Os Gêmeos Desconhecidos: As Escolhas De Uma Mãe romance Capítulo 456

Astrid suspirou, sua voz era clara na entrada, não era alta, mas carregava um tom suave e agradável, quase sedutor, como se estivesse persuadindo uma jovem a abrir a porta para um tio malicioso.

Astrid caminhou até a entrada, olhou para a maçaneta, mas não chegou a tocá-la.

Na verdade, no caminho de volta, ela refletiu cuidadosamente. Antes de ir à Família Capelo, Orlando havia ligado para ela. Não levou mais do que vinte ou trinta minutos para chegar à Família Capelo, e para Orlando, esse tempo era insuficiente para uma atividade física.

Ela entendeu isso no caminho de volta.

Embora tivesse entendido, o humor de Astrid não melhorou, pois percebeu que, de fato, não havia superado esse homem que a ferira profundamente.

Quando viu aquela cena no quarto, seu coração se perturbou, ela se importou.

Mas ela também era teimosa. Luna queria ver em seu rosto um sinal de tristeza e dor, mas Astrid se recusou, mantendo uma expressão serena.

Orlando estava na entrada, podia sentir, seja através do telefone ou pela sua voz direta, que Astrid havia chegado à porta.

Apenas separados por uma porta.

Mas ela não abriu.

Após um minuto, Astrid finalmente disse, "Orlando, estou cansada, quero descansar. Por favor, vá embora."

Seu humor estava um pouco pesado, fazendo Astrid se sentir muito cansada.

Do outro lado, Orlando ficou em silêncio por alguns segundos. Astrid ouviu seu leve suspiro, "Tudo bem, então falamos amanhã."

"Hum."

Astrid desligou o telefone.

Orlando olhou profundamente para a entrada, virou-se e desceu as escadas, mas ele não foi embora imediatamente.

Pelo menos até Camila Miranda chegar para ver Astrid, ele ainda estava lá embaixo.

Camila sabia a senha da casa de Astrid, entrou diretamente, viu Astrid sentada no sofá com os joelhos abraçados, trocou de sapatos e entrou, "Eu vi Orlando lá embaixo."

"Por que você está chateada?" As duas perguntaram quase ao mesmo tempo.

Camila riu, soltando uma baforada de fumaça, "Você primeiro."

Astrid apoiou a cabeça, inclinando-se de lado, contou o que aconteceu naquela noite.

"Se nada aconteceu, por que você está triste?"

Astrid desviou o rosto, sua voz baixa e melancólica, "Sinto que não tenho forças."

Ela pensou que havia superado, mas percebeu que não era o caso hoje. Se realmente tivesse superado, teria apenas rido disso e não se importaria.

Camila colocou o braço em volta dos ombros de Astrid, sorrindo levemente, "Não fique triste, isso não tem nada a ver com ter ou não ter forças. Quando você realmente ama alguém, não é algo que você pode simplesmente deixar para trás. E, honestamente, ele está tentando mudar. Afinal, ele não é perfeito, também pode ser influenciado por certas coisas, quem nunca fez besteiras quando jovem..."

Ela pausou, prestes a usar grandes argumentos para consolar Astrid, mas de repente parou, desviou o olhar, deu outra tragada profunda no cigarro, habilmente batendo a cinza com os dedos, riu de si mesma e murmurou, "Quem nunca fez besteiras quando jovem."

Astrid virou a cabeça para olhá-la, hesitou e perguntou, "Você está pensando nele?"