Para Sempre romance Capítulo 90

Leo provavelmente tinha visto aquele vídeo embaraçoso.

O vídeo que me envergonhou na frente do mundo inteiro.

Lembro de ter me despedido dele há dois meses e não me atrevi mais a responder suas mensagens porque não queria incomodá-lo mais ou lhe dar falsas esperanças.

Não que eu não quisesse responder, mas não tive coragem.

Haviam muitas outras chamadas perdidas no meu celular de tantas pessoas.

Sean, Louisa, Sunnie, Elora e assim por diante.

Não liguei de volta para ninguém, demoraria tempo demais e eles já receberam minha mensagem, exceto que liguei para Elora.

Foi uma ligação internacional.

Elora provavelmente estava dormindo naquela hora.

Quando estava prestes a desligar, ela atendeu a ligação. Chamou meu nome e disse: "Ouvi o que aconteceu contigo."

Perdi minha língua por um momento. Quando pensei que ela queria me confortar, ela suspirou de repente e disse: "Os homens são sempre assim. Sempre acham que o que fizeram é o certo, mas nunca entendem o que nós, mulheres, realmente precisamos em nossa vida. Tanto Sean quanto Nigel são tão cheios de si. Eles mostram amor da maneira errada pensando só neles mesmos."

Eu murmurei, "Mana..."

"Sean me contou tudo que aconteceu."

A voz de Elora parecia cansada, provavelmente estava dormindo. "Nigel quer que você sobreviva. Ele prefere que você o odeie contanto que esteja viva. Para ele, o mais importante é que você continue viva, mesmo que o odiando. Mas eu te conheço muito bem, sei que prefere morrer do que viver assim. Homens e mulheres nem sempre se entendem. É por isso que sempre há problemas de comunicação em relacionamentos entre eles."

"Certas coisas que não são facilmente perdoadas. Meu relacionamento com Nigel chegou ao fim, nos amando ou não, acabou. Não consigo mais me convencer a perdoá-lo por isso."

Nigel me amava profundamente.

Mas, ao mesmo tempo, também havia um sofrimento doloroso e muitas feridas em nossa relação.

Seu amor não era nada comparado à dor que ele me causou.

"Só espero que você possa viver feliz independente de tudo. Não importa a escolha que você faça, espero que... Sei que tudo o que digo será em vão. Mas espero que você seja alguém que ouse amar e odiar alguém no futuro. Se você encontrar a pessoa certa, seja ousada, não tenha medo e vá em frente!"

Perguntei surpresa: "Está tentando me convencer a deixar ele para trás e amar outra pessoa?"

"Uma vez eu tive uma queda por outro homem. Ele cuidou de mim com todo o coração e me acompanhou depois que Sean me machucou. Porém, eu fui uma inútil e me rendi aos braços do Sean eventualmente. Escolhi voltar para ele, e o homem que eu uma vez tive essa queda estava... Ele foi embora, e foi difícil para mim e Sean desatar esse nó entre nós dois. Não consegui me convencer a perdoá-lo. Mas sou uma inútil que não consegue deixá-lo novamente. Se eu só tivesse sido um pouco mais corajosa... Se eu tivesse sido mais corajosa, as coisas não teriam acabado desse jeito... "

Ouvi Elora chorar pelo telefone. Queria perguntar o que havia acontecido entre ela e Sean, mas não queria descobrir sua cicatriz e expor dessa forma.

Eu a consolei e disse: "Oh, não deveríamos estar chorando por esses homens."

Elora era uma pessoa com força de vontade. Ela imediatamente parou de chorar e disse em voz baixa: "Espero que você tenha uma vida feliz acima de tudo, Aria."

Agora que minha doença estava curada.

Ainda assim me faltava amor.

Porém, não havia mais possibilidade das coisas funcionarem entre Nigel e eu, não depois de tantas feridas.

E eu não queria me apaixonar novamente por outra pessoa.

A verdade é que eu amava Nigel.

Isso não desapareceu só porque ele me machucou e me deixou na chuva.

Mas o que é exatamente que eu amo nele?

Por um momento, não entendi porque.

Ainda não conseguia entender como o homem com quem passei nove anos se tornou alguém como o Nigel, e depois se tornou Leo.

Eu respondi: "Serei feliz."

Mesmo que eu não pudesse imaginar como poderia ser feliz naquele momento.

Depois de conversar um pouco com Elora, desliguei o telefone, mas não conseguia dormir já que ainda pensava nas coisas terríveis que aconteceram.

Após um momento de silêncio, decidi me levantar, peguei a chave do carro e saí do apartamento.

Eu não sabia para onde ir e não tinha nenhum lugar para ir em específico, só queria sair.

