Para Sempre romance Capítulo 135

O temporal em Pine City ficava cada vez mais pesado. Penetrou pelo meu carro capotado até me atingir. Usei meus braços para proteger meu celular da chuva. Queria dizer a Zane tudo que estava guardado em minha garganta, incluindo toda a dor em meu coração.

Mas, tive que engolir todas essas palavras. Eu olhei para Zack com muita dificuldade. Seu corpo inteiro estava molhado e seu rosto estava pálido. A chuva fria estava lavando as manchas de sangue em seu rosto.

Estávamos gravemente feridos. A chuva forte só aumentaria a velocidade com que estávamos sangrando. Se ninguém viesse para nos salvar a tempo...

Talvez eu já tivesse experimentado muitas despedidas na vida antes, então não senti medo algum. Eu poderia até conversar com Zack, "Zack, você trabalhou para mim por nove anos, não é? Esteve ao meu lado desde que eu assumi o Grupo Twilight. E resolveu tantos problemas por mim."

"Isso só é o meu dever."

Sua voz estava anormalmente fraca e meu corpo inteiro estava dormente. Estendi a mão para segurar meu telefone com força e queria falar com Zane, mas quando pensei em ter que lidar com sua indiferença novamente...

Eu não estava com medo da dor e do frio afinal. Só não podia mais continuar engolindo meu orgulho e tendo que tomar iniciativa para agradá-lo o tempo todo.

Desliguei o telefone e o joguei de lado. Enquanto isso, Zack continuou falando comigo para nos mantermos consciente, mas eu não dei nenhuma resposta.

Não sei por mais quanto tempo ficamos caídos na chuva, presos lá no carro. Até eu ouvir vagamente alguém falar perto de mim, "Sr. Xavier, a Srta. Twilight está presa no banco de trás. Vamos precisar de um tempo para arrombar a porta. Talvez uns quinze minutos."

Um homem perguntou com uma voz fria: "Como estão os sinais vitais dela?"

"Não parecem muito bons."

O homem ordenou com indiferença: "Abra a porta do carro primeiro."

O som lá fora foi sumindo à medida que o som da chuva ficava cada vez mais alto e minha consciência se esvaía cada vez mais.

Parecia que eu estava sonhando.

Nesse sonho, vi meus pais e Quincy juntos.

Estávamos vivendo uma vida feliz e tranquila.

A cena então mudou para a noite anterior ao dia do nosso casamento.

Deitei na cama em silêncio, esperando minha morte.

Naquela época, eu não sabia que me apaixonei pela pessoa errada, Nigel.

A cena mudou novamente para o momento em que Zane e eu nos conhecemos.

Quando ele me beijou no rio em que pulamos.

Eu conseguia ouvir alguém dizer, "Você não vai escapar de novo."

Não sabia quanto tempo havia passado, mas um homem acabou me tirando do chão de repente. Eu olhei para ele sem expressão em meus olhos. Senti como se alguém estivesse checando meu corpo. Eu os ouvi dizer: "Tem mais cicatrizes na coxa dela e algumas nas costas. Também tem arranhões no braço. Os sinais vitais dela estão bem baixos."

O homem que me segurava perguntou: "Onde fica a vila mais próxima?"

"Sr. Xavier, demoraria aproximadamente 20 minutos para chegar lá."

O homem instruiu com firmeza: "Cuide das feridas dela primeiro."

Eu encarei tudo ao meu redor sem expressão e sem poder me mover. Meu corpo estava frio como gelo. Senti como se alguém tivesse tirado minhas calças para tratar do meu ferimento na coxa. Engasguei de dor e não pude evitar que minhas lágrimas escorressem pelos menos olhos naquele momento. E então, ouvi a voz profunda do homem: "Dê um sedativo para ela."

Depois de tomar a anestesia, não senti mais dor, não senti mais nada em meu corpo.

"Cadê o Zack?" Eu perguntei, segurando o homem ao meu lado com força.

Zane segurou minha mão e respondeu em um tom gentil, "Ele está bem."

Soltei um suspiro de alívio e então me permiti desmaiar em seus braços. Quando acordei novamente, estava em uma cabana. A cama ficava perto da janela e eu podia ouvir claramente a forte chuva ainda caindo lá fora.

Olhei ao redor e vi um homem alto parado na porta. Ele estava encarando a chuva. Ao invés de usar um terno preto, ele estava vestindo um casaco preto, que ia até os joelhos. Isso dava um certo ar de carisma e frieza para ele.

Zane era o tipo de pessoa quem eu não podia me aproximar tanto ou blasfemar contra. Ainda era muito difícil de acreditar que ele está comigo.

Eu especialmente não conseguia imaginar o quão poderoso ele era quando estava na cama comigo.

Sim, mesmo que eu tivesse dormido com ele duas vezes, ainda parecia estranho pensar nisso ou na cena. Havia uma sensação de estranheza na qual eu não conseguia me livrar.

Inconscientemente me remexi na cama e senti a dor por todo o meu corpo. Senti um arrepio e engasguei. Ele percebeu que eu acordei e se virou. Então, caminhou até o meu lado com passos firmes.

Zane segurou meu braço esguio com suas mãos grandes e me ajudou a ficar sentada na cama. Ele colocou um travesseiro macio nas minhas costas para eu me apoiar. Voltei a me sentir confortável quando descansei meu corpo no travesseiro. Eu olhei para ele e não disse uma palavra, apenas fiquei o olhando.

Zane ajeitou meu cabelo bagunçado na testa com os dedos e, em seguida, esfregou suavemente minha têmpora com a ponta dos dedos. Ele me perguntou com a voz baixa e gentil, "Stella, ainda está sentindo muita dor?"

"Está doendo, mas eu aguento." Respondi.

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