No Hospital Oceano.
Quando Osíris chegou, Orelia estava deitada na cama, pálida e quieta como a calmaria antes da tempestade.-
O sol de outono batia sem trazer nenhum calor, tão melancólico quanto uma música sem letra.
Naquele momento, Osíris sentiu seu coração bater mais forte.
Talvez Orelia estivesse apenas muito cansada; seu rosto sem cor parecia o de um corpo sem alma.
Com os dedos formigando, Osíris se aproximou da cama. "Ore..."
"Dr. Ramos, vejo que finalmente encontrou tempo em sua agenda." Calina disse com um tom gélido, colocando uma sopa quente sobre a mesa. "Ore teve uma gravidez ectópica e sangrou muito na noite passada. Onde você estava quando precisamos de sua assinatura? Você sabia que ela quase morreu em casa?"
Osíris franziu a testa, claramente descontente com a repreensão.
"Calina..." a voz de Orelia era rouca. "Deixe-me falar com ele."
Com os olhos cheios de lágrimas, Calina olhou para Orelia. "Ele passou a noite fora com aquela periguete! Você quase morreu, você sabe disso? Se você o perdoar, eu vou te desprezar!"
"Calina!" a voz de Osíris era profundamente grave.
Era quase um aviso para Calina, que sua paciência tinha limites.
Orelia olhou para Osíris com desespero. Só de mencionar a outra mulher, ele já estava com raiva?
"Ore..." Osíris se virou, visivelmente angustiado.
"Peça desculpas a Calina." Orelia falou sem emoção, pela primeira vez... dando uma ordem a Osíris.
Ele pareceu surpreso, não reconhecendo Orelia à sua frente.
Desde os quinze anos de idade, quando Orelia voltou para a família Ramos, ela sempre foi dócil como um coelho que não sabe morder ou chorar.
"Desculpe-me, fui precipitado..." Osíris obedientemente pediu desculpas a Calina.
Calina resmungou e foi embora.
"Ore, não acreditem em tudo que dizem na internet. Ontem à noite, foi porque meu celular estava desligado... Hedy e eu não temos nada." Osíris tentou acalmar Orelia.
Ele tinha experiência nisso.
Como Orelia era fácil de convencer, ela sempre cedia.
"Osíris, vamos nos divorciar."
...
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