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Prometida Ao Mafioso romance Capítulo 7

Quando Linda me avisou que eu acompanharia Michael a casa do consiglieri, estranhei aquele convite inesperado. Estou a dias aqui, e por mais gentil que seja minha futura cunhada, e por maior que seja a casa, me sinto mais prisioneira aqui do que quando estava no convento. Me olho no espelho do closet de Linda, que parece analisar se o vestido que estou usando agradaria Michael, e eu odeio isso. Cada vez que o vejo, é sempre em vestidos justos, e não gosto de pensar que o próprio Villani esteja achando que estou me insinuando para ele. O vestido da vez é nude, um decote insinuante e apesar de estar um pouco acima dos joelhos, é o tipo de roupa que certamente faz Michael Villani olhar com interesse.

Logo que soube que ele me aguardava, tratei de ir ao seu encontro, e o vi sobre um dos joelhos sorrindo para Morgan enquanto a menina contava animada sobre algo que havia acontecido na escola. Então, quando ele levantou-se e olhou diretamente para mim, não pude deixar de notar como estava elegante. Ouvi Linda dizer a que ela e Valerie haviam combinado de ir as compras no dia seguinte, e que levaria Morgan para jantar com a avó. Pensei por um momento que ainda não havia conhecido a mãe de Michael e Linda, e não pude deixar de imaginar como ela deveria estar desgostosa com a ideia de que seu filho se casaria comigo.

– Tio Michael vai levar a Giulia para passear? – perguntou a menina à mãe.

– Sim, querida – Linda respondeu, despreocupada.

– Giulia está bonita – a menina olhou para mim, e sorriu.

– Obrigada, Morgan – sorri de volta para ela.

– Vamos subir, Morgan? – Linda apontou a escada – temos que nos trocar para ir jantar com a vovó!

A menina se despediu e enquanto subia a escada, Michael se aproximou de mim e ambos a ouvimos perguntando baixinho a Linda: "Mamãe, eles são namorados?" Se Michael conseguiu ignorar o cochicho da pequena, a pergunta me fez sentir minhas bochechas esquentando. Nossa situação é tão inusitada que não podemos dizer que temos algum relacionamento, o que temos é um acordo. E enquanto saio da casa de Linda Villani em companhia do homem que em poucas semanas será meu marido, penso que não ha possibilidade disso dar certo. Michael abre a porta da Maserati para mim e entra no carro logo depois, enquanto coloca o veículo em movimento, reparo em sua postura tranquila, a maneira irritante como me ignora, pensando que pobres eram as mulheres que se deixavam levar por sua beleza. Michael era obviamente o tipo que poderia destruir o coração de uma mulher, e só agora me ocorre que um homem como ele deveria ter a atenção de muitas, onde quer que fosse. Olho para a frente quando ele apoia o braço próximo ao meu, o quase contato me deixa incomodada, pois consigo sentir o calor dele, e isso me faz pensar que serei dele em poucas semanas, a menos que consiga evitar. Seguimos calados por todo percurso, e depois de algum tempo Michael para o carro em frente a um grande portão e segundos depois sua passagem é autorizada. A casa onde vive o consiglieri entra em meu campo de visão depois de uma sinuosa curva a direita ladeada por sebes que terminam em um belo jardim em frente a casa de arquitetura moderna, e só então reparo que um carro nos segue de perto, e logo vejo que são Fabian e Ezio, esse, trabalhando para os Cavalieri, um dos homens de Chicago responsáveis por minha segurança.

Michael faz sinal para que aguarde, sai do carro e o vejo trocar algumas palavras com os dois, em seguida ele abre a porta do carro colocando a mão suavemente em minhas costas e guiando-me para a porta principal da casa. Quando Chris Villani vem nos receber, no hall de entrada, felizmente sinto a tensão entre nós se dissipando. Ele nos cumprimenta de maneira descontraída, e não posso deixar de pensar em quanto sou tola ao tentar imaginar qualquer Villani muito desprovido de encantos e beleza. O consiglieri é um homem muito bonito e gentil, e logo depois de um abraço fraterno em Michael, ele se volta para mim.

– Finalmente posso conhecê-la, Srta. Cavalieri – um sorriso brinca em seus lábios enquanto ele me observa – acho que meu primo queria escondê-la!

– Não é nada disso... – Michael fala, e sua face volta a ficar séria.

– Encantado – diz ele, depois de beijar a minha mão, e me oferecer o braço enquanto vamos para o cômodo seguinte.

Na sala ampla e confortável, enquanto falamos de assuntos corriqueiros, vejo uma mulher jovem e exuberante descendo a escada, usando um vestido justo sob um casaco leve. Seus cabelos castanhos têm mechas alouradas, e ondulam lindamente enquanto ela se aproxima, sorrindo e muito falante. Ela abraça Michael, e eles trocam algumas palavras, minha impressão é que se dão muito bem, e logo ela se aproxima de mim.

– Você deve ser a Giulia! – ela fala, animada – Muito prazer, sou a Val!

– O prazer é meu – falo retribuindo seu breve, mais caloroso abraço.

