Para Sempre romance Capítulo 75

Ele não suportava me ver triste daquele jeito.

Foram as palavras mais comoventes que Leo disse para mim.

Olhei fixamente para ele por um momento. Leo se virou e perguntou de repente: "Não importa o que aconteça, Nigel nunca faria mal a você. Você já considerou alguma que talvez ele tenha suas dificuldades pessoais? Talvez ele tenha um motivo..."

Dificuldades pessoais...

Nigel já chegou a mencionar isso.

Porém, ele também disse: "Se ela vier para Oak City, eu me casarei com ela."

Em outras palavras, não importava se ele tinha dificuldades pessoais ou não.

Balancei minha cabeça, e Leo disse: "Não sei o que foi aconteceu entre vocês dois. E não vou te pressionar a me dizer."

Após uma pausa, ele disse: "Mas eu quero estar aqui contigo."

Ouvindo isso, levantei e encarei Leo assustada. Por fim, tive que deixá-lo com uma frase: "Desculpe, preciso ir embora".

Corri para fora do restaurante e dirigi até a empresa. Quando cheguei na empresa, pedi a Zack que procurasse um novo apartamento para mim.

Não queria mais botar os pés na mansão da família Twilight novamente.

Depois de voltar para a empresa, minha cabeça se encheu de pensamentos sobre o que Leo me disse.

Eu sabia o que ele queria dizer. Na verdade, eu sabia que poderia estar com ele se eu tomasse apenas um passo.

Mas eu não conseguia.

Entre Nigel e Leo, escolhi o primeiro. Agora que Nigel me traiu, eu não poderia simplesmente voltar para Leo.

Isso era muito injusto com ele.

E era ainda mais injusto com meus próprios sentimentos.

Fiquei atordoada o dia todo e me sentia extremamente cansada só de pensar nisso. Sabia que definitivamente teria uma recaída se as coisas continuassem assim.

Por isso, senti vontade de deixar Oak City por um tempo.

Não contei para ninguém, nem mesmo para meu assistente. Só dirigi meu novo Rolls-Royce para Pine City.

Quando eu estava no cruzamento da rodovia de Pine City, tive um acidente. Um sedan bateu na traseira do meu carro.

O dono do carro desceu do carro e olhou para mim, visivelmente apavorado. Ele perguntou nervosamente: "Seu carro parece muito caro!"

Sabia no que ele estava pensando, então disse rapidamente: "Está tudo bem, não precisa compensar nada. Pode me ajudar a levar o carro para o mecânico?"

Vendo que não precisava me dar nenhuma indenização, ele rapidamente prometeu levar o meu carro para o mecânico. Peguei um táxi para Pine City e não fui atrás de Sirius, ao invés disso procurei um motel para ficar.

Raramente ia a Pine City. Toda vez que eu ia, entrava em contato com Sirius e ficava na casa dos Foxton. Mas, uma vez que percebi os sentimentos dele por mim, parei de ser tão próxima dele, pois não queria brincar com seus sentimentos ou lhe dar falsas esperanças.

Deitei na cama e mandei uma mensagem para Zack, "Eu não estou em Oak City. Por favor, cuide bem dos negócios dos Twilight por mim nesse tempo."

Pensei por um momento e acrescentei: "Além disso, preciso de ajuda para encontrar o exato lugar onde Quincy está. Se ela precisar de ajuda, mande ajuda em segredo."

A família Twilight devia muito a Quincy. Nunca seríamos capazes de retribuir a ela pelo que fizemos.

Depois de enviar a mensagem, desliguei meu telefone e saí. O dono do motel me notou e lembrou: "As noites em Pine City são bem caóticas. É melhor você não sair por aí sem cuidado."

Parei no meio do caminho e perguntei: "Pine City é perigosa?"

Pelo que me lembrei, Pine City era bem desenvolvida.

A cidade deveria ser muito segura então, não o contrário.

O dono do motel riu: "Bem, Pine City não é muito perigosa. Mas pode ser meio caótica para uma moça bonita que nem você."

Balancei a cabeça em resposta e disse: "Obrigada pela dica, não vou muito longe."

Embora estivesse ficando tarde, a noite acabara de chegar. Nada muito sério aconteceria se eu saísse para comprar algumas coisas.

Fui ao shopping próximo comprar algumas coisas para o cotidiano lá e algumas roupas limpas. Visto que ainda era cedo, resolvi ir ver um filme no cinema.

Resolvi assistir a uma comédia e percebi que já era bem tarde quando o filme acabou. Por isso, chamei um táxi em vez de caminhar de volta. Porém, o motorista não conseguiu encontrar o motel que estava hospedada então me deixou em algum lugar próximo.

