Por Amor ou por Vingança Pedido de desculpas

Mariana
Estava quase encerrando mais um expediente da loja, afinal já eram quase vinte e duas horas, e enquanto uma das funcionárias atendia a última cliente daquele dia, o Matheus, me ajudava a fechar o caixa e outros processos antes de fecharmos.
Matheus é um jovem de dezoito anos e eu o contratei devido um pedido de sua avó, a dona Josefa, uma vizinha antiga da minha tia Celina e de quem nós gostamos muito, e estava cada vez mais satisfeita com o empenho do rapaz na loja.
Ele optou por trabalhar no segundo turno justamente para poder pegar carona comigo, para vir para o shopping e depois para voltar para sua casa e eu aprecio bastante a sua companhia, principalmente devido ao horário em que eu precisava sair todas as noites.
— Hoje foi bastante movimentado, não é mesmo? — o jovem funcionário pergunta.
— Foi mesmo — concordo — Estou simplesmente exausta!
Eu não tive uma boa noite de sono, após o jantar com o Ethan e os seus sócios, e passei todo o dia me sentindo cansada e ansiando fervorosamente pelo final do expediente, para poder ir para a minha casa e dormir.
Ethan tinha me ligado várias vezes naquele dia, e mesmo sabendo que ele nos tinha em suas mãos, a mim e aos meus amigos, eu não o atendi, e sabia que o tinha feito apenas para o provocar.
Segundo o próprio Ethan, eu gosto do perigo, e eu estava começando a acreditar que sim.
Ainda assim, ele havia me mandado algumas mensagens, e pelo tom de todas elas, eu posso afirmar que Ethan não está pretendendo usar o seu trunfo contra nós, afinal, eu não tinha ido para a cama com ele. Ainda.
Vejo que a cliente acaba de sair, após fazer o pagamento da peça, e antes que eu precise indicar qualquer coisa para o Mateus, constato que ele já está caminhando em direção às portas da loja, para fechá-las.
Eu pretendia fazer o mesmo e ajudar a terminar a tarefa mais rapidamente, mas meus planos são precocemente frustrados, pois, naquele momento, um homem entra na loja.
— Estamos fechando, senhor — Mateus o avisa.
Mas ele não precisava fazer isso, pois eu tenho toda a certeza de que o recém-chegado não estava interessado nas roupas disponíveis na minha loja, afinal, se tratava de Arthur Rodrigues.
— Quero apenas trocar algumas palavras com aquela bonita jovem bem ali — Arthur diz de modo bastante charmoso e simpático.
Eu já previa que ele iria encontrar uma forma de chegar até a mim, mas não tinha imaginado que seria tão rápido assim e para evitar atrasar o fechamento da loja e desta forma também a saída dos funcionários, eu decidi facilitar aquela conversa.
Caminho até o Arthur, deixando bastante claro, pela minha expressão facial, que eu não tinha gostado de sua vinda.
— Vamos sair — eu digo, sem o cumprimentar, ou qualquer coisa do tipo — Deixa só eu pegar a minha bolsa.
e duas horas, eu estou extremamente cansada, louca para deitar na minha cama, portanto, sem paciência alguma para lidar com o Arthur, após tudo o que aconteceu entre nós.
Ainda assim, algo me dizia que ele não iria me deixar em paz até que tivéssemos a sua tão desejada conversa, então eu busquei a minha bolsa no pequeno escritório e indiquei que poderíamos sair, após avisar ao Mateus que estaria esperando por ele no estacionamento do shopping.
Não esperei por nenhum movimento da parte do Arthur e já estava caminhando pelo corredor do shopping, mas deduzi que logo ele iria acompanhar os meus passos.
que o que você tenha para falar seja breve, pois pretendo ir embora, assim que o Mateus terminar de fechar a
Posso te levar em casa, você não precisa esperar pelo rapazote — Arthur diz, mostrando desagrado por eu ter combinado de encontrar
tenho meu próprio carro e não desejo ir a lugar algum com você.
não estou tentando ser gentil e nem mesmo o encaro, enquanto falo com ele, mantendo a minha visão sempre à
sei que deve estar bastante chateada comigo — ele diz, caminhando ao meu lado — Também sei que fui um completo idiota com você, e quero, antes de qualquer outra coisa, pedir desculpas, Mariana. Mas agora eu estou separado da Gisele e…
também estava separado dela, quando nos conhecemos, Arthur — eu o interrompi, de maneira rude — E isso não quer dizer exatamente nada, nós dois
de caminhar e eu resolvo fazer o mesmo, o encarando com a sobrancelha arqueada, de maneira a demonstrar que eu não me importo
sei que fui um cretino, falei isso alguns minutos atrás — ele reconhece, suspirando de modo audível — Mas as coisas mudaram.