Os Gêmeos Desconhecidos: As Escolhas De Uma Mãe romance Capítulo 1508

Paloma falava mentiras sem qualquer hesitação, seus olhos fixos nos dele mostravam uma determinação inabalável.

Elvis manteve o olhar distante, "Deixe pra lá, não vamos falar sobre isso."

Continuar com essa conversa só deixaria Paloma triste novamente.

"Podemos não falar mais sobre isso, mas você precisa acreditar em mim. Não consigo aceitar que você não confie em mim, entende?" Paloma dizia com sinceridade em seus olhos.

"Sim, entendi, vá para casa, não fique aqui no vento."

O homem voltou para dentro.

Paloma ficou ali parada, sentindo o vento gelado em sua pele, não só o corpo, mas o coração também estava pesado e frio.

Ela sabia que ele era astuto, e não acreditara em suas palavras.

Maldita seja.

Tudo por causa das palavras que Astrid dissera naquela manhã.

Foram aquelas palavras que fizeram com que ele não acreditasse nela.

Quando certas coisas são semeadas no coração, começam a crescer como sementes, e essa questão em breve não poderia mais ser ocultada.

Paloma mordeu os lábios; precisava pensar em outra solução.

Era tarde da noite.

O homem estava em frente ao espelho, perdido em pensamentos; ele não acreditara completamente no que elas haviam dito naquela manhã.

Seu filho...

Ele franziu a testa, naturalmente, um assunto desses não poderia ser facilmente acreditado, mas também não poderia ser descartado como mentira.

......

Vila de Barros.

Astrid não jantara e permanecera em seu quarto, enquanto Orlando pedira para que lhe preparassem um prato de mingau.

Ao ouvir o som da porta se abrindo, Astrid olhou para Orlando.

O quarto estava escuro, sem luzes acesas, até que Orlando ligou a lâmpada, "Venha comer alguma coisa."

Astrid levantou-se e foi até ele, não porque estivesse com fome, mas porque o bebê dentro dela precisava de alimento.

"Você ainda se culpa por causa do Arthur?"

Orlando ajeitou o cabelo de Astrid, amarrando-o com uma fita.

Astrid mexia lentamente o mingau com a colher.

Valentino assentiu, comeu pouco e também saiu.

......

Guilherme foi ao hospital para discutir com Xuxa e Maíra sobre o funeral de Arthur e o local do sepultamento.

Maíra estava visivelmente abatida, tendo emagrecido e perdido o brilho que costumava ter.

Ao ouvir o barulho na porta, Maíra virou mecanicamente a cabeça em direção à entrada.

Ao ver que era Guilherme, seus lábios ressecados não se moveram, e ela apenas o fitou, aqueles olhos carregando uma infinidade de emoções.

Diante desse olhar, Guilherme sentiu uma culpa esmagadora, a ponto de nem sequer ousar encará-la diretamente.

Maíra permaneceu em silêncio; ela sempre fora uma pessoa que não demonstrava suas emoções facilmente, mas diante de um ódio tão avassalador, não tinha mais ânimo nem forças para representar.

Fosse evidente ou não o seu ódio, já não importava para ela.

Havia apenas uma certeza: embora Valentino aparentasse ser gentil e inofensivo, ela estava decidida a arrancar essa máscara e expor a todos a verdadeira face repugnante que ele escondia.

Xuxa levantou-se. Ela era mais paciente que Maíra e sabia que ainda havia um longo caminho pela frente, que precisariam conviver, e que agora não era hora de romper completamente as relações, mesmo que houvesse desejo de vingança.

"Guilherme, o que te traz aqui?"

O olhar de Guilherme vacilou, e sua voz carecia da segurança de antes ao responder: "Vim discutir com vocês sobre os detalhes do funeral do meu irmão."