Perseguida pelo Amor não Correspondido: O Renascer da Letícia romance Capítulo 43

Embora sua aparência fosse tão feroz, com um rosto tão fechado que parecia intransponível, havia uma garota que conseguia dominar aquela expressão que afugentava os estranhos.

Letícia Silveira, o que ela menos queria era encarar aquele rosto silencioso que evitava dar respostas; ele já era assim em uma vida anterior, quando não queria falar, nunca mentia para ela, apenas ficava calado, imune a qualquer tentativa de fazê-lo falar: "Não importa, mesmo que eu pergunte, não vou descobrir nada."

Ela franziu a testa de forma hesitante e disse: "Marcos Rodrigues, eu não sei o que meu irmão lhe contou. Mas posso lhe garantir que ele não tem más intenções".

"Desde pequena eu não tenho família, e ele me controla demais, com medo de que eu seja maltratada."

"Meu irmão logo vai se casar, e depois... ele não terá mais tempo para se preocupar comigo. Vou parecer uma carga seguindo-o, mas se um dia ele decidir me deixar, eu não ficarei triste, ele me criou por onze anos, e eu devo estar satisfeita."

"Ele terá uma nova família, uma nova vida, mas nada disso terá a ver comigo."

"Marcos, você já me desprezou por ser órfã?"

Marcos Rodrigues abriu levemente os lábios: "Não."

O sorriso de Letícia Silveira desenhou lentamente um arco gracioso: "Então, agora que você entendeu tudo o que eu disse, você ainda vai evitar me ver?"

Marcos Rodrigues balançou a cabeça: "Não."

"Meu irmão só tem medo de que eu me apaixone cedo demais e prejudique meus estudos. Não se preocupe, ele não vai se importar com o que acontecer entre nós, ele é muito ocupado e não terá tempo para prestar atenção em nós. Ele sempre me amou desde que eu era criança e, enquanto eu estiver aqui, ele definitivamente não vai machucá-la."

Letícia Silveira era uma pessoa que não conseguia esconder seus sentimentos e queria resolver qualquer mal-entendido cara a cara.

Marcos Rodrigues disse: "Tudo bem".

Por que ele só conseguia dizer uma ou duas palavras?

Nos olhos de Letícia Silveira brilhava algo mais luminoso que a lua escura: "Então... Marcos, você quer ser meu namorado?"

Letícia Silveira não sabia se era correto ter esses sentimentos...

Refletindo sobre isso, Letícia Silveira não se esqueceu de revisar algumas palavras em inglês e logo adormeceu.

Na manhã seguinte, Letícia Silveira se levantou, abriu as cortinas e viu Marcos Rodrigues no andar de baixo. Ela se arrumou rapidamente e desceu as escadas.

Havia feito uma trança especialmente para aquele dia, e algumas mechas soltas de cabelo emolduravam seu rosto. Seus lábios estavam cobertos por um gloss suave, exalando uma cor delicada.

Com a mochila nas costas, Letícia Silveira instintivamente agarrou a cintura dele e sentou-se no banco de trás da moto.

Marcos Rodrigues a ensinara a montar em sua garupa em uma outra vida, e Letícia Silveira não precisava fazer muito, apenas um leve toque provocativo já a fazia corar as orelhas.

Letícia Silveira estendeu a mão ao bolso dianteiro dele e sentiu algo quente. Ao retirar para ver, era uma garrafa de leite.