Os Gêmeos Desconhecidos: As Escolhas De Uma Mãe romance Capítulo 1310

Ela não conseguia falar, realmente não conseguia.

Rafaela ergueu a cabeça, seus olhos cheios de dor transbordavam lágrimas, segurando o celular firmemente contra seu coração, Rafaela chorava descontroladamente, encolhida, repetindo entre soluços, “Astrid, me desculpe, me desculpe, mamãe te pede desculpas... desculpe... desculpe... de verdade, me desculpe...”

Rafaela odiava-se profundamente, odiava cada decisão que tomara, e também odiava seu corpo deteriorado.

Ela desejava poder voltar no tempo, se não tivesse agido por impulsividade com Cleiton, se não tivesse deixado Astrid na Família Freitas, se a tivesse mantido sempre ao seu lado, Astrid não teria sofrido tanto.

Se ela tivesse contado a Cleiton mais cedo, Astrid teria o amor de seus pais.

Se ela tivesse contado a Cleiton mais cedo, Astrid não teria sido trocada, e seu bebê não teria sido perdido.

Ela odiava seu corpo, por que tinha que ficar doente, por que não podia estar bem, por que não podia passar mais tempo com Astrid.

Rafaela sentia uma dor insuportável, soluçava tanto que não conseguia emitir som, parecia que ia sufocar.

“Astrid... me desculpe... me desculpe...”

A voz rouca reiterava os pedidos de desculpas, cada um carregado de um sofrimento dilacerante, os pedidos de desculpas estavam repletos de culpa, uma culpa sem fim.

Uma dor aguda atingiu seu estômago, mas essa dor física ainda era insuficiente para superar a dor em seu coração.

O celular tocou, era uma ligação de Cleiton.

Hoje, ao ligar o celular, Rafaela viu inúmeras chamadas de Cleiton, que parecia enlouquecido, ligando mais freneticamente do que nunca, como se não fosse parar enquanto ela não atendesse.

Danilo Cerqueira mandou uma mensagem dizendo que Cleiton já sabia da sua doença.

Cleiton estava desesperadamente à sua procura, ela sabia, mas talvez ele jamais imaginasse que ela voltaria para o lugar onde ele a havia confinado anteriormente.

Médicos e empregados, trazidos da Família Barros, pararam imediatamente, tentando chamar Rafaela com cautela, “Senhora?”

Eles eram da Família Barros há muitos anos e nunca tinham visto Rafaela tão abatida.

Rafaela não respondeu, o silêncio era tão profundo que se podia ouvir uma agulha cair.

Depois de um longo tempo, Rafaela finalmente perguntou: “Quanto tempo você disse que eu ainda tenho?”

O médico, com uma expressão grave, apertou os lábios, incapaz de falar.

Rafaela baixou a cabeça, sorrindo amargamente enquanto as lágrimas caíam, murmurou: “Desculpe, Astrid... mamãe também queria ver você ter seu bebê, queria compartilhar essa alegria com você... mas mamãe realmente não tem mais tempo...”

Rafaela fechou os olhos, suspirando suavemente.