A Babá romance Capítulo 18

Manuella Vermount

- E o que você acha da Manuella? - David pergunta e eu congelo no lugar.

- Eu goto muuuto dela papai – sorrio e mordo a minha unha quando a escuto falar de mim – Ela foi muto legal cumigo quano eu fugi e ela cudô de mim como uma mamãe. Papai, vuxê gota de Manu? - meu coração bate mais forte quando a ouço dizer isso.

Lembre-se do que Dona Fátima acabou de lhe pedir Manuella! Não se apaixone por David! Eu tenho que ficar repetindo isso como um mantra pra ver se entrava em minha mente. A mulher só me pediu isso.

- Ela é uma pessoa muito boa pequena. Ela é boa com você e está aqui, sempre disposta a ajudar a todos. Então, eu diria que eu gosto dela sim - ele pensava isso tudo de mim?

Vocês conseguem ouvir meu coração batendo? Porque eu tenho certeza que quem está lá do outro lado do mundo consegue ouvir o musical que ele está fazendo dentro do meu peito.

- E vuxê vai casar cum ela? - UOOOUUUU! Hannah é rápida nesses assuntos né?

- Essas coisas não são assim meu amor, é muito mais complicado que isso - Obrigada meu Deus! Alguém que me entenda.

- Vuxês que tão cupicando, vuxês podiam casar e eu ia ter uma mamãe - tenho que me lembrar de ter uma conversinha com Hannah sobre casamentos. Ela parece estar com essa ideia fixa na cabeça.

Mas esse é um dos maiores desejos dela. Ela não sabe o que é ter uma mãe, então tenho que ter muito cuidado nesse quesito.

- Você quer que ela seja a sua mãe?

- Aham! – imagino ela balançando a cabeça do jeito que ela sempre faz quando fica animada com alguma coisa – Todas as minas amigas tem mamãe e eu não, eu quelia ter uma tamém.

- Mas você sabe que pra você ter uma mãe, não precisa ser Manuella, não sabe?

- Xei, mas eu quelia que foxe ela puquê ela é pefeta! A melor pexoa de todas!

- Meu amor, quando o papai se casar, tem que ser com uma pessoa que eu ame e que me ame também. Não basta só a pessoa parecer perfeita, um casamento é muito mais que isso. Mas não se preocupe, eu prometo só gostar de mulheres que te tratem muito bem.

- Eu tenho ceteza que vuxê gota da Manu e que ela gota de vuxê – OI?!

- Como você sabe disso? - Também estou querendo saber!

- Vuxê fica difelente quano ta peto dela e ela tamém.

- E como você acha que eu gosto dela?

- No filme da bela e a fela ela fica difelente quano ta peto do pinxipe, igual vuxê e Manu.

- A senhorita ta vendo muitos filmes da Disney, acho que ta começando a ver coisas - ele ri.

- E papai, tem um homem que goxta de Manu, ele até encontou a gente na pacina naquele dia, vuxê tem que xer ápido - ela não esquece das coisas mesmo né? Eu aqui pensando que ela nem lembrava de termos encontrado Arthur no parque.

Qual foi Hannah? Vai acabar com a minha imagem rápido assim? Eu to é ferrada, isso sim. Eu sei que ela é só uma criança e que é muito inocente para ter ideia das consequências do que diz, mas tem umas horas que essa inocência coloca a gente em cada saia justa. Agora eu tenho que dar um jeito de contornar essa situação.

Bato na porta chamando a atenção dos dois.

- Am... Eu vim terminar de arrumar as coisas de Hannah - digo encarando Hannah para não ter que olhar para a cara de David após Hannah ter dito aquilo.

- Fata muto Manu? Eu quelo bincá cum vuxê.

- Não pequena, falta pouca coisa. Vai lá brincando que daqui a pouco vou lá com você.

- Vou vê tevisão na xala, to la te espeando – ela diz descendo do colo de Sr. David e saindo correndo do quarto.