– Definitivamente, tudo que ouvi sobre como você seria não lhe faz jus! – ela segura minha mão – Você é linda!

Fico pensando em como Michael tem falado ao meu respeito, já que os dois irmãos parecem surpresos ao me verem enquanto ele e Chris se afastam em direção ao bar. Sento-me no sofá confortável com Val ao meu lado e a conversa é muito agradável, ela casou-se com um leal capitão dos Villani, por quem se encantou enquanto ele fazia sua segurança e dirigia para ela. Com o marido em uma visita a Chicago, ela estava passando uns dias na casa do irmão, com sua bebê, pois Chris não gostava da ideia das duas sozinhas, mesmo com toda a segurança que ela recebia por ser irmã dele.

Tenho a impressão que ela esperou o momento certo para ir para o andar de cima, onde estava sua filha, em uma tentativa certeira de mais privacidade. Seu tom esfuziante some, e apesar da fala tranquila, estou certa que ela gostaria de me dizer algo que provavelmente não seria bem-visto, tanto pelo irmão como pelo capo. Não sou eu quem dará o primeiro passo, então vou com ela ao quarto que ela ocupa com a bebê, que está tranquila no berço com carinha de sono. Val conversa rapidamente com a babá e em seguida saímos do cômodo.

– Quer ter filhos, Giulia? – ela pergunta, enquanto seguimos lentamente pelo corredor.

– Eu nunca pensei seriamente no assunto – respondo, penso que ela só pode estar curiosa, pois certamente Michael me perguntaria isso pessoalmente se estivesse com pressa em ser pai.

– Casamentos como os nossos... acho que posso dizer nossos, porque logo você irá se casar com Michael – ela sorri, de um jeito meigo e encorajador, que me fez perceber que essa ideia me deixa ansiosa, como se os dias estivessem passando e eu não pudesse fazer nada para impedir – o que quero dizer, é que certamente espera-se que você logo dê um filho a ele.

– Oh... bem, eu algum momento, acho que será inevitável – pela primeira vez, me ocorre que em poucas semanas, ocuparei a mesma cama que Michael Villani, e isso me causa tremores.

Val, segura minha mão quando percebe que o assunto me perturbou: – Não fique assim, Giulia, eu não queria chateá-la, me desculpe, mas fico pensando em como deve difícil para vocês, por ser um casamento por conveniência.

– Isso tem me tirado o sono – respiro fundo – seu primo não me parece ser o tipo de homem que admite fazer o que não quer, não tenho ideia de como isso vai funcionar. Mas, meu tio e ele já acertaram tudo, então, não há muito que eu possa opinar.

– Pode parecer estranho, mas Mike não é ruim como faz parecer, sabe – ela esboça um sorriso – e como marido também terá obrigações.

– Acho que exagerei – digo, mais para mim mesma do que para ele.

Ele permanece calado, mas não parece irritadiço como em momentos antes de deixar a sala de jantar, o que quer que tenha acontecido, certamente já estava resolvido ou pelo menos sob controle. O trajeto para a casa de Linda parece mais rápido, talvez porque eu esteja com a grata sensação de que finalmente minha noite com ele tenha chegado ao fim, e que poderia respirar aliviada. Quando ele sai do carro reparo nos gestos rápidos que ele faz a dois dos homens mais próximos, ele fala baixo mais posso ouvi-lo falar sobre trocar os postos, e conferir a segurança interna. Para serem cuidadosos dentro de casa e não acordar Morgan.

Aquela situação era tão familiar que foi impossível não tentar evitar que ele chegasse perto depois que abriu a porta do carro. Levi teria cuidado para não acordar Morgan enquanto verificava se as janelas estavam devidamente fechadas, e me pergunto se alguma vez Linda teve que levar a filha as pressas para outro lugar no meio da noite. Respiro fundo, sinto-me enjoada e ainda um pouco tonta da bebida. Não devo parecer bem quando Michael segura meu braço com um pouco mais de força, ele quer me apressar.

– Está tudo bem – ele diz, chegando mais perto – vamos entrar, só estou garantindo que estão seguras.

Quando entramos, logo vejo Linda, que possivelmente, estava dormindo, pois veste pijamas por baixo de um robe cinza. Não consigo ler sua expressão de imediato, mas ela parece aliviada ao nos ver chegando. Há uma troca de olhares entre irmãos, e Michael vai em direção da escada enquanto Levi volta.

– Fabian está finalizando, chefe – disse ele – Morgan dorme tranquila, e ainda falta o quarto da Srta. Cavalieri.

– Eu mesmo verei este, Levi, obrigado – diz ele subindo os degraus e logo saindo do meu campo de visão.

Me viro para Linda, que se aproxima de mim:

– O que está acontecendo? – pergunto discretamente.

– Os russos – ela respondeu, incerta – parece que eles não gostaram do acordo entre nossas famílias.

– O que isso significa? – penso imediatamente se algo aconteceu com minha família em Chicago.

– Que farão de tudo para que esse casamento não aconteça. Nem que para isso um de vocês esteja morto.

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