Pai em Coma romance Capítulo 1147

Ana queria dizer que Leo tinha suas próprias mãos e não precisava dela para secar o cabelo, afinal, ela não era uma empregada da família Santos. Porém, observando a expressão cansada de Leo, que diferia de seu habitual vigor, parecia que ele estava exausto, quase como se estivesse com sua energia drenada. Se não estivesse tão cansado, provavelmente não teria adormecido na banheira.

Com um suspiro, Ana reprimiu o desejo de retrucar. Afinal, ela logo iria embora, então poderia tolerar a teimosia dele mais uma vez. Pegando a toalha, Ana olhou para Leo e disse:

- Se você não sentar, como vou secar seu cabelo?

Dada a estatura majestosa de Leo, era evidente que ela não poderia permanecer de pé sobre a cama com a mão graciosamente erguida para secar seus longos e sedosos cabelos. Com um olhar de surpresa marcando seu rosto, Leo observou Ana, aguardando com uma ponta de ansiedade que ela inventasse alguma desculpa para recusar seu pedido. Contudo, para sua surpresa, Ana concordou prontamente, infundindo um ar de mistério e estranheza em sua aceitação. Perdido em seus pensamentos, Leo contemplou Ana por um instante mais longo, seus olhos buscando desvendar o enigma por trás de sua súbita e inesperada cooperação.

Incomodada com o olhar intenso dele, Ana falou impacientemente:

- O que está olhando? Se não precisar, deixa pra lá.

Leo não percebeu nada de especial e parou de pensar demais, se sentando na cama.

- Pode começar.

Então, Ana se ajoelhou na cama e começou a secar cuidadosamente o cabelo de Leo. O cabelo dele estava bem cortado, então não demorou muito para ficar meio seco. Inconscientemente, Ana voltou ao seu hábito de massagear seu couro cabeludo para aliviar o cansaço.

Leo sentiu a pressão moderada de suas mãos em sua cabeça e, de repente, teve a sensação de estar de volta ao tempo em que viviam juntos. Apesar de não ter sido há tanto tempo, parecia uma vida passada.

Embora aquele período de tempo tenha sido breve, parecia ser os dias mais felizes em suas memórias. Leo se sentia revigorado e claro de espírito.

Assim, sem que ninguém falasse, permaneceram juntos em silêncio.

Ele achava que Ana estava agindo de maneira estranha ultimamente, com mudanças de humor muito rápidas. Mas, nesse lugar, todos eram pessoas dele, e Ana não tinha como se comunicar com o mundo exterior. Leo não entendia por que ela agia assim de repente.

"Será que ela está menstruada? Por isso está tão fria e depois quente?"

Leo sentou pensando por um tempo, até que Ana saiu do banheiro.

Vendo Leo ainda sentado lá, e seu olhar fixo nela, Ana sentiu uma inquietação indescritível.

Ela não queria mais nenhum contato íntimo com esse homem, mas se ele pedisse, como ela poderia recusar?