Pequena Flor romance Capítulo 55

"Isso mesmo. Há tantas mulheres mais bonitas, não?" Savannah balançou a cabeça e continuou, "Acha que eu tenho bons antecedentes?"

"Você ao menos tem um?" Emmanuel retrucou com uma sobrancelha levantada.

"Claro que não! Sou só filha adotiva dos Wadleigh. De fato, nem tenho qualificações para participar de eventos formais." Ela assentiu e perguntou, "Acha que eu consigo cuidar de um negócio? Que eu sou inteligente para isso?"

"Você não é inteligente."

Ela concordou com as duas primeiras perguntas dela, mas a última... Queria muito discutir com ele sobre isso. O que ele quis dizer com 'não é inteligente'? Ela estava na média! Teve nove anos de uma ótima educação, e mais quatro anos de faculdade. Como ele poderia dizer que ela não é inteligente?

Porém, não era hora de discutir.

"Então temos um problema," ela abriu as mãos e continuou impotente, "eu não sou bonita, não tenho uma boa família e você até acha que eu sou burra. Então... Por que você me escolheu?"

Ela o encarou cuidadosamente. Esperava que ele reconsiderasse sua escolha, queria que ele percebesse que ela é inútil e desistisse dessa ideia.

De qualquer forma, Joshua concordou em pedir o divórcio. Depois que eles se divorciassem, ela faria suas malas e sairia de Mayjadell. Jamais voltaria para todo aquele mundo das duas famílias, sairia do fogo cruzado.

Além disso, se ela mantivesse distância de Emmanuel, também não seria chantageada por Natasha.

Ela estava esperando quando Emmanuel disse para ela.

"Eu sou um aproveitador..."

"O que?"

Ela foi pega de surpresa e não sabia como responder.

"Você é a primeira queda que eu tive na minha carreira inteira. E eu aproveito tudo, garanto que vou me beneficiar o máximo que eu puder de qualquer um. Vou fazer você servir aos Ferguson pelo resto de sua vida."

Savannah estava sem palavras.

Ela se recostou e engoliu em seco. Se sentindo como se tivesse sido sentenciada a prisão perpétua.

Apavorante.

Ele era muito assustador!

Mesmo que ela fosse seu primeiro prejuízo, ele não teria que ficar preso nela, não?

"Emmanuel, eu não mereço você!"

"Sim, eu sei. Por mais que eu tenha dito a verdade, não importa porque eu aguento. É uma benção sofrer perdas, às vezes. Uma boa experiência, dependendo de quais forem."

A primeira metade dos comentários de Emmanuel deixou Savannah furiosa.

Por mais que ele esteja certo, será que ele poderia parar de ser tão grosso?

"Emmanuel, pare com isso. Eu sou a esposa do seu sobrinho e... Joshua também não disse que queria o divórcio."

Ela estava mentindo. Mesmo que Joshua tenha dito a ela que era apenas uma questão de tempo até que ele pedisse o divórcio.

Porém, aquele casamento era seu bote salva-vidas.

"Não posso trair meu marido. Se ele tem outras mulheres, é problema dele. Eu respeito meu casamento e não vou ir contra minha consciência."

"Então, se você terminar seu relacionamento com Joshua, está disposta a ficar comigo?" Seus olhos estavam queimando o corpo dela, como se ela tivesse cometido um crime.

Era impossível para ela estar com ele.

Assim que ela se divorciasse, compraria uma passagem de avião imediatamente e ficaria longe de Mayjadell para sempre.

Ele estava certo. Era a sobrevivência do mais esperto e preparado.

Se ela não poderia sobreviver na família Wadleigh, como iria sobreviver nos Ferguson?

Além disso, Emmanuel não sentia atração nela, ele gostava de homens. Se ele se casasse com ela, para todos pareceria um bom casamento, mas ela ficaria mesmo feliz com ele?

Um casamento deveria ser a união de duas pessoas apaixonadas, não devia?

Ela não queria mais um casamento falso. Para os outros, seria uma vida confortável, sim, mas ela não queria viver de imagens de novo.