Eu passo direto por ele e me agacho do lado da mala novamente. Quem sabe ele esquece o que acabou de ouvir e segue a vida.

- Minha mãe falou algo de errado? Está tudo bem entre as duas? – David fala atrás de mim e eu respondo sem olhar pra ele.

- Ta tudo bem sim, ela não falou nada demais - foca nas roupas Manuella, foca nas roupas.

- Então quer dizer que tem um homem atrás de você? – ele diz e eu gelo.

MERDA!

Tudo bem que não é nada demais. Arthur só disse que queria sair comigo e ele tinha sido legal comigo no dia da festa, mas falar disso com David não seria a melhor coisas no momento. Eu tinha que agir como se não tivesse escutado nada que ele e Hannah falavam.

- O- o quê?

- Hannah me disse que no dia que vocês saíram para o parque tinha um homem que falou com você – ele diz se agachando ao meu lado.

PERTO DEMAIS!

- Não é nada, ele dançou comigo naquele dia da festa e a gente se encontrou lá por acaso – eu digo dobrando as roupas ainda sem olhar pra ele.

- E o que ele disse? – eu sentia o seu olhar sobre mim e estava me sentindo desconfortável, e olha que nós não somos nada um do outro.

- Ele só disse que queria marcar pra sairmos, nada demais como eu disse.

- E você aceitou?

- Não marcamos nada ainda, até porque eu iria viajar com vocês essa semana e passo o tempo quase inteiro no trabalho.

- Hannah estava certa – ele diz e eu finalmente o encaro franzindo as sobrancelhas não entendendo o que ele queria dizer com isso – Eu terei que ser mais rápido.

Essa é a última coisa que ele diz antes de levantar e sair do quarto.

David Monteiro

Quando Hannah me disse do homem do parque eu fiquei incomodado. Será que era aquele homem da festa? Manuella não daria uma chance para aquele homem da festa, certo? Hannah podia estar exagerando nessa história.

Agora, quando Manuella me confirmou que aquilo realmente tinha acontecido, eu senti uma raiva enorme me consumindo, mas tive que disfarçar, pois não tínhamos nada.

AINDA!

Eu estava a perdendo e nem tinha começado a conquistá-la. Tudo bem que eu só resolvi deixar de ser um idiota com ela e admitir o que eu sinto agora e ela não tinha como adivinhar nada. Eu tinha agido da pior forma no começo e agora tinha que correr atrás para diminuir o prejuízo.

Ainda bem que essa viagem vai tirá-la daqui e de perto daquele traste. Pode ter certeza que lá ela não me escapa, lá não terá ninguém para nos atrapalhar ou interromper. Ela quem se prepare.

Arrumo minhas malas para a viagem e deixo tudo pronto. Tiro o restante do dia para ficar com Hannah e acaba que Manuella se junta a nós no final da tarde, quando Hannah nos convence a assistir um filme com ela.

- Vou fazer pipoca- Manuella diz levantando do sofá e indo para a cozinha.

- EBAA!! – Hannah da pulinhos do meu lada – Poxu ajudá?

- Vai me deixar aqui sozinho? É isso mesmo que eu to vendo? – digo fazendo um pequeno drama de brincadeira.

- Vem papai – ela me puxa pela mão até a cozinha.

Ele me puxa e me beija. Eu fiquei um pouco assustada no começo, mas retribuo e faço uma coisa que tenho vontade de fazer desde que o vi pela primeira vez: coloco minhas mãos em seu cabelo, puxando de leve. Ele grunhe entre o beijo e me pressiona contra seu corpo.

Eu nunca queria sair dali, apesar de ser errado, eu gosto da sensação que ele me causa. Ele me carrega e coloca em cima do balcão sem parar de me beijar. Prendo minhas pernas ao seu redor e ele coloca o braço pelas minhas costas me puxando mais ainda em sua direção. Rezo pra que ninguém chegue, não ainda, não agora. Por favor!

