Quando Perder a Luz romance Capítulo 4

Ela olhou para o relógio, torcendo para que ele ainda não estivesse na sala.

Mas antes mesmo de chegar ao escritório dele, foi interrompida por uma voz estridente: "Katarina."-

Katarina reconheceu imediatamente de quem era a voz, mas, afinal, ainda estava na empresa. Não teve escolha senão cumprimentá-la: "Srta. Paes."

Ângela, com a maquiagem impecável, esboçou um sorriso falso para Katarina e foi direta ao ponto, sem rodeios: "Katarina, hoje vim à empresa para gravar o vídeo de divulgação, mas minha assistente precisou se ausentar. Você pode ser minha assistente?"

Sem esperar pela resposta de Katarina, ela continuou apressada: "Não é nada demais, só preciso que me traga um café, leve algumas coisas pra mim."

Somente ela teria coragem de pedir que a diretora financeira da empresa servisse café e fizesse pequenos favores.

E o motivo para tal pedido não passava de uma tentativa de humilhá-la.

Katarina recusou de maneira firme: "Tenho outras coisas para fazer."

"Não vai tomar tanto do seu tempo assim." Ângela insistiu mais uma vez.

"É melhor pedir para o Diretor Jardim arranjar outra pessoa para você." Katarina estava ansiosa para entregar a carta de demissão e não queria se envolver naquilo.

Ângela imediatamente bloqueou seu caminho, dizendo com um ar de superioridade: "O Diretor Jardim disse que eu posso escolher quem eu quiser."

Ela olhava para Katarina com um olhar provocador, tentando forçá-la a concordar.

"Desculpe, estou ocupada." Katarina tentou contorná-la para sair, mas Ângela avançou de propósito, roçando o ombro nela, e então se jogou no chão.

"Ai!" Ela gemeu de dor no chão, enquanto a equipe que a acompanhava rapidamente se agachou para ver como ela estava. "Srta. Ângela, a senhora está bem?"

"Diretor Jardim." De repente, alguém chamou.

"Não fui eu, não vou pedir desculpas. Se não acredita, pode verificar as câmeras." Katarina não cedeu nem um pouco, ela já tinha aguentado o suficiente e não pretendia mais suportar.

Se ele queria defender Ângela, que o fizesse, mas não precisava agir como um cão atacando quem quer que fosse.

Katarina virou-se para sair, mas Renan, parecendo irritado, agarrou seu pulso bruscamente.

Ela tentou se soltar, mas não conseguiu; olhou para ele com firmeza nos olhos e perguntou: "Diretor Jardim, o senhor viu com seus próprios olhos?"

Qualquer um que tivesse visto saberia que ela não empurrou Ângela, mas mesmo assim ele escolhia protegê-la. Talvez fosse essa a preferência que ele tinha por Ângela — algo que Katarina não conseguiu conquistar em cinco anos de esforço.

O olhar de Renan escureceu e a pressão em seu pulso aumentou sem que ele percebesse.

Katarina, suportando a dor, apertou os dentes e o lembrou: "Diretor Jardim, tem muita gente olhando. O senhor quer que comecem a fazer suposições sobre nosso relacionamento?"