A Babá romance Capítulo 15

Manuella Vermount

Fiquei com medo de Emilly falar qualquer coisa à mãe de David, que do nada chegou aqui, mas ainda bem que ela resolveu não contar. As pessoas, às vezes, criam bom senso do nada. Na verdade, ela pode estar só esperando o melhor momento para isso. O pior é que eu estarei pra sempre nas mãos dela, então estou ferrada de qualquer jeito.

Tirando o que aconteceu de manhã, nada de mais estranho aconteceu durante o restante do dia. Arrumei Hannah, a deixei na escola. Enquanto ela estava lá, aproveitei o tempo livre para começar a arrumar a mala da viagem de Hannah e o Sr. David pediu que fizesse uma mala para o final de semana, que ela passaria na casa da avó.

Depois a busquei na escola e, como de rotina, falei com todas as suas amiguinhas. Brincamos juntas em casa de boneca e de esconde esconde. De noite ela dormiu e Taylor me deixou em casa.

- Amigaaa!!!!! – Luh pula em cima de mim quando abro a porta de casa – Que saudades que eu estava do você!!! Ao mesmo tempo que eu gosto de você ter um trabalho que você goste, eu odeio que você tem que passar o tempo todo lá - ela faz bico.

- Saudades de você também sua louca e reze para a Hannah nunca te ouvir falando isso – coloco minhas coisas no chão e me jogo no sofá, sendo acompanhada por ela em seguida - Agora que eu comecei, duvido que ela me deixe sair.

- E aí? Sr. Gostosão finalmente te pegou de jeito? – ela diz e eu a olho como se fosse matá-la.

- Não sua idiota, eu não beijei David! Uma coisa muito pior aconteceu.

- Fale – ela virou pra mim curiosa, sentando de perna de índio animada quase dando pulinhos.

Não sei se ela ficaria do mesmo jeito depois que eu contasse de Emilly.

- David foi para o tal evento idiota de Emilly e chegou super bêbado em casa, ele até tentou me beijar, mas eu não deixei – ela ia falar alguma coisa, porém falei na sua frente – Eu tava lá ajudando ele a fazer as coisas. É sério, você tinha que ver o estado daquele homem! Aí, do nada, Emilly chegou quando ele estava tentando me beijar mais uma vez...

- Eu falei que essazinha iria atrapalhar vocês dois...

- Ela me ameaçou - digo já esperando a sua reação.

- O QUÊ?!!! – Luana grita e pula do sofá na mesma hora.

Se alguém chegasse perto ela matava, certeza.

- Ela jogou na minha cara que eu era só uma empregada e que deveria me comportar como tal. Falou que se eu fizesse mais alguma merda para cima de David, diria para a mãe dele o que estava acontecendo e falaria de um jeito que ficasse BEM claro que tudo era culpa minha. Disse que ia ser a palavra dela contra a minha. Eu, fiquei calada, é claro!

- Filha da mãe! - diz batendo as mãos no sofá.

- E, para completar o desastre total, porque eu sou uma pessoa bem sortuda, não é mesmo? Hoje de manhã, DO NADA, a mãe de David aparece e fica paralisada quando me ver. Quando eu falo paralisada, eu digo literalmente, a mulher quase desmaiou! Parecia um fantasma, ainda chamou David para conversar no escritório, certeza que está planejando a minha demissão.

- Manuella, minha amiga, eu sinto em te dizer isso, mas você está ferrada em tantos níveis que você nem imagina - ela deita no sofá.

- Eles ficaram tanto tempo lá dentro daquele escritório que eu pensei que ia sair de lá já com a demissão assinada e com um anúncio global dizendo que eu não poderia ser contratada por mais ninguém.

- Não quero nem imaginar daqui pra frente...

- Oh se imagino, estou simplesmente nas mãos de Emilly e David pode estar, neste momento, desconfiando de mim por causa da reação da mãe. É sério, até eu pensei que tinha feito algo de errado. E olha que eu nunca vi aquela mulher na vida!

- Amiga, relaxa, você não fez nada para essa mulher. Você nem sabia quem era ela até hoje.

- Eu sei, mas ela me olhava como se estivesse vendo fantasma – digo com voz de desespero.

- Essa sua vida parece história de livro, socorro - ela diz rindo para si mesma.

- Você tinha que ver como Emilly ficou quando descobriu que eu vou nessa viagem com David para cuidar de Hannah.

- Eu imagino, ela deve ter ficado é louca. E se prepare, porque, se qualquer coisa acontecer nessa viagem, e ela ficar sabendo, você estará mortinha da Silva e desempregada.

- Por isso, nada, absolutamente nadinha, vai acontecer nessa viagem.

- Duvido – ela diz e vai pra cozinha - Eu gosto que você gosta de se iludir.

Resolvo não tentar argumentar com Luana, pois sei que não vai dar em nada, somente uma possível briga entre nós duas. Pego minhas coisas que estavam no chão da sala e vou para meu quarto.

Pego uma mala um pouco maior emprestada de Luana, pois a minha estava destruída, e coloco as melhores roupas que existem no meu guarda roupas, mas, infelizmente, elas não são suficientes para me manter a tarde de amanhã longe de um shopping. Eu adoro comprar roupas, porém o shopping me desgasta muito, eu chego em casa exausta e sem energia para continuar vivendo. Por isso, deixo sempre meu guarda-roupas chegar a um ponto crítico para me submeter novamente ao cansaço de uma tarde de compras.

Guardo as roupas que tinha pra guardar, arrumo umas necessaires com coisas básicas do dia a dia e já deixo separada para não esquecer. Dou uma arrumada básica no quarto e vou pra a cozinha comer algo.

Quando chego lá, encontro Luana e Bryan cozinhando algo, ou melhor, queimando algo.

Eu demorei tanto assim?

- Ahh não, o molho queimou – Bryan diz rindo.

- Meu Deus que desastre – digo chamando a atenção deles.

- Oi Manu! – Bryan sai de perto do fogão e me dá um abraço.

- Oi. Querem ajuda? - digo olhando preocupada para as panelas.

- Não precisa, hoje você é a nossa convidada de honra. Senta lá no sofá, assiste um pouco de TV e daqui a pouco o jantar vai estar pronto – Luana diz me guiando para fora da cozinha.

- Não sei se vou querer comer isso aí não – digo vendo a panela com o molho queimado.

- Não se preocupe, vai ficar delicioso - Luana diz tentando melhorar a situação do molho.

- Nunca duvide dos dotes do chef Bryan.

Rio da situação deles e vou para a sala me jogando no sofá.

Ligo a TV em um programa qualquer e fico assistindo enquanto os dois ficam lá destruindo a cozinha. Daqui da sala, às vezes, escuto umas risadas e pequenos gritos de preocupação, são nesses momentos que sinto vontade de ir lá e forçá-los a me permitir ajudar, mas lembro que eles são um casal, então eu provavelmente ficaria de vela. Além do mais, eles devem estar se divertindo juntos.

Depois de uma hora e meia esperando, eles finalmente dizem que o jantar está pronto e me permitem ajudar a servir a mesa.

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