Quarto para você romance Capítulo 662

As memórias de infância perpassavam a mente de Lorelai como cenas de um antigo filme, fortalecendo-a. Por isso, ela não pôde evitar trazê-las à tona enquanto perguntava: “Enzo, você ainda se lembra da vez em que eu quebrei o vaso na casa da sua família? Acho que tinha uns oito anos na época e estava tão assustada que não conseguia parar de tremer. Foi você quem assumiu a culpa por mim, e consegui escapar sem punição!”

Ele ficou um pouco surpreso, enquanto perguntava: “Eu fiz isso? Hum, tinha completamente esquecido.”

Seus lábios se curvaram em um sorriso. “Bem, eu ainda me lembro, porque são os momentos mais felizes da minha infância. Dizem que uma infância feliz é um bálsamo reconfortante para as dores do crescimento, sabe. Então, acho que devo agradecer por me proporcionar algumas das melhores lembranças de infância.” Ela olhou para cima, terminando a frase, e seu olhar repousou nas características que ela tanto admirava.

Ouvindo o que ela disse, Enzo deu-lhe um sorriso rápido. “Você se divertiu no exterior?”

“Eu acho que sim, embora estivesse um pouco solitária”, admitiu, com um suspiro.

“Se eu encontrar alguém adequado, com certeza o apresentarei a você.”

Ela fingiu estar envergonhada enquanto murmurava: “Você nem sabe qual é o meu tipo.”

“Ah, é verdade”, ele disse. “Então, me diga.” Ele queria saber o que deveria procurar se quisesse arranjar alguém para ela.

Ela estreitou os olhos, como se estivesse pensando. Um doce sorriso iluminou seu rosto enquanto o olhava e disse: “Não estou pedindo muito. Quero alguém tão belo e talentoso quanto você.”

Os instintos de Enzo já eram aguçados, e ele percebeu que a admiração que ela tinha por ele ia além do platônico, no momento em que viu o brilho ardente em seus olhos. Se ele fosse outro homem, talvez achasse seu amor por ele uma vitória, algo para se gabar com seus pares. Mas ele não era esse tipo de homem, e suas afeições não solicitadas só o afastaram.

Ele a observou irritado enquanto dizia: “Lorelai, não quero ouvir coisas assim de novo. Alana é a única mulher para mim, e nada jamais mudará.”

Ele terminou sua frase calmamente, mas não conseguia esconder o aviso perigoso subjacente em suas palavras.

Enquanto isso, uma frota de carros passava pelos campos no campo, percorrendo a estrada que levava para a floresta ao longe. Sofia estava no banco de trás do segundo carro da frota e, depois de tirar um cochilo rápido, acordou apenas para descobrir que estava cercada por hectares e hectares de fazendas. Assim, ela descansou os braços na borda da janela do carro e olhou para fora através do vidro, contemplando a paisagem.

Arthur ia avaliar um lugar famoso por sua serenidade e havia levado consigo uma médium renomada.

Era por volta do meio-dia quando chegaram a um restaurante com forte inspiração no campo. Os quatro carros da frota estacionaram depois que Arthur decidiu que eles teriam que almoçar ali. Eles haviam dirigido cerca de cinquenta milhas fora da cidade e, como as coisas estavam, era impossível encontrar um restaurante decente naquela área, muito menos estabelecimentos gastronômicos de alto padrão.

Quando o segundo carro parou, Sofia desceu feliz do veículo. Ela estava prestes a se esticar para soltar suas articulações quando, de repente, um cachorro grande e agressivo saiu correndo da casinha no local e começou a latir ferozmente para eles.

Sendo a pessoa mais próxima ao cachorro, Sofia empalideceu visivelmente e o medo a fez procurar pela pessoa mais provável de protegê-la. Sem dizer uma palavra, ela instintivamente se agarrou a essa pessoa e se segurou a ela como se sua vida dependesse disso.