Para Sempre romance Capítulo 74

Nunca pensei que logo Leo que fosse me ligar em uma hora dessas, e não esperava que ele me perguntasse onde é que eu estava...

Será que ele soube do ocorrido entre Nigel e eu?

Estendi a mão e enxuguei minhas lágrimas. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Leo me explicou: "Nigel contou a Louisa o que havia acontecido entre vocês dois e Louisa logo me contou ..."

Leo pareceu ouvir meu grito reprimido. Ele fez uma pausa e perguntou baixinho: "Estava chorando?"

Rapidamente desliguei a ligação e fui para o meu carro. Eu só queria voltar para casa, mas todas as memórias com o Nigel por lá estavam sendo demais para mim.

Tudo isso me entristecia, mas naquele momento meu celular tocou novamente.

Ainda era o Leo.

Naquela hora, quando eu mais precisava de alguém, ele ainda continuava me ligando, mesmo quando eu recusei várias de suas ligações.

Eu precisava de conforto e companhia, mas sabia claramente que não podia mais voltar a ter nada com ele como antes.

Porque eu não queria o tratar como uma segunda opção.

E além do mais, havia Louisa...

Eu sabia onde deveria traçar meus limites.

Continuei não atendendo a ligação de Leo e apenas afundei minha cabeça no volante. Mesmo que estivesse chateada, sabia que fiz a escolha certa.

Respirei fundo e me senti tão desconfortável. Rapidamente tomei meu remédio e consegui me sentir um pouco melhor depois de um tempo.

Fechei meus olhos e tentei não pensar em mais nada, esvaziar minha cabeça.

Depois de um bom tempo, notei uma luz brilhando de fora do carro. Abrindo os olhos, percebi que o Sol já havia nascido.

Abaixei a janela e fiquei chocada ao ver o homem no meio do cruzamento.

Embora ele tivesse o mesmo rosto de Nigel, dava para distinguir claramente ambos agora. Ao contrário de Nigel, Leo tinha uma aura fria, mas gentil, fazendo com que eu me sentisse mais à vontade.

Quando é que ele chegou para me ver?

Além disso, ele estava me encarando, como se estivesse me esperando.

Fiquei atordoada. Nesse momento, não sabia mais o que dizer. Ele sorriu gentilmente e murmurou: "Está com fome?"

Franzi os lábios e disse: "Um pouco."

Eu não queria provocá-lo a fazer mais nada.

Porque eu escolhi Nigel há alguns dias.

Por isso, eu queria me afastar dele.

Queria ficar o mais longe possível dele.

Porém, nunca pensei que alguém como ele iria realmente vir atrás de mim e ficar de pé me esperando por tanto tempo. Os dias que esperei por ele há 9 anos pareciam tão distantes e inexistentes naquele momento.

Estaria mentindo se dissesse que isso não me tocou.

Leo sempre foi especial para mim.

Saí do carro e perguntei: "Quando é que você chegou?"

"Depois que você caiu num sono na noite passada."

Foi uma resposta bem vaga, já que fazia muito tempo que não adormecia. Eu até consegui perder o nascer do sol e pular direto para o sol pendurado no céu.

"Como você sabia que eu estava aqui no meio da rua?"

O olhar de Leo era tão profundo e vasto quanto o oceano. Senti que minha existência era mínima sob o olhar dele, como se eu fosse apenas um pedaço de poeira flutuando no meio do nada. Baixei o olhar e o ouvi dizer: "Por mais que seja raro eu utilizar dos meus privilégios, é fácil para mim encontrar alguém... Aria. Não sou tão fraco quanto você pensou que fosse."

"Você..."

"Não sou só um cara que toca piano."

"Leo, o que você tem feito esses anos?"

Tentei manter minha compostura e fiz algumas perguntas leves e impessoais. Estava hesitando em trazer Nigel para a conversa então fingi que nada havia acontecido. Leo também não me perguntou nada do que aconteceu na noite anterior.

Ele sempre entendeu muito bem o que se passa na minha cabeça.

"Bom, eu viajei pelo mundo e fiz alguns amigos."

Isso foi o que ele me disse.

Caminhei até ele e ele me permitiu passar por ele. Parei na frente dele e perguntei: "O que você gosta de comer? Deixa que eu pago."

