Para Sempre romance Capítulo 16

A ligação não durou mais do que um ou dois minutos.

Nigel saiu por um tempo, mas, quando voltou, parecia muito preocupado.

Olhou para mim sem saber o que fazer.

Perguntei com calma: "O que aconteceu?".

Suspirou e disse: "Vou embora mais tarde. Você vem comigo?".

Questionei: "É por causa da Shirley?".

Nigel fechou os olhos e suspirou: "Ela sofreu um acidente de carro".

"Então você vai voltar pra cuidar dela?", perguntei pacientemente.

Ficou em silêncio, mas sua partida respondeu minha pergunta.

Antes de sair, lembrei-o: "A gente concordou que você não podia ver ela enquanto a gente estivesse junto. Você ainda se lembra disso?".

Disse com um pouco de dificuldade: "Lembro, é por isso que eu queria...".

Pedir minha opinião?

Por que pensaria que o deixaria ir?

"Nigel, se você sair, essa farsa acaba aqui."

Desliguei o filme, levantei-me e disse com um sorriso: "Não vou te impedir de ir embora se você quiser romper o acordo. Nigel, não sou tão compreensiva quanto você pensa".

Ele olhou para mim em silêncio e finalmente se virou para sair.

Saiu mesmo. Fiquei na janela e olhei para a figura lá embaixo. De costas, parecia desolado e determinado.

Suspirei, virei-me e fui dormir sozinha.

À noite, a mãe dele me chamou para jantar, vesti-me com capricho e desci. Arrastei minha mala e parei no corredor, descobrindo que a neve já tinha se acumulado no quintal.

Ela me viu desse jeito e perguntou, gentil: "Você vai embora?".

"Sim, o voo é mais tarde. Desculpe o incômodo esses dias."

"Não foi nada. Você é minha nora, não precisa ser tão educada comigo."

"Eu me divorciei do Nigel já faz um tempo."

Ela ficou em silêncio.

Seu rosto se encheu de pena. Sorri em um esforço para mudar de assunto: "Posso fazer um boneco de neve?".

"Claro. Quer ajuda?"

"Tá tudo bem. Vou embora assim que terminar."

Encontrei um lugar onde tinha mais neve e comecei a fazer o boneco. Porque já tinha feito alguns com meus pais quando era criança, não foi difícil. Tirei o cachecol cor de damasco da mala e enrolei delicadamente em volta dele.

Virei e voltei para o corredor para buscar a mala. Bem nessa hora, vi a foto chamativa na parede. Era Nigel tocando piano quando era mais novo. Estava vestindo uma camiseta branca simples.

Parecia caloroso e puro, como um anjo imaculado pela neve.

Tinha notado sua existência antes e muitas vezes a olhava, hipnotizada. Certa vez, Nigel percebeu e perguntou, confuso: "O que você tá olhando tão séria?".

Infelizmente, não pude resistir e, secretamente, peguei a foto, escondendo-a no bolso. Assim que caminhei para a porta, a mãe de Nigel disse algo. Achei que tivesse descoberto o que eu tinha feito, então fingi não ouvir e saí depressa.

Não ouvi ela falando: "Por que você tá usando o cachecol do Leo?".

......

Estava no avião com uma forte dor de cabeça. Depois de uma soneca, a comissária de bordo me acordou.

Levantei atordoada e voltei para a propriedade da família Twilight.

Meu corpo inteiro estava fraco. Devo ter pegado um resfriado enquanto fazia o boneco de neve. Além disso, meu estado atual piorou as coisas e me deixou com uma febre forte. Saí de casa e peguei um táxi para o hospital.

Meu médico me viu e perguntou, surpreso: "Por que você tá tão fraca?".

Balancei a cabeça educadamente: "Peguei um resfriado. Você pode me dar soro?".

"Claro. Como você tá se sentindo ultimamente?", perguntou.

"A dor é bem perceptível, e sangro com frequência lá embaixo também."

Ele sugeriu: "Seria melhor se você fizesse a cirurgia".

Sorri e recusei: "Como você disse, esse é o estágio crônico do câncer. Mesmo que eu operasse, ainda não ia me recuperar totalmente. No máximo, ia viver mais alguns meses. No final das contas, que diferença faz?".

Não queria perder os últimos momentos no hospital.

O médico suspirou: "Srta. Twilight, vou fazer um check-up em você, então".

Após o exame, ele me colocou em um quarto particular. Estava deitada na cama, com tontura, e logo adormeci. Quando acordei, vi uma figura alta em pé na frente da janela.

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