Pietro
Como eu vou contar tudo isso sem sentir as facas que me apunhalaram naquela época doerem em minha pele novamente.
__ quando eu tinha onze anos... meu pai me deixou na porta do treinamento, uma masmorra com muros enormes pintados de preto... eu era só uma criança.. mas que se foda, eu sou o herdeiro da máfia, então na cabeça doentia do meu pai, eu precisava passar pela dor bem mais do que os outros que estavam lá, eu não entendia muito bem as coisas na época, mas eu aprendi rápido que, não importava o que eu fizesse eles sempre me castigariam de maneiras novas e ainda mais dolorosas, aquelas torturam físicas doíam, mas as psicológicas... essas eram as piores... elas me davam nojo ... com a frase idiota de " absolva a dor", sabe qual foi o meu presente de quinze anos? ... haha.. dezesseis açoitadas com um açoite cheio pinos que furavam a pele ... e eu nem pude me curar porque no outro dia ... me puseram em frigorífico onde eu fiquei por um dia inteiro. Você não pode imaginar a dor... durante aqueles dias em que me trancavam lá, eu refletia tudo, e por isso eu não posso ... não posso ser fraco, olha o que o amor me fez ... o amor me fez sentir ódio, ódio do meu pai, ódio de mim, do meu irmão por não lembrar de mim, eu odiava exatamente tudo.. Aurora o amor a pior fraqueza do ser humano, você... você sabe quantas pessoas antes do Matteo e os meninos chegarem na minha vida, que me desafiaram e ficaram vivas para contar a história? Nenhuma... porque eu não.. tive piedade com ninguém... com dezoito anos era o meu último ano lá, e ainda assim me torturaram, mesmo eu sendo o " melhor " ali, me queimavam com aquelas malditas placas, sabe o que eu fiz antes de sair de lá? ... eu estrangulei o maldito doutor que me queimava, com o fio das placas, matei os homens que me levaram para dentro daquele lugar no dia em que meu pai me deixou, eu matei quase todos que me fizeram ser uma besta... e eu sempre usava a mesma frase que eles me diziam " absolve a dor agora filha da puta "... então Aurora não sinta pena de mim .... porque eu passei anos fazendo isso, e nunca vai ser o suficiente, me quebram e isso ... isso aqui, isso que você vê, o babaca que você acha que sou, é só o molde do que eles criaram, porque no fundo eu sou bem pior... então se considera o perigo um medo, aconselho que não deva ter medo dele, tenha medo de mim.
Respirei fundo e ainda senti as lâminas atravessando a minha pele, e quando ela me encarava sem expressão alguma.
__ deixe-me ver.
Oras ela não pode fazer pior que isso.
__ ver o que? Não me diga que...
__ suas marcas ... eu quero vê-las, eu nunca reparei, preciso vê-las.
__ não posso! Não quero que se sinta mal.__ falei e ela veio até mim, tomou o copo da minha mão, pegou o livro e os pousou sobre a mesa, segurou minhas mãos e me encarou.
__ por favor... me mostre.__ disse e algumas lágrimas começaram à caírem dos seus olhos, então me torturando ainda mais, me levantei e a mesma me acompanhou, abri a minha camisa, retirei a mesma, e agora encaro a mulher chorosa à minha frente.
Respirei fundo, antes de virar de costas para que a mesma, veja as minhas marcas físicas, porque as psicológicas são piores, e essas ... essas eu não posso mostrar á ela.
__ meu Deus!__ disse e eu senti suas mãos pequenas tocarem nas cicatrizes, e doíam como se estivessem me fazendo todo aquele mal novamente, virei rapidamente e ela estava chorando ainda mais.
__ sinto muito, não queria vê-la assim.__ falei e ela me abraçou, um ato inesperado que eu retribui.
__ Pietro... eu sinto muito, você era só uma criança... que estava com medo e não tinha ninguém... eu sinto tanto.. __ falou e seus olhos lacrimejantes encaram os meus.
__ não sinta! Não tem o porque de sentir.
__ eu sinto... porque tudo fica mais claro agora ... o porque de você ser assim, é só consequência do que fizeram á você, mas você pode ser outro algué...
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Presa ao Mafioso(livro 1)Série: Mafiosos Impecáveis