Dirigi sem rumo por Oak City. De alguma forma, cheguei ao prédio de ensino. Podia ouvir vagamente uma música triste de piano lá dentro.

Leo. Certamente era ele tocando.

Fiquei me perguntando que, se eu tinha confundido outra pessoa com ele no passado, então eu estaria vivendo outro tipo de vida?

Pensei na música que ouvi no corredor.

Uma pessoa como eu deveria ter vivido esplendidamente com alguém que me valorizasse.

......

......

Minha vida teria sido brilhante se não fosse por Nigel, se eu não tivesse resolvido viver com ele.

Quincy estava certa. Eu era a mulher mais poderosa de Oak City. Minha vida foi espetacular e brilhante.

Sim. Minha vida foi espetacular acima de tudo.

Mas por que conheci Nigel? Por que logo ele?

Por que tive que me colocar em uma situação tão estranha e sofredora com ele?

Não conseguia entender, e quanto mais eu pensava sobre isso, mais agonia e arrependimento eu sentia.

Suspirei e deixei as lágrimas rolarem pelo meu rosto. Queria chorar de novo naquela noite, para que eu não seja intimidada novamente por mais ninguém.

E para não ser mais magoada e ferida pelo amor.

O som fraco do piano veio do andar de cima.

Tornou-se cada vez mais claro conforme eu me aproximava.

Era a música "Where the Wind Lives".

Fiquei atordoada e a música do piano parou abruptamente.

Pouco tempo depois, um homem saiu do prédio. Ele se apoiou preguiçosamente em seu braço na varanda e me encarou com pena.

Sob a noite estrelada e escura, ele estava deslumbrantemente lindo.

Uma vez disse que o brilho em seus olhos era como a terra sagrada que eu nunca alcançaria ou ousaria encostar e era como a costa onde eu nunca pousaria.

Eu murmurei fracamente, "Leo".

"Garotinha, por que está chorando num lugar desses?"

Esta cena era excepcionalmente familiar, como se eu já tivesse vivido isso antes.

Era o mesmo lugar e estávamos nas mesmas posições. Ele olhou para mim de cima e eu olhei para ele de baixo.

Estava chovendo um temporal naquele dia, mas ele me perguntou por qual motivo eu estava chorando.

Ele sempre foi capaz de ver através de mim, as minhas verdadeiras emoções.

Ele me conhecia tão bem.

Era ele quem eu havia me apaixonado.

Eu estava disposta até mesmo passar o resto de minha vida ao seu lado.

Mas como foi que meus pensamentos ficaram assim?

Não pude entender. Quanto mais eu pensava nisso, mais deprimida ficava.

Neguei com um sorriso: "Não estou chorando."

Mas minhas lágrimas explodiram e me denunciaram, mesmo assim afirmei que não estava chorando.

Eu era o tipo de pessoa que mentia descaradamente mesmo com a verdade estando óbvia.

Leo se inclinou ligeiramente para a frente e se apoiou na grade da varanda. A luz da lua o iluminava, e eu pensei ter ouvido a música "Where the Wind Lives" tocando novamente. Ela ecoou repetidamente em meu coração e tocava sem parar em minha cabeça.

Ele me perguntou com pena: "Está triste com alguma coisa?"

Balancei minha cabeça e neguei, "Não estou triste. Não é nada."

Estava tão sem esperanças quanto uma mulher morta.

De repente, ele chamou meu nome, "Aria".

Eu olhei para ele teimosamente, "Hmm? O que foi?"

Seus olhos eram como uma galáxia de estrelas naquele momento, todas cintilantes e fascinantes. Ele ficou parado como uma pintura. Ouvi sua voz gentil de repente dizer: "Foi aqui que eu vim te procurar, nove anos atrás."

Eu sabia disso. Louisa me confessou sobre isso.

Fiquei em silêncio e olhei para ele, meu rosto cheio de manchas de lágrimas e avermelhados.

Ele disse com uma voz gentil: "Procurei por você sem hesitar, assim como você me seguiu por nove anos. Guardei você em meus coração por nove anos. Quando te vi novamente... você é a ex-mulher do meu irmão. Você me confundiu com Nigel."

Eu sabia disso. Foi uma noite com fortes nevascas. Ele me ajudou a colocar o lenço cor de damasco e me mandou para casa.

Ele me tratou com tanta gentileza naquela noite.

Nunca poderia me esquecer isso, daquela noite.

"Quando te vi de novo, você estava deitada silenciosamente na cama. Seu rosto estava pálido e sem força nenhuma. Tive a sorte de ter seu testamento me clarificando que você amou o homem errado pelos últimos nove anos."

Estava perdida naquele momento. "Leo..."

"Garotinha, estive aqui esperando por você esse tempo todo."

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