Os Gêmeos Desconhecidos: As Escolhas De Uma Mãe romance Capítulo 1615

Velho Senhor disse novamente: "Está bem, está bem, não fiquem parados aqui, voltem para dentro, senão a comida vai esfriar."

Astrid fez um aceno educado com a cabeça. "Obrigada... vovô."

Ao ouvir a hesitação na voz dela, ainda com certa distância e formalidade, Velho Senhor ponderou por um instante e respondeu: "Somos uma família, não precisa agradecer. Isso é apenas o que cabe a mim, como avô, fazer."

Desta vez, Velho Senhor se pronunciou de maneira oficial, reconhecendo Astrid como neta-nora.

Karina assistiu à cena, radiante de felicidade. No momento, nada a deixava mais contente do que ver toda a família reunida em harmonia.

Astrid também deixou de lado qualquer ressentimento pelas atitudes anteriores de Velho Senhor; o ambiente familiar tornou-se tranquilo e cordial.

Orlando sentiu-se profundamente agradecido pela generosidade de Astrid em relação à sua família.

Camila, parada mais atrás, observava a harmonia entre eles e não pôde evitar sentir-se um pouco solitária. Astrid havia convidado Camila e Elvis para irem juntos à casa da família, mas ambos recusaram educadamente, como se tivessem combinado.

Camila queria passar em casa e, além disso, não queria atrapalhar aquele momento de reunião em família.

Quanto a Elvis, era ainda menos provável que comparecesse.

Orlando então telefonou para Renato Lopes e Conrado Salazar, pedindo que levassem Elvis para que ele pudesse se inteirar sobre sua vida antes da perda de memória.

Conrado e Renato já haviam ouvido de Orlando sobre a notícia de que Elvis estava vivo; agora, sabendo que ele tinha retornado, não hesitaram em ajudar, como verdadeiros irmãos.

Diante da recusa de Camila e Elvis em irem à casa da Família Capelo, Astrid desistiu de insistir, providenciou um carro para eles e seguiu com Orlando para a residência da família.

Camila olhou para o carro que Astrid deixara e para Elvis ao lado. Astrid não deixara motorista para eles, o que claramente fora proposital.

Camila apertou os lábios, dirigiu-se à porta traseira do carro e estava prestes a abri-la, quando o homem à frente já havia aberto a porta do passageiro. "Entre."

Camila o olhou rapidamente; apesar do distanciamento, eles não eram exatamente inimigos. Sem hesitar, ela entrou no carro.

Elvis fechou a porta, deu a volta e entrou pelo outro lado. Ele perguntou: "Onde estamos morando?"

"O quê?"

Durante todo o trajeto, ambos permaneceram em silêncio. Elvis queria fazer algumas perguntas a Camila, mas, diante da frieza dela, preferiu não se manifestar.

Quando chegaram ao prédio de Camila, Elvis desceu junto com ela. Camila olhou para ele e disse: "Posso subir sozinha, obrigada por me trazer."

Elvis se aproximou e segurou o braço dela. Camila, com o ventre já grande, caminhava com certa dificuldade. Elvis temia que ela tropeçasse. "Já que chegamos até aqui, não custa nada. Considere isso como uma forma de eu, enquanto pai, compensar meu comportamento de antes."

Camila ficou em silêncio.

Sem discutir mais, Camila permitiu que ele a ajudasse até a porta de casa.

Ao chegarem, Camila tirou a chave e tentou abrir a porta com esforço. Depois de muitas tentativas, não conseguiu destrancar.

Camila começou a ficar aflita, insistiu mais algumas vezes, até que a porta se abriu — mas por dentro.

Um homem, sem camisa e com um par de hashis na mão, olhou curioso para Camila.

Camila, surpresa, também o encarou. "Quem é você?"