Quarto para você romance Capítulo 661

“Vendo que me fez um favor tão grande, não vejo como posso recusar a oferta. É muito gentil de sua parte falar bem de mim. Posso te convidar para almoçar como forma de agradecimento pela recomendação?”, Lorelai perguntou, inserindo o convite para o almoço o mais naturalmente possível.

Enzo não perdeu tempo em recusar educadamente: “Não, obrigado. Eu tenho outros planos para o meio-dia. Talvez da próxima vez.”

“Bem, quando exatamente será a próxima vez?” Ela não ia desistir de passar um tempo a sós com ele.

“Depende”, respondeu vagamente. Ele não tinha planos de aceitar sua gratidão. “Eu te aviso quando tiver tempo.”

“Mesmo? Vou cobrar isso de você”, disse alegremente, flertando enquanto se afastava. Ela sabia que insistir mais o irritaria, ou pior, o deixaria desconfiado dela. No entanto, ela não saiu do escritório depois disso e apenas abanou-se com o leque para que o leve perfume de seu perfume pudesse se espalhar em sua direção. “A propósito, fiquei com sede devido à pressa em vir aqui. Poderia me oferecer uma xícara de chá, por favor?”

Ele se virou para falar com Reinaldo: “Traga duas xícaras de chá.”

Quando o assistente deixou o escritório, Lorelai levantou-se do sofá e caminhou até a parede de vidro, banhando-se na luz do sol da tarde que inundava generosamente o escritório. Ela sabia que seus anos de treino na academia a tornaram completamente irresistível para os homens, especialmente sua cintura esculpida e suas sutis curvas, que inspiravam a maioria de seus pensamentos escandalosos.

Se Enzo a estivesse observando, ou mesmo ousasse dar uma olhada, seria mais do que suficiente para ela.

No entanto, quando ela olhou para o reflexo na parede de vidro brilhante, viu que ele nem mesmo estava olhando em sua direção. Na verdade, estava com a cabeça baixa, folheando documentos de trabalho.

A única coisa que ela viu refletida naquele vidro foi sua própria decepção. Ela girou e voltou ao sofá, pegando sua xícara de chá. Dando um gole, perguntou: “Estou incomodando você?”

“Não”, respondeu distraído, olhando para ela e assinando o documento com um gesto elegante. “Tomarei meu chá daqui a pouco.”

Quando estava prestes a pegar sua xícara, seu telefone tocou. Ele olhou para o identificador de chamadas e sorriu calorosamente. Sabendo imediatamente quem estava do outro lado, Lorelai apontou apressadamente: “É a Alana? Não conte que estou aqui; não quero que ela tenha a ideia errada.”

Mas o destino tinha um senso de humor cruel, pois sua existência atrapalhou seu pai de roubar a fortuna da família Presgrave. Ela nem mesmo teve a chance de contar a Enzo seus sentimentos por ele.

Ela ainda se lembrava de como costumavam correr juntos pelos jardins da Residência Presgrave, e como ele segurava sua mão para ajudá-la a se levantar sempre que caía; ele a consolava quando ela chorava e a defendia quando quebrava um vaso ou dois. Ele era a única religião que ela conheceu na infância, a única pessoa a quem queria se dedicar diariamente.

Mas o universo claramente a odiava, porque quando ela o viu novamente depois de todos os anos no exterior, ele já estava casado e tinha um filho, e se tornara devastadoramente belo, ainda mais do que ela lembrava.

“Sim, prometo que vou fazer pausas quando necessário”, Enzo murmurou ao telefone com um sorriso apaixonado no rosto. Ele então continuou perguntando sobre a manhã dela e, depois de lembrá-la de se manter aquecida durante seu período e trocar palavras carinhosas com ela, ele desligou relutantemente. Ele se virou e pareceu surpreso ao ver que Lorelai ainda estava lá. Em seguida, caminhou até o sofá e se sentou.

“Então, era a Alana. Você tem muita sorte de ter encontrado uma esposa maravilhosa como ela”, Lorelai elogiou, com um sorriso.

Havia um brilho intenso nos olhos de Enzo quando ele disse: “Ela é a melhor. Estou te falando, não sei o que fiz para merecer alguém como ela.”