Fiquei especialmente sem palavras. Não estava familiarizada com as estradas em Pine City e não trouxe meu telefone comigo para uma orientação.

Vaguei por mais de uns 20 minutos, mas não consegui encontrar o caminho de volta. Logo, passei por um túnel de metrô. Não havia ninguém dentro, apenas alguém que parecia ser um vagabundo solitário tocando um violão na entrada.

Ele estava cantando.

"Someone like me" era o título da música.

A letra dizia: "Alguém tão brilhante quanto eu não deveria estar aqui."

"Eu deveria ter tido uma vida incrível."

"Por que ainda estou aqui 20 anos depois?"

"Vagando no meio da multidão, perdido e sem noção."

"Alguém inteligente como eu deu adeus ao meu passado."

"Adeus à minha inocência e à minha juventude."

"Procurei pelo meu amor."

"Só para voltar com um corpo cheio de cicatrizes."

Sua voz era profunda e cheia de emoção. Enquanto passava pelo túnel, de repente comecei a chorar pensando na música.

Alguém como eu deveria ter uma ótima vida pela frente. Mas acabei buscando pelo meu amor, só para voltar com um corpo cheio de cicatrizes...

Me virei e olhei para o vagabundo. Então, peguei 100 dólares e coloquei na frente dele. Ele sorriu e disse: "Obrigado."

Com isso, deixei o túnel, a tristeza em meu coração temporariamente cessada. No entanto, procurei por muito tempo, mas não consegui encontrar o caminho de volta para o motel.

Fiquei muito irritada e olhei para o céu escuro. Se eu não voltasse agora, a chuva a seguir iria me encharcar.

Suspirei e continuei andando.

Não sei quanto tempo levei para finalmente encontrar onde o motel estava. Bem quando eu estava prestes a entrar, alguém me puxou para o lado. Estava prestes a gritar, mas uma mão fria cobriu minha boca, me impedindo de fazer qualquer som.

Lembrei do que o dono do motel disse. Fiquei apavorada e comecei a me debater descontroladamente. A pessoa apertou meu braço com mais força e ameaçou: "Não se mova."

Sua voz estava rouca e profunda.

Mas é claro que eu não o ouvi. Ao invés disso, mordi a palma de sua mão quando ele não estava prestando atenção em mim. Mordi com muita força, mas ele não se intimidou e ameaçou: "Se você continuar se debatendo, eu vou ter que te derrubar."

Não ousei me mover mais e apenas fiquei obedientemente parada.

Ele me perguntou: "Mora aqui?"

Parecia uma pessoa fria, mas sua voz estava trêmula e sua respiração curta e rápida.

Eu disse "Sim, moro."

Ele ordenou friamente: "Me leve para dentro."

O dono do motel e outros hóspedes estavam lá dentro. Seria mais seguro para mim levá-lo para dentro, então prometi a ele sem pressa.

Ele me soltou, aparentemente sem medo de que eu fugisse dele.

No momento seguinte, ele caiu em cima de mim. Eu me virei e comecei a olhar para ele com a ajuda da luz da entrada do motel.

Seu rosto estava coberto de sangue e seu corpo estava muito sujo. Como se ele tivesse passado por momentos terríveis e retornado para contar a história.

Eu queria deixá-lo e ir embora, mas não pude suportar quando vi que ele estava ferido daquele jeito. Perguntei com cautela: "Quer que eu te leve para o hospital?"

"Não precisa. Eles iriam me encontrar."

Não sabia de quem é que ele estava falando. Vendo que ele realmente não tinha más intenções, lhe ajudei a entrar no meu quarto.

Não havia nada na sala, mas seus ferimentos pareciam muito graves. Rapidamente pedi online algumas compressas com álcool, gaze e desinfetante.

Os materiais de primeiros socorros ainda estavam a caminho, mas o homem parecia não se importar com eles. Ele tirou a roupa e as enrolou rapidamente em torno dos ferimentos, como se não tivesse medo de uma infecção.

Seu rosto estava coberto de sangue. Não pude vê-lo com muita clareza, mas notei sua figura corporal firme. Com um abdome bem definido e ombros largos e musculosos, a figura de seu corpo era imaculada.

Entretanto, seu corpo estava cheio de cicatrizes e pude até ver um ferimento de bala. Fiquei um pouco chocada com o que vi, mas reprimi minha curiosidade, já que éramos estranhos.

De repente, ouvi uma batida na porta. O olhar do homem disparou para a porta com cautela. Expliquei: "Talvez seja a entrega."

