Ângela, ao ver a intimidade dos dois, apressou-se a fingir um tom manhoso: "Ai, meu braço está doendo tanto."
A funcionária ficou logo tensa: "Está todo vermelho, tomara que não inche. Precisamos cuidar disso rápido, senão vai atrapalhar as gravações."
Ao ouvir isso, Renan soltou lentamente a mão dela, com o rosto fechado, e caminhou em direção a Ângela.
"Vamos tratar disso no meu escritório."
Sem se importar com olhares alheios, levou-a diretamente para sua sala.
Katarina olhou para o próprio pulso, marcado pelas mãos dele, e um sorriso amargo surgiu em seus lábios. Silenciosamente, ela se afastou dali.
O pedido de demissão ainda nem fora entregue; agora, ir ao escritório dele obviamente não seria apropriado.
Katarina só pôde voltar para sua própria sala, onde todos os colegas já estavam presentes.
A assistente, Sandra, entregou-lhe uma pasta. "Diretora Serpa, estes são os comprovantes que o presidente mandou ontem à tarde. Já conferi tudo."
"O presidente parece estar com pressa. Ontem à tarde você tirou licença, então ele pediu que você assinasse e conferisse tudo hoje pela manhã."
"Entendi." Katarina pegou a pasta.
Ao abri-la, viu que se tratava de notas fiscais referentes ao aluguel exclusivo de uma rede de cinemas, junto com os dados já conferidos pela assistente de finanças.
Um total de um milhão e duzentos e cinquenta mil reais.
Para Renan, esse valor era praticamente insignificante, mas ele fazia questão de passar tudo pelas contas da empresa.
Pelo que ouvira na noite anterior, ele dizia ser ‘justo e razoável’. Ela, como simples diretora financeira, não tinha autoridade para contestar.
Os colegas cochichavam: "A Ângela está gravando material de divulgação aqui na empresa, será que ela vem até nosso setor?"
"O departamento financeiro não costuma receber visitas assim tão fácil."
"Ouvi dizer que o presidente está acompanhando tudo pessoalmente."
Sandra também entrou na conversa: "Se nosso presidente não fosse casado, eu até pensaria que a Ângela era namorada dele."



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