Quanto mais vale o amor depois de uma vida inteira? romance Capítulo 972

"Você achou muito divertido me esconder tudo esse tempo, não é? Você, claramente, é o famoso King, mas sempre escondeu sua identidade, assim como a de Sr. Camargo. Eu nem sei mais quem é a pessoa que eu conhecia antes."

Natalia olhou para o homem à sua frente. Apesar de estarem juntos há tanto tempo, naquele momento, ela sentiu que ele era um estranho.

Mesmo assim, ela ainda gostava dele.

Natalia sentiu certa aversão por si mesma naquele instante.

O olhar de Erasmo tornou-se um pouco abatido: "Na verdade, tudo isso também sou eu."

"Mentira!"

Natalia olhou para Erasmo: "Desça do carro."

Erasmo não se mexeu: "Ainda não chegamos ao lugar do jantar."

"Não quero mais ir."

Natalia naquele momento não tinha disposição para comer.

Nesse momento, Natalia recebeu uma ligação do Advogado Murilo. Ela atendeu imediatamente: "Alô, Advogado Murilo, aconteceu alguma coisa?"

"Gostaria de conversar pessoalmente sobre alguns assuntos. Tem disponibilidade para jantar comigo?"

"Tenho sim, onde nos encontramos?"

Natalia aceitou prontamente. Naquele momento, a questão judicial era mais importante.

Depois de combinarem o local, Natalia olhou para Erasmo: "Desça do carro, tenho outros compromissos."

"Vai aonde?"

Natalia olhou para ele: "Isso te diz respeito?"

"Ainda sou seu namorado."

Natalia falou com seriedade: "Erasmo, eu sei que foi você quem me salvou daquela vez, e sei que vocês também foram usados pela Família Silva sem saber. Mas você me enganou por tanto tempo, eu não consigo mais confiar em você como antes, entende?"

Dentro do carro reinou o silêncio. Algumas coisas precisavam ser ditas.

Ela não queria se enganar.

A expressão de Erasmo desabou imediatamente.

Ele engoliu em seco: "Não podemos recomeçar?"

Natalia desviou o olhar: "Não."

Erasmo sorriu amargamente: "Você não sente nem um pouquinho de saudade de mim?"

Depois de tudo que ele fez, pensou que ela perceberia o quanto era sincero.

Natalia olhou para o volante à sua frente. Dizer que não gostava de Erasmo era impossível.

Nesse caso, era melhor nem ter chegado perto.

Natalia segurou no volante: "Erasmo, obrigada por ter estado ao meu lado até aqui. Se não fosse por você, dificilmente teria chegado onde cheguei tão rápido."

"Chega."

Erasmo a interrompeu, com uma expressão sombria.

"Tem coisas que eu preciso deixar claras. Você sempre foi tão bom para mim, gostar de você era algo compreensível, mas a vida é imprevisível."

Natalia percebeu que ele desviou o olhar, encarando a janela, sem olhá-la.

Ela continuou: "Muitas coisas estão além do nosso controle. Eu agora não te culpo mais. Só acho que nós dois não combinamos."

Erasmo finalmente ouviu a última frase dela.

Tudo o que ela disse antes foi apenas para preparar o terreno para essas palavras finais.

Erasmo abriu a janela, o vento frio entrou, e só assim ele conseguiu se controlar.

Ela disse que eles não combinavam.

Ele nunca imaginou que um dia receberia o famoso "cartão de bom moço".

Erasmo apertou os lábios, virou-se para olhá-la: "Mas eu não concordo com o que você disse."