Levantei e estava prestes a abrir a porta. Ele se levantou e me seguiu. Como se tivesse medo de ser descoberto.

Abri a porta rapidamente, só para ver o dono do motel me entregando um pacote. Ele explicou: "Acabou de chegar, o entregador disse que era para a senhorita Twilight."

Peguei e agradeci a ele.

Ele balançou a cabeça e disse: "De nada".

Depois que ele saiu, entreguei o pacote ao homem ferido. Sem olhar, ele foi direto para a janela e a abriu.

Parecia que ele estava observando todo o lugar daqui.

Eu perguntei a ele: "Quando você vai embora?"

Ele rosnou, "Imediatamente."

Fui até a janela e vi um rio lá fora.

Perguntei a ele curiosamente: "Pretende sair por aqui? Pela janela?"

Ele ficou em silêncio e de repente se virou, olhando fixamente para o meu rosto.

"A cicatriz no seu rosto é horrível."

Fiquei surpresa.

Assim que cheguei em Pine City, retirei minha maquiagem. As cicatrizes no meu rosto eram realmente feias, mas não esperava que alguém que eu salvei fosse me criticar desse jeito por elas.

Franzi meus lábios e resolvi permanecer quieta.

De repente, ele perguntou: "Qual é o seu nome?"

Sua voz era muito baixa e um tanto rouca.

Não era próxima dele muito menos tinha intimidade, então não planejei dar a ele meu nome verdadeiro. Porém, já que eu não queria deixá-lo ser ignorado também, então menti, "Stella Twilight."

Ele franziu a testa e não perguntou mais nada.

Por mais que o rio parecesse calmo e sereno, era impossível sair por ele naquele momento. Mas logo depois disso, alguém bateu na porta outra vez.

O homem parou perto da janela e me lembrou com um olhar sério: "Se você não for comigo, eles vão te torturar."

Ainda estava atordoada, "Quem vai me torturar? De quem você está falando?"

Ele zombou: "Alguém que quer me matar."

"Espere. Você quer dizer que as pessoas que estão batendo na porta agora te conhecem?"

"Sim, eles sabem que estou aqui."

Mas... O que eu tenho a ver com isso?

Recusei: "Não vou com você."

Assim que ele terminou de falar, a porta do lado de fora se abriu. Imediatamente, a pessoa que saiu da porta correu em nossa direção com uma faca na mão.

Fiquei chocada. Nunca tinha visto alguém assim antes.

O homem rapidamente me puxou para sair pela janela. Porém, a faca ainda conseguiu passar de raspão pelo meu ombro.

Grunhi e caí no rio frio antes que pudesse reagir.

Nem tive tempo de prender a respiração e por isso engoli bastante água. Queria sair para tomar um pouco de ar, mas alguém empurrou minha cabeça com força para de volta a água.

Eu estava ficando perigosamente sem fôlego. Bem quando minha vida estava passando pelos meus olhos, a pessoa em que mais pensei foi aquele idiota do Nigel Grayson.

Se eu sobrevivesse a isto, nunca mais iria quer vê-lo novamente.

Desta vez, eu nunca o perdoaria de novo.

Relaxei e permiti que meu corpo afundasse na água. Alguns segundos depois, senti alguém agarrar minha cintura e algo tocou meus lábios.

Estava extremamente frio.

Mas ainda assim, de alguma forma alguém conseguiu me ajudar a voltar a vida.

Não pude evitar de reagir e senti o corpo da pessoa ficar rígido. Um tempo depois, nós emergimos para fora d'água.

Respirei em busca do ar fresco desesperadamente, sem perceber que ainda estava nos braços do homem que me resgatou.

Descansei minha cabeça em seu ombro, cansada, e murmurei: "Quem diabos é você?!"

Minha consciência enfraqueceu e então senti meu corpo e mente desmaiar.

Quando recuperei a consciência, me vi deitada em uma grande cama. A sala era toda de uma cor opaca e decorada com móveis pretos e brancos.

Puxei a colcha e percebi que tiraram todas as minhas roupas. Estava vestido apenas com uma grande camiseta branca.

A camiseta parecia ser a um homem, a julgar pelo tamanho.

Eu não poderia ter sido vista nua, poderia?

Me levantei e abri a janela. Foi então que percebi que estava na varanda de um quarto em uma mansão.

E daí pude ver um homem sentado no jardim da frente.

Parecia bonito, mas frio. Eu o encarei e adivinhei que ele provavelmente era o homem ensanguentado da noite passada.

Ele era muito diferente de todos os homens que eu já tinha visto antes. Parecia triste e desalmado.

