Perseguida pelo Amor não Correspondido: O Renascer da Letícia romance Capítulo 41

Marcos Rodrigues tinha acabado de ouvir as palavras de Letícia Silveira e, sem responder, foi na direção que ela tinha ido.

Letícia Silveira estava no refeitório comendo e Marcos, como uma sombra persistente, a seguia. Ela comia e ele esperava por perto e, quando ela terminava, ele acelerava o passo para acompanhá-la.

Letícia Silveira se envolveu intencionalmente em uma conversa com o representante de classe sobre os problemas de matemática da prova que haviam feito, deixando Marcos Rodrigues sem alternativas, apenas observando-a se afastar.

Ao entrarem na sala de aula, Márcia secretamente saboreava lanches enquanto disfarçava com um livro de física, por trás do qual lia um romance.

Letícia Silveira sentou-se em silêncio em seu lugar e abriu o livro para revisar o conteúdo da próxima aula.

Márcia se aproximou e disse: "Letícia, por que você se esforça tanto? Perto de você, me sinto completamente inútil. Marcos Rodrigues não consegue me ensinar, então... que tal você me dar aulas? Eu posso pagar por reforço escolar. Se você achar que é muito difícil, pelo menos me leve com você da próxima vez que for à biblioteca com o Marcos Rodrigues, por favor?"

Elas estavam compartilhando uma carteira há quase seis meses e, durante todo esse tempo, Letícia Silveira não havia percebido o quanto Márcia estava apaixonada por Marcos Rodrigues.

O pai de Márcia, um maquinista respeitado e invejado por muitos, e sua mãe, professora em uma escola renomada, significavam que Márcia não precisava trabalhar no quiosque de churrasco onde Marcos Rodrigues trabalhava. Era óbvio, até para um tolo, por que ela estava ali.

Exceto por sua afeição por Marcos Rodrigues, Márcia não era má pessoa; ela sempre sussurrava as respostas quando Letícia Silveira não conseguia responder durante as aulas.

Letícia Silveira manteve sua expressão neutra e respondeu: "Converse diretamente com ele."

"Você não se importa que eu a interrompa, não é? Você ainda é minha amiga, Letícia? Só estou pensando nas minhas notas, não tenho outras intenções. Eu juro!" - Márcia disse seriamente, levantando dois dedos como se estivesse fazendo um juramento.

A escola à noite era muito tranquila. Márcia, que nunca permanecia para o estudo noturno, já havia ido embora.

Nesse momento, ela provavelmente estaria com Marcos Rodrigues...

Afugentando os pensamentos que turvavam sua mente, Letícia Silveira retirou um conjunto de provas recém-adquiridas e, após concluí-las e conferir as respostas, surpreendeu-se ao constatar que havia alcançado a pontuação de noventa e dois.

Após corrigir as provas, restavam quinze minutos para o término da aula, e ela decidiu utilizar esse tempo na leitura de um livro didático sobre redação.

Quando o sino do final das aulas soou, um torpor acometeu Letícia. Eram nove e meia da noite, e já não havia mais ônibus circulando. Ela lançou um olhar para a rua, na esperança de encontrar uma bicicleta de uso comum disponível para alugar e assim pedalar de volta para casa. Caso não encontrasse nenhuma, restaria a opção de caminhar, o que demandaria pelo menos meia hora.