos até nossa última munição, e ele sabe que não temos muito mais como segurá-lo longe de nós, ele está com uma arma e tem muita munição e está em vantagem sobre nós.
- Se eles não vierem logo ele vai conseguir chegar até aqui e nos matar – Nádia sussurra para mim.
E então disparamos nossa última bala, e tivemos a resposta com vários tiros, como ele viu que não reagimos, ele começou a se aproximar de nós, a adrenalina corria em nosso corpo. E ele estava se aproximando cada vez mais, mais com cautela. Sabia que não tínhamos mais munição. Ele saiu do seu esconderijo e Nádia apontou a arma e o acertou bem na testa enquanto ele caminhava.
- Você ainda tinha uma munição?
- Sim eu sabia que ele viria quando os nossos tiros acabassem, foi uma estratégia que deu certo.
- Parabéns – eu disse a mulher que eu amo.
- Nádia – uma voz nos gritou – Cam, vocês estão aqui?
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