Ele pareceu notar algo e olhou para mim com frieza. Nossos olhares se encontraram.

Perguntei para ele curiosamente: "Onde é que eu estou?"

"A mansão da família Xavier."

"Ainda estamos em Pine City?" perguntei.

"Sim, estamos."

Ele manteve suas respostas curtas e grossas, claramente sem interesse em conversar comigo.

Pensei a respeito e decidi perguntar: "Quem foi que trocou a minha roupa?"

Ele abaixou ligeiramente a cabeça e disse: "Uma empregada".

Soltei um suspiro de alívio quando ouvi isto. Voltei para o quarto e vi um vestido de cor clara na cama.

Foi só quando tirei minha camisa branca que percebi que machuquei meu ombro. Então, me lembrei de tudo que aconteceu na noite anterior.

Realmente era muito azarada por ter passado por isso.

Suportei a dor e troquei de roupa. Quando desci as escadas, eu o vi ainda sentado lá tomando sol. Dei a ele meu adeus, "Estou saindo."

Ele ficou em silêncio quando me virei e saí rapidamente.

Nem ao menos perguntei o nome dele.

Meu celular ainda estava no motel. Com as coisas acontecendo do jeito que foram, nem ousei voltar e pegá-lo. Ao invés disso, decidi comprar um novo celular e um chip.

Como não tinha dinheiro comigo, entrei no Facebook e transferi o dinheiro para a loja depois de pegar o celular.

Desta vez, não procurei outro motel, ao invés disso, encontrei um pequeno hotel.

Tudo isso só para evitar que Nigel fosse me encontrar.

Esperei no hotel sem nada para fazer até que percebi que também havia deixado minha medicação no motel de antes. Sem outra escolha, tive que ir até o hospital.

Liguei para meu médico assistente em Oak City para me passar uma lista de prescrições e, depois disso, mandei para o médico de Pine City.

Estava prestes a sair com minha medicação, mas mais uma vez esbarrei em alguém que eu nunca esperaria ver por lá.

Era a ex-namorada de Sirius.

Lembro dela ser extremamente ciumenta.

E para piorar as coisas, ela sabia quem eu era.

Quando vim ver Sirius alguns anos atrás, ela me conheceu. Naquela época, ela virou uma taça de vinho tinto em mim e me xingou: "Sua safada traidora traiçoeira!"

Não queria causar mais nenhum problema, então tentei apenas evitá-la e ir embora. Infelizmente, ela me reconheceu e me parou, "Oh, você parecia familiar quando te de longe. Então é você. Como você está agora? Sirius te largou? Você desfigurou o seu rosto? Ele está péssimo."

Eu não soube o que dizer.

Tentei manter minha compostura, não estava no clima para discutir com ela.

A sensação foi especialmente forte quando vi outro homem indo atrás dela.

Era alguém que acabei de conhecer esta manhã.

Quão pequeno o mundo teria que ser para que eu coincidentemente me deparasse com estas pessoas?

Era tão pequeno que eu sempre esbarrava em pessoas que não queria.

Vendo que eu estava em silêncio, ela começou a rir, "Sua vaca, acha mesmo que Sirius gosta de você? Com tantas mulheres ao redor dele. Ele só quer brincar com você e depois te largar. Pare de ser tão burra e se liga!"

O homem ouviu cada palavra que ela disse. Eu fiz uma careta e decidi revidar, "Sirius e eu estávamos sempre brincando um com o outro. Você realmente acha que eu sou que nem você? Que está tentando manter as garras em um homem para o resto da vida."

Eu dei um tapinha em seu ombro e sorri, "Garota, o mundo é muito grande e você é bonita. Se não está com pressa, dê uma olhada em volta primeiro. Quem sabe? Talvez você consiga se encontrar alguns homens para enriquecer a sua vidinha noturna vazia."

Ela estava com tanta raiva que seu rosto ficou pálido. O homem fez uma pausa quando ouviu o que eu disse. Então, ele passou por mim e se dirigiu para o hospital com indiferença. Agindo como se não me conhecesse.

Porém, isso não importa. Não me importei nem um pouco com tudo.

Não queria mais discutir com ela, então saí com pressa com minha medicação em mãos. Mais ou menos meia hora depois que eu saí, recebi uma ligação de Sirius.

Ele riu: "Minha ex-namorada acabou de dizer que você discutiu com ela."

Discuti?!

Mal consegui xingá-la direito.

"Bom, provavelmente discuti."

Sirius me perguntou, "Está em Pine City?"

"Sim, estou." respondi.

"Então por que não nos encontramos ainda?"

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Para Sempre