Seus olhos dispararam e ela estava tentando chegar a uma solução. Emmanuel era inteligente, portanto, ele sabia o que ela estava pensando.

Parecia que ele teria que fazê-la ficar com Joshua por mais tempo. Se não, definitivamente ela iria fugir, ele precisava que ela ficasse lá por mais um tempo.

Ele deu um tapinha na cabeça dela impiedosamente e disse, "Enfim, ouvi do Kay que você está meio febril, então vim te ver. Ele me lembrou que você precisa trocar o curativo no pescoço, deixa que eu troco."

"Eu posso fazer isso sozi..."

Antes que ela pudesse terminar, notou o olhar cruel de Emmanuel. Por isso, ela calou a boca imediatamente.

Ele era um chefão até fora do trabalho, sua palavra era lei.

A pomada era especial de Kay. Era tão refrescante e gelada mas aconchegante quando se misturava com a pele.

As pontas dos dedos dele ficaram frias, seu coração ansiando para continuar tocando nela.

Kay disse para ele que a ferida foi muito próxima de sua artéria. Se ela tivesse cortado um pouquinho mais fundo, teria tido um encontro com a morte na hora.

Foi um dia agitado, ela sentiu como se tivesse sobrevivido a uma provação horrível.

Emmanuel não se conteve e pressionou a ferida. Ela não pôde deixar de inspirar profundamente.

Ele franziu a testa, por que ela se segurava mesmo doendo tanto?

"Está doendo?"

Emmanuel perguntou angustiado.

Ele não estava por perto quando Savannah ameaçou acabar com sua vida com um caco de porcelana para forçar sr. Young a se afastar. Mas Emmanuel imaginou a cena.

Se sr. Young não a tivesse impedido, teria sido o fim dela, sem hesitação por parte dela.

Ao pensar nisso, o coração dele disparou.

"Estou... Estou bem..." Ela suportou a dor e respondeu teimosamente.

Antes que ela pudesse terminar, Emmanuel pressionou sua ferida novamente. Sua grande mão pressionou o corte sem dó, ela acabou cedendo e gritou de dor.

"Ai, está doendo..."

Lágrimas brotaram em seus olhos vermelhos.

Seus cílios estavam molhados de lágrimas e ela parecia tão lamentável.

Olhou para ele irritada, parecia que ele queria se vingar dela ou algo do tipo.

Emmanuel notou seu olhar, mas continuou a passar a pomada com mais delicadeza dessa vez.

Sua voz era baixa e acolhedora agora. Havia um traço de gentileza nela.

"Quando doer, coloque tudo para fora. Ninguém vai simpatizar contigo se guardar tudo para você."

O coração de Savannah bateu mais rápido enquanto ela o encarava.

Era a primeira vez que alguém dizia isso a ela.

Desde que foi adotada pelos Wadleigh, era uma órfã que vivia nas mãos deles. Todo dia, sofria vários tipos de abusos até seu limite e aguentava tudo quieta. Pois sabia que suas lágrimas seriam inúteis.

Ninguém teria pena dela. Poderia gritar de tanto chorar, mas os Wadleigh só iriam rir de sua dor.

Com o tempo, ela começou a parar de chorar e demonstrar fraqueza para os outros. Só na calada da noite que se abraçava e chorava até dormir.

Ela não era mais uma criança. Por mais que não pudesse se libertar completamente dos Wadleigh, tinha que cuidar bem de si mesma.

Sim, ela sabia que não precisava mais fingir.

Porém... Quem sentiria pena dela se chorasse? Qual era o sentido de ser fraca e demonstrar fraqueza?

Ela olhou para o belo rosto de Emmanuel. Sentindo algo apertando seu coração, sua respiração ficando irregular.

Será que devia... Mostrar seu lado vulnerável para ele?

Ele sentiria mesmo pena dela?

Depois de passar a pomada, ele a encarou nos olhos. Ela estava com vergonha e desviou o olhar na hora, seu coração batendo mais rápido ainda.

O que... No que será que ela estava pensando?

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