Para Sempre romance Capítulo 27

A pergunta de Nigel foi: "Por que a gente teve que se divorciar?".

E não "Por que a gente se divorciou?"

Tinham significados diferentes. A primeira, que ele não queria se divorciar, mas a última, apenas que queria saber o motivo do divórcio.

Eu teria entendido errado?!

Senti que ele não tinha perdido suas memórias.

Se realmente tivesse, não perguntaria assim.

Além disso, era uma pergunta estranha. Afinal, era ele quem queria ir embora e se divorciar.

Uma vez tentei usar isso e os negócios da família Twilight como moeda de troca para que namorasse comigo, mas ele recusou. Tinha muito nojo de mim.

Tirei seus dedos de meu pulso e perguntei com um sorriso: "Quer saber por quê? Vamos fazer um acordo. Te respondo a sua pergunta e você responde a minha. Pode ser?".

Meu sorriso era falso.

Ele ergueu as sobrancelhas e perguntou: "O que você quer saber?".

"Onde o seu irmão, Leo, tá?"

"Falaram que o Leo foi o motivo do divórcio. Fui apenas um substituto o tempo todo, não fui?"

Disse isso com dureza. Sua expressão estava sombria, seus olhos, fixos em mim, como se quisesse ver através do pânico, da culpa e do arrependimento em meu rosto.

Tive muito medo, especialmente de ouvi-lo dizer que eu gostava de Leo, por isso fugi para dentro de casa.

Passei pela janela e me sentei. Nigel não estava mais lá embaixo, e não consegui descobrir o paradeiro de seu irmão.

Apoiei a cabeça nos joelhos. Pouco depois, recebi uma ligação de Sean. Perguntou, preocupado: "Você chegou em Oak City?".

"Sim. Eu vi ele", disse.

"Nigel?"

"Aham."

Chamou-me com hesitação de repente: "Aria".

Perguntei: "O que foi?".

"Você tem que pegar a família Twilight de volta..."

"Irmão, por que do nada você tá falando isso?"

O que estava planejando fazer?!

“A família Grayson tá usando os recursos da família Twilight para atacar os Christensen, mas não posso revidar. Afinal, a empresa foi resultado do trabalho árduo de uma vida inteira dos nossos pais! A gente só vai conseguir salvar nossas famílias se a família Twilight voltar pras nossas mãos".

Conseguiria fazer isso, mas não queria lidar com Nigel. Era difícil para mim...

Mas Sean nunca tinha me pedido nada. Tinha razão, no entanto. Afinal, não queríamos ver nossas famílias sofrerem.

Prometi: "Tudo bem, resolvo isso mais tarde".

Depois de desligar o telefone, liguei para meu ex-assistente. Ficou surpreso e me cumprimentou respeitosamente: "Presidente Twilight".

Perguntei: "Por que a família Twilight atacou a família Christensen?".

Ele me explicou: "Foi ordem do Sr. Grayson".

"Me passe os detalhes do contato dele."

Agora, não podia mais evitar me envolver com Nigel.

O assistente enviou o número de meu ex-marido. Não consegui decidir se deveria fazer a ligação. Só me lembrei quando o sol se pôs e as luzes de néon iluminaram a cidade.

Chamei-o depois de alguma hesitação.

Não esperava que não atendesse.

No mesmo momento, Sunnie ligou. Disse que uma de suas amigas estava encrencada e me pediu para ajudá-la na delegacia.

Estava chovendo lá fora. Para ser sincera, não queria sair, mas também não queria recusar seu pedido. Então, peguei algumas chaves e saí.

A garagem estava cheia de carros luxuosos, mas escolhi um mais simples. Cheguei na delegacia e entrei correndo.

O policial na porta me perguntou o que eu tinha ido fazer lá. Abri a mensagem de Sunnie e expliquei com um sorriso no rosto: "Olá, policial. Vim atrás de uma garota chamada Louisa Yardley".

Respondeu surpreso: "Alguém acabou de entrar".

Respondi: "Porque... eu gosto de você."

Suprimi as emoções emergentes, apertei sua mão de leve e disse com calma: "Prazer em te conhecer".

Olá, Leo.

Era incapaz de dizer seu nome.

Eles moravam longe da família Grayson, e eu os deixei na entrada.

Quando desceram do carro, Louisa não parava de me agradecer. Balancei a cabeça e disse: "Você é amiga da Sunnie. Não precisa de tudo isso".

A chuva tinha diminuído. Ela abriu a porta com alegria e saiu do carro. Pela janela, vi que disse algo para Leo antes de entrar sozinha na residência.

Logo depois, ele bateu na minha janela.

Abri a porta, desci e fiquei de frente para ele. Com um sorriso gentil em seu rosto bonito, disse com uma voz grossa: "Desculpe por incomodar. A Louisa tá assim desde que voltou pra casa. Ela tem mais medo do Nigel, então vou mandar ela pra lá pra aprender uma lição".

Balancei a cabeça e disse: "Imagine. Eu não ajudei muito".

Então, ficamos em silêncio por um bom tempo.

A chuva fraca não estava fria quando caiu em mim. Em vez disso, seu toque era morno. Ele me chamou justo quando eu estava me sentindo impotente.

"Menina."

Depois disso, tirou o cachecol cor de damasco e o colocou sobre minha cabeça, protegendo-me da chuva.

Naquele momento, meus olhos estavam úmidos e as lágrimas estavam prestes a escorrer. Tentei meu melhor para me segurar, e ele disse ligeiramente.

"Me desculpe por ter te magoado."

Não era isso que eu queria ouvir.

Olhei para aquele homem, seus olhos brilhavam. Abri a boca e queria perguntar por que ele tinha mentido para mim naquela noite...

"Leo..."

Antes que pudesse fazer isso, uma voz fria me interrompeu: "Leo, o que você tá fazendo com a minha ex-mulher?".