Perseguida pelo Amor não Correspondido: O Renascer da Letícia romance Capítulo 369

Letícia Silveira era a última a deixar a escola, parada na entrada, a rua grande vazia e silenciosa sob a luz dos postes, com apenas alguns carros passando de vez em quando. Naquele horário, quase não havia táxis na porta da escola, e ela precisava andar um pouco até o shopping da universidade para conseguir pegar um.

Pensava estar sozinha na rua, quando de repente um grito de agonia rasgou o silêncio, chegando aos ouvidos de Letícia Silveira. Justo nesse momento, um táxi passava, e o motorista parou. "Moça, quer uma carona?"

"Sim." Letícia estava prestes a entrar no carro quando viu, saindo de um esconderijo, um rapaz franzino, vestindo o mesmo uniforme da Escola Superior Nunes Elegância, correndo e tropeçando. Seu uniforme parecia ter sido rasgado por algo afiado, deixando um grande buraco.

"Pelo amor de Deus, me ajude!"

Ele gritava, e ao olhar para trás, parecia que algo terrível o perseguia.

"Ajude-me... ligue para a polícia, ele... ele quer me matar."

O motorista, ao ver a cena, pisou fundo no acelerador e fugiu, deixando Letícia Silveira sozinha.

Ela viu, então, um grupo de pessoas se aproximando. A figura de cabelos brancos se destacava; o jovem tinha um olhar frio e ameaçador, e um leve sorriso sarcástico nos lábios finos. A aura gélida e mortal que ele emanava fazia com que até os desavisados se afastassem.

O rapaz, ao ver Letícia Silveira, agarrou-se a ela como se fosse sua última esperança. Estava coberto de sangue, e Letícia franzia o cenho, olhando para o pulso que ele segurava. Sua camisa branca de uniforme agora estava manchada de vermelho.

"Você sujou minha roupa."

"Letícia Silveira, por favor, me salve. Ele... ele tem medo do seu irmão. Se você falar, ele não vai me machucar."

"Olha só para os meus ferimentos. Se eu cair nas mãos dele, vou acabar morto."

Letícia não o conhecia e não tinha nenhuma lembrança sobre ele. Problemas que aparecem do nada não são do seu interesse, ainda mais agora que seu telefone estava descarregado. Se demorasse muito para chegar em casa...

Enquanto Letícia era agarrada e puxada para trás, Jaime Goulart ria como se tivesse ouvido uma piada, um brilho gelado em seus olhos. "Um miserável, que se ajoelha para limpar meus sapatos, quer que ela te salve?"

"Você faria melhor em se ajoelhar agora e me implorar..."

"Aí eu te deixaria ir."

Letícia enfrentava o desafio nos olhos de Jaime Goulart sem se importar. Para ela, ele não passava de um jovem mal-educado e problemático.

Sem hesitar, Ivan Lacerda agarrou a oportunidade. Saindo de trás de Letícia Silveira, ele imediatamente se ajoelhou no chão e começou a dar tapas em seu próprio rosto, dizendo: "Sr. Jaime, a culpa é toda minha, eu não deveria ter falado sem pensar e te deixar chateado…"

Letícia Silveira não mostrava interesse em suas ações, passando por eles com indiferença. Após andar alguns passos, ela baixou a cabeça para limpar com um lenço de papel as manchas de sangue em sua roupa, franzindo a testa levemente. Ela temia que Sérgio Pereira perguntasse sobre isso, o que seria difícil de explicar.