Ele parecia querer acabar com qualquer espaço que existia entre nós, pois o braço que estava ao meu redor me puxava cada vez mais contra o seu corpo. Meu corpo queria o mesmo, então, meus braços também o puxavam em minha direção.

David me provocava durante o beijo, dando mordidas em meu lábio inferior e sorrindo em meio ao ato. Seus dedos faziam um carinho gostoso em minha bochecha, que me fazia suspirar.

Depois de um tempo, o ar começa a faltar e eu paro o beijo com selinhos e escondo meu rosto em seu pescoço sem conseguir conter o sorriso. Ele se aproveita disso e começa a dar uns beijos ali me fazendo respirar fundo por causa da sensação boa que isso me causa.

- Você não sabe o quanto eu queria ter feito isso antes – ele diz apertando minha cintura e beijando meu pescoço mais ainda me fazendo suspirar mais uma vez.

Sorrio mais ainda em seu pescoço. Ele estava fazendo com que eu me sentisse como uma adolescente que acabou de dar o seu primeiro beijo.

- Acho melhor a gente ir pra a sala ante q...

-PAPAI, MANU, VUXÊS NÃO VEM? – Hannah grita da sala.

- Antes que ela venha e nos encontre aqui desse jeito – digo e desço do balcão ainda com ele na minha frente.

Ele assente se dando por vencido e me acompanha de volta para a sala.

Sentamos no sofá e tento me concentrar no filme, mas estava difícil. Lembro que Hannah estava ali conosco então eu teria que disfarçar, antes que ela descobrisse e deixasse escapar para sua avó ou até mesmo na frente de Emilly. Em vários momentos do filme, sinto o olhar de David sobre mim e isso deixava situação mais difícil ainda. O beijo dele não saia da minha cabeça, tudo o que eu conseguia pensar era nisso.

Eu estava pensando tanto que, às vezes, chegava a pensar que estava sentido o seu toque novamente.

Hannah senta entre nós deitando a cabeça em minhas pernas e coloca as pernas em cima de David. Faço carinho em sua cabeça notando que o sono estava quase vencendo, mas ela lutava para continuar com os olhinhos abertos e assistir seu filme até o final. Começo a fazer carinho em seus cabelos.

Depois do primeiro filme, Hannah insiste para que David colocasse mais um e ele cede colocando o DVD e sentando novamente.

David Monteiro

O tempo passa devagar. Não sei se é por que eu estava querendo muito que esse filme acabasse logo para eu poder ficar um pouco mais Manuella ou se ele estava chato mesmo.

Eu olhava pra a TV e a imagem de eu e Manuella nos beijando na cozinha não me saia da cabeça. Foi muito melhor do que eu imaginava, deveria ter feito isso muito antes. Se eu já a achava perfeita antes, agora seu nível de perfeição ultrapassou qualquer patamar que pudessem estabelecer.

Olho pro lado e vejo que as duas estavam dormindo abraçadas, a coisa mais linda que já tinha visto. Antes de tirar Hannah para pô-la na cama eu pego meu celular e tiro uma foto das duas.

Guardo meu celular no bolso novamente e pego Hannah no colo com cuidado para não acordar nenhuma das duas. Hannah nem se move, mas Manuella se mexe levemente sem acordar.

Coloco Hannah em sua cama e volto para a sala pegando Manuella no colo e a levando para seu quarto.

- O qu... – ela começa a se mexer em meus braços – O que aconteceu? – ela diz abrindo os olhos.

- Você dormiu durante o filme – digo entrando em seu quarto com ela ainda em meus braços.

- Você não precisava me trazer, era só me acordar - diz descendo do meu colo.

- Não foi trabalho nenhum – digo a segurando pela cintura a puxando para mim.

- Acho que isso não pode acon...

Não a deixo terminar e a beijo novamente necessitando sentir aquela sensação boa novamente. A encosto na parede aproveitando para aprofundar mais ainda o beijo e não deixá-la escapar. Ainda bem que ela parecia não querer ir embora e retribuiu o beijo.

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