A mulher havia estendido a mão, que Leo rapidamente desviou com um estalido.
- Senhorita, por favor, contenha-se.
Leo, de maneira abrupta e desprovida de cortesia, afastou a mulher, enquanto seu íntimo era invadido por uma fragrância delicada e cativante que dela emanava, causando-lhe uma expressão de perplexidade. Esta mulher, detentora de uma beleza radiante e um porte físico de tirar o fôlego, jamais foi submetida a tal tratamento desrespeitoso por homem algum. Embora indignada, uma centelha de resiliência brilhava em seu íntimo, mas foi prontamente apagada pelo olhar gélido e intimidador de Leo.
Sua expressão parecia advertir que, caso ela ousasse se aproximar outra vez, ele não hesitaria em repeli-la.
Amedrontada, a mulher deu as costas e se afastou, amaldiçoando em silêncio por ter cruzado caminho com um homem tão insensível. João presenciou tudo, com uma careta no rosto.
- Parece que está se divertindo com tudo isso, não é? - Leo questionou friamente.
João esfregou o nariz.
- Só estava pensando... Talvez você pudesse se sentir atraído por outra pessoa, e isso não seria nada bom...
- Se está tão empolgado com a ideia, por que não tenta encontrar um novo amor para o Paulo?
Leo replicou sem qualquer traço de gentileza. A proximidade daquela mulher somente lhe despertava repulsa e aversão. Ele não necessitava mais desses joguinhos infantis, ele estava, na verdade, perdidamente apaixonado por Ana.
- Bem, eu poderia tentar. - João, não querendo mexer com o que estava quieto, respondeu em tom baixo.
...
Depois de jantar em seu quarto, Ana viu a empregada entrar para recolher os pratos.
- Tenho um favor para lhe pedir.
A empregada assentiu, pôs as coisas de lado e perguntou com cautela.
- Srta. Ana, do que precisa?
- Posso usar seu celular? Minha mãe está no hospital e faz tempo que não consigo falar com ela. Queria ligar para ela.
A empregada parecia desconfortável.
- Srta. Ana, você sabe.... Se o patrão tomou seu celular, significa que ele não quer que você se comunique com o mundo exterior. Seria melhor não me colocar numa situação delicada.
A última vez que Ana fugiu, Leo ficou irritado, mas não a puniu severamente. Mas, se houvesse uma próxima vez, talvez não fosse tão branda a punição. Então, mesmo que a empregada sentisse pena de Ana, ela não poderia acatar o pedido.
Ana mordeu o lábio.
- Então, poderia ligar para Dantes. Ele disse que tinha algo importante para me contar hoje e eu não tive tempo de ouvir antes de chegar aqui. Estou preocupada que isso possa atrasá-lo.
Ao ouvir que o assunto estava relacionado a Dantes, a empregada hesitou. Eles eram todos leais a Dantes, que os treinou e os enviou para serem de confiança a Leo.
- Se tem receio de que eu faça algo, pode fazer a ligação e deixar no viva-voz.
Ana viu que ela parecia hesitar e rapidamente falou. A empregada, percebendo que Ana provavelmente não poderia causar nenhum problema através do telefone, assentiu e concordou.
A empregada pegou o celular, fez a ligação e a colocou no viva-voz.
O telefone foi rapidamente atendido.
- Quem está falando? Seja breve. - Dantes estava no hospital, cuidando de Paulo ferido. Pensar que sua lesão foi causada por Leo fez Dantes sentir-se envelhecer uma década.
- Dantes, sou eu, Ana.
Ana podia ouvir o cansaço na voz de Dantes, e sentiu uma onda de culpa.
- Ana? - Dantes, ao ouvir a voz dela, quis dizer alguma coisa, mas faltaram-lhe palavras.
Ele poderia culpar Ana, mas ela também foi a escolhida por ele para casar-se, e depois cuidou de Leo com toda a dedicação e empenho. No entanto, ao olhar para Paulo na cama do hospital, ele não conseguia deixar de sentir-se culpado.
- Eu sei que este é um momento difícil para você.... Eu sei que você estava tentando me contar algo importante, antes, e estou disposta a aceitar o que você tem a me pedir. Só que agora eu não posso sair, então estou informando você desta maneira.
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