Tínhamos voltado ao jeito que estávamos no dia anterior.

Ainda era estranho, mas ao mesmo tempo familiar.

Estávamos mantendo uma distância segura a um do outro afinal.

Leo me levou a um café próximo e pediu um mingau para mim. Enquanto esperávamos pela comida, perguntei a ele: "Como a sua mãe está? Eu vi que seu pai estava indo para Janville ontem."

O tom de Leo era fraco: "Bom, foi tudo bem na operação. Agora, só temos que esperar que ela se recupere, mas ela não deve ter mais muitos problemas."

"Por que você não voltou para Janville com o seu pai?"

Não sabia o que dizer, então apenas perguntei a ele tudo que me veio em mente para manter a conversa.

Leo pensou por um tempo e admitiu: "Não sou muito próximo do meu pai, não nos víamos mais desde que eu era bem pequeno. Não voltei para Janville desta vez porque não quero que minha mãe volte a entrar em um dilema."

Perguntei curiosamente: "Por que ela está em um dilema? Porque você iria discutir com o seu pai?"

Leo balançou a cabeça e me questionou: "E eu lá pareço alguém que gosta de brigar?"

Ele ergueu as sobrancelhas e suspirou: "Meu pai não gosta de mim e sempre encontra defeitos em minha pessoa. Talvez nós dois só sejamos incompatíveis."

Porém, o presidente Grayson não parecia o tipo de pessoa que ficaria chateada com o filho sem motivo.

Embora eu pensasse assim, decidi ficar quieta. Afinal, eu não tinha nada a ver com isso e não tinha direito nenhum de opinar sobre coisas que eu apenas achava que eram verdade.

Na verdade, Leo não me contou que já havia voltado para Janville na noite passada e viu sua mãe pelo lado de fora da sala de cirurgia. Ele só chegou esta manhã depois de receber a ligação de Louisa contando sobre tudo.

Nós dois não éramos pessoas de muitas palavras. Felizmente, nossa conversa foi interrompida pelos pratos sendo servidos, então Leo e eu apenas comemos em silêncio.

Ele não chegou a comer muito e parou depois de algumas garfadas.

Eu perguntei a ele curiosamente: "Já está satisfeito?"

Ele sorriu e disse: "Estou sem fome".

"Oh." Baixei a cabeça e continuei a comer. Leo de repente me perguntou baixinho: "Você se arrepende de estar com ele?"

Ele percebeu que eu não estava feliz...

Larguei minhas talheres e ergui os olhos para ele. Eu perguntei bruscamente: "Te contaram alguma coisa?"

Ele balançou a cabeça e disse: "Não, nada."

Franzi meus lábios e não disse mais nada. Leo de repente levantou a mão e quis segurar a minha mão. No entanto, ele congelou quando percebeu que eu puxei minha mão de volta para longe da dele.

Ele não avançou para mim e apenas manteve sua postura. Não me fez parecer mal só para parecer melhor que eu.

Ele lentamente voltou atrás e disse: "Desde criança, você sempre foi muito boa em esconder o que sente. Você só tinha quatorze quando me conheceu, não é? Naquela época, você era apenas uma criança que ficava me seguindo. Percebi seus sentimentos, mas... não queria ter que te impedir. Tive pena de você porque senti que você perdeu alguma coisa muito importante, até que ... "

Ele parou por um momento, sua voz tão quente quanto o sol enquanto dizia, "Até você me perguntar se eu poderia tocar Where The Wind Lives para você."

Eu nunca o tinha ouvido falar tanto na minha vida, nem tinha ouvido ele falar sobre o passado antes.

Achei que ele nunca se lembraria disso, mas agora...

Eu apertei meu aperto, meu coração batendo cada vez mais forte. Foi como se minha tristeza tivesse sido cessada de repente.

"A música já era muito triste, então dava para adivinhar no que você estava pensando só de ter me pedido para tocá-la. No dia seguinte, toquei a música como você pediu." Ele parou por um momento como se estivesse relembrando seus pensamentos antes de continuar delicadamente, "Where the Wind Lives, Onde o Vento Vive... O vento passou por nós dois sem deixar nada para trás. Porém, ele conseguiu levar consigo uma única folha, e essa folha foi o coração do homem que pertencia à garota de quem ele gostava... Aria, não suporto te ver triste desse